Liga dos Campeões

A valentia do Porto ofuscou o brilho de Chiesa e tirou a Juventus da UCL precocemente

Juventus e Porto travaram uma verdadeira batalha pela vaga nas quartas de final em mais uma noite épica de mata-mata da Liga dos Campeões. Este confronto, porém, não acabou bem para os italianos: o Dragão seguiu um roteiro similar ao de dois anos atrás, quando eliminou a Roma nas oitavas e se colocou entre as oito principais equipes da Europa em 2021 após perder por 3 a 2 na prorrogação, mas se classificar por conta do gol qualificado. Por sua vez, a Velha Senhora terá que engolir uma eliminação precoce, pelo terceiro ano consecutivo, para uma equipe com menor investimento.

A decisão no Allianz Stadium começou a milhão. Logo depois de a bola a rolar, a Juventus deu o seu cartão de visitas, com uma forte cabeçada de Morata, que obrigou Marchesín a fazer uma defesaça. O Porto respondeu à altura, com uma ação bem trabalhada, exigindo uma boa intervenção de Szczesny. Também acertou o travessão com Taremi.

Com um plano de jogo vertical e objetivo, o Porto se sentiu bastante à vontade no começo da partida. Apesar da superioridade bianconera em posse de bola, foi o Dragão quem conseguiu finalizar mais vezes e levar maior perigo, explorando principalmente as jogadas pelos lados do campo.

Aos 19 minutos, o Porto se aproveitou dos espaços deixados pela Velha Senhora e contou com a esperteza de Taremi para sair na frente. O atacante iraniano se antecipou a Demiral dentro da área bianconera para descolar um pênalti para os portugueses. Sérgio Oliveira converteu com maestria.

A partir daí, o drama alvinegro foi aumentando, na medida em que o Porto foi abaixando suas linhas e dando campo para a Velha Senhora construir jogadas. O grande problema estava no meio-campo pobre da Juve, que teve muita dificuldade de acionar os homens de frente – o que ajuda a explicar as atuações apagadas de Morata e Cristiano Ronaldo.

Na volta para o segundo tempo, dois lances capitais transformaram totalmente a partida a favor da Juventus, que cresceu para cima dos portugueses. Primeiro, o golaço marcado por Chiesa, que empatou a partida com três minutos de bola rolando, após assistência de Ronaldo; logo depois, a expulsão infantil de Taremi, que recebeu o segundo amarelo por chutar a bola para longe quando o jogo estava parado. Com isso, a Juve passou a jogar não só com superioridade numérica, mas também e com o fator psicológico todo a seu lado.

“Vilões” por um dia: Szczesny e Ronaldo falharam no segundo gol do Porto (Sportimage)

A equipe de Turim passou a criar mais e encontrou em Chiesa uma excelente válvula de escape, sempre como opção pelo lado esquerdo, entrando em diagonal nas costas de Manafá. O ex-jogador da Fiorentina foi o melhor em campo pelos mandantes e comandou a reação bianconera, anotando o gol da virada, de cabeça.

Os italianos continuaram pressionando no segundo tempo, jogando todo o futebol que não mostraram na primeira etapa. O Porto, no entanto, conseguiu resistir aos cruzamentos, chutes de longa distância e jogadas de um contra um graças a uma boa atuação do sistema defensivo comandado pelo ótimo Pepe, também um dos melhores em campo.

Naturalmente, o ritmo de jogo caiu e a partida foi esfriando, pois a coragem para buscar o terceiro gol era superada pelo medo de conceder o segundo. O 2 a 1 prevaleceu e a partida precisou ser decidida no tempo extra. Pirlo optou por renovar o fôlego da equipe inserindo Bernardeschi e Kulusevski nas vagas de Arthur e Chiesa. Apesar de descansada, a dupla não agregou muito ao ataque bianconero.

A partida foi se desenhando exatamente como queria o Porto: um jogo lento, pausado e bastante faltoso. E foi em uma dessas faltas que saiu um surpreendente gol de Sérgio Oliveira com uma cobrança seca, por baixo da barreira – Ronaldo, Morata e Bernardeschi abriram e Szczesny não chegou na bola. O tento “valia por dois”, já que a regra do gol fora de casa obrigava a Juventus a marcar duas vezes nos cinco minutos restantes.

A Velha Senhora lutou “fino alla fine”, mas não bastou o gol de Rabiot: a vitória por 3 a 2 classificou os portugueses e inaugurou uma crise de contornos imprevisíveis no lado alvinegro de Turim. Agora, a Juve se dedica à Serie A, competição na qual é terceira colocada, e à Coppa Italia, em que é finalista.

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