Liga Europa

Milan e Roma começam com resultados favoráveis nas oitavas da Liga Europa

As oitavas de final da Liga Europa começaram bem para os times da Itália. Na abertura da rodada, o Milan jogou contra o Manchester United, em Old Trafford, e conseguiu um empate no finalzinho, coroando a boa atuação na Inglaterra. A Roma entrou em campo logo na sequência e, no Olímpico, simplesmente atropelou o Shakhtar Donetsk. Confira como foram as partidas na nossa análise.

Manchester United 1-1 Milan

Quando perdeu para o maior rival por 3 a 0 e viu o scudetto se afastar, o Milan entrou num período de oscilação que tem sido lei nos seus últimos 10 anos e poderia ter visto a chavinha da temporada ser virada. Contudo, não foi o que aconteceu – muito pelo contrário. Mesmo com muitos desfalques e precisando adaptar suas ideias, Pioli tem conseguido tirar bom futebol do seu grupo e a visita dos rossoneri ao Manchester United, em Old Trafford, ratificou isso.

Sem Hernandez e Ibrahimovic, o Milan precisava também adaptar o meio-campo com Meïté e Krunic e tinha algumas missões a cumprir no duelo. Em suma, encontrar um meio de fazer a saída de bola fluir sem Bennacer ou Tonali, progredir com qualidade sem a presença de Theo e não acabar refém da ligação direta, já que o melhor nome para o serviço estava fora. De que maneira Pioli abordou tudo isso?

Com um 4-4-2 em linha, posicionando Krunic aberto pela esquerda, Saelemaekers pela direita e deixando Díaz e Rafael Leão como dupla de ataque. Pelo centro do campo, Meïté e Kessié se multiplicavam para dar conta do recado. E dessa maneira o jogo começou, com o Manchester United assumindo o controle da posse de bola (como esperado), mas sem conseguir trabalhar sua construção ofensiva com tranquilidade. Já que a saída para o jogo poderia se transformar num problema, a escolha do Milan foi pressionar o portador da bola com agressividade, somar roubos em campo ofensivo e pular etapas. E deu muito certo.

Dominante, Kessié foi um dos principais nomes do Milan em Old Trafford (LaPresse)

Com os jogadores do Milan bem encaixados na marcação, os donos da casa acabaram bastante desconfortáveis no primeiro tempo. Assim, criaram as suas melhores chances através da bola parada. Na melhor delas, Maguire perdeu um gol impressionante a dois metros da linha de gol. Já o Milan, por outro lado, parecia muito consciente em campo.

O Diavolo executava da melhor forma o que se propunha a fazer e chegou a marcar um gol ainda antes dos 20 minutos de jogo, com Kessié finalizando com muita categoria. Contudo, a bola tocou no braço do marfinense e o gol acabou anulado. O camisa 79, aliás, merece um destaque especial, pelo que entregou em campo, direcionando a sua equipe no gramado, pressionando os rivais, roubar bolas e ser a peça mais lúcida sempre que a equipe tinha a posse da bola.

No segundo tempo, o panorama do jogo não teve grandes alterações. Porém, numa jogada genial de Bruno Fernandes, Diallo se infiltrou no meio da defesa italiana e com um sutil toque de cabeça venceu Donnarumma, abrindo o placar. O Milan não perdeu a concentração, seguiu fazendo o seu jogo e controlando bem os nervos. O United tentou aumentar o ritmo, mas teve apenas uma grande chance de aumentar o marcador, com James finalizando cruzamento que veio do lado direito.

Quando o jogo já estava encaminhado para o fim e o 1 a 0 parecia um resultado de certa forma positivo para o Milan, por conta de todos os desfalques, a bola parada apareceu e deixou tudo ainda muito melhor. Krunic cobrou escanteio pelo lado esquerdo, Kjaer subiu mais alto que a defesa dos Red Devils e contou com uma leve ajuda do goleiro Henderson para empatar o duelo e levar de volta para Milão um excelente resultado. Um empate sem gols dá a vaga nas quartas ao time italiano.

El Shaarawy entrou no segundo tempo e marcou o seu primeiro gol no retorno à Roma (LaPresse)

Roma 3-0 Shakhtar Donetsk

No Olímpico, Roma e Shakhtar Donetsk fizeram um grande jogo, como era esperado desde o sorteio. Um duelo muito pautado pela busca da Loba em pressionar alto, roubar a bola em campo ofensivo e acelerar o jogo, enquanto o time ucraniano buscou estabelecer o controle através da posse, atrair e superar pressão, para depois buscar o desequilíbrio no terço final do campo. Nesse duelo, os romanistas levaram a melhor de forma ampla.

Fonseca escalou a Roma dentro do já habitual 3-4-2-1, com Mancini, Cristante e Kumbulla fazendo o trio de defesa, Karsdorp e Spinazzola nas alas, Villar e Diawara por dentro. Na frente o português deixou Pedro e Pellegrini livres para encostar no atacante, dessa vez Mkhitaryan. Do outro lado, Castro organizou sua equipe no 4-1-4-1, com Maycon fazendo a saída entre os zagueiros e o quarteto formado por Taison, Alan Patrick, Marlos e Tetê à sua frente. Júnior Moraes ficava isolado no ataque.

Dessa maneira, toda a dinâmica do jogo foi de uma Roma que buscava pressionar a saída dos visitantes. Pedro, Pellegrini e Mkhitaryan marcavam Maycon e a dupla de zaga ucraniana, os alas encaravam os laterais rivais, enquanto Villar e Diawara cuidavam do bloqueio de possíveis linhas de passe. Quando recuperava a bola, a equipe giallorossa buscava toques curtos e aproximação, jogando de maneira muito vertical. O Shakhtar Donetsk ficava com a bola, fazia a saída em três, abria bastante o campo com os laterais e contava com o suporte dos seus jogadores de meio-campo para conseguir superar a pressão e progredir para o campo ofensivo. Em campo, tudo se definiu a favor da equipe que conseguiu executar sua ideia com maior eficiência: a Roma.

Aos 22 minutos de jogo, Spinazzola cobrou lateral pelo lado direito, próximo à linha central do campo. Pedro recebeu, dominou e contou com Mkhitaryan fazendo a parede para tabelar, acelerar e deixar Pellegrini na boa para tocar na saída do goleiro, abrindo o placar. A Roma manteve a supremacia em campo e, no segundo tempo, perdeu duas ótimas chances de ampliar.

Quando a torcida, ao menos nas redes sociais, começava a se preocupar com um eventual “quem não faz, leva”, a Roma soube matar o jogo. Aos 73, Kumbulla roubou a bola na defesa e rapidamente encontrou Mayoral, que havia entrado no lugar do lesionado Mkhitaryan, no círculo central do gramado. O espanhol dominou, girou e fez um bonito passe em profundidade para El Shaarawy, que partiu em direção ao gol, deixou os marcadores pelo caminho e, em uma bonita cavadinha, bateu Trubin.

Cinco minutos depois, o jogo ganhou números finais. Pellegrini cobrou escanteio pelo lado esquerdo, Cristante desviou no primeiro pau e Mancini ficou na boa para testar pro fundo da rede – justo o zagueiro, que também havia anotado um tento de cabeça no fim de semana, no triunfo magro sobre o Genoa. Com o grande 3 a 0 neste jogo aberto, a Roma colocou um pé nas quartas de final da Europa League.

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