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A Itália fez um jogaço contra Portugal e deixou a Euro Sub-21 de cabeça erguida

Nesta segunda-feira (31), Portugal e Itália duelaram em Ljubljana, capital da Eslovênia, em partida válida pelas quartas de final do Europeu Sub-21. O vencedor enfrentaria a Espanha, atual campeã da competição, e os portugueses acabaram levando a melhor. Numa partida disputadíssima, que precisou ser da prorrogação para ser decidida, os tugas fizeram 5 a 3 sobre os azzurrini.

Por causa da pandemia de covid-19, a Euro da categoria está sendo realizada em duas partes, com direito a convocações diferentes entre elas. O jogo desta segunda colocou frente a frente duas equipes com desempenhos distintos na primeira fase. Portugal venceu as três partidas, nas quais marcou seis gols e não sofreu nenhum. Já a Itália começou a campanha com dois empates e apenas na rodada final conseguiu garantir sua classificação, avançando como segunda colocada do grupo, com cinco pontos.

O jogo prometia bastante, uma vez que as duas equipes apresentam boas ideias coletivas e bastante qualidade individual. Contudo, antes de qualquer fase mais aprofundada de estudo, Portugal saiu na frente. A Seleção das Quinas levantou a bola na área em cobrança de escanteio, a zaga italiana não afastou e Dany Mota, atacante do Monza, encontrou uma bicicleta lindíssima para inaugurar o marcador.

Os minutos seguintes foram de um Itália que tentava estabelecer o seu jogo de paciência, saindo para o jogo com o protagonismo de Nicolò Rovella e trabalhando a bola de pé em pé, até conseguir inverter o lado da jogada, contando com os apoios de Gianluca Scamacca. Embora executasse bem 70% de sua ideia, o plano de jogo da Nazionale sub-21 esbarrou sempre na falta de acerto no momento decisivo, o tão comentado último passe.

Jogador do Monza, Mota marcou duas vezes e deu muito trabalho para a defesa italiana (Sportimage)

Dentro dessa dificuldade dos rivais em transformar suas melhores posses em chances de gol, Portugal conseguiu levar o jogo com tranquilidade em toda a primeira etapa. O time de Rui Jorge era pressionado, via os atacantes e meias da Itália taparem as linhas de passes dos seus zagueiros, mas contava com um Daniel Bragança muito inspirado para fugir da pressão e dar continuidade ao jogo da equipe.

Quando a partida estava morna, a bola parada apareceu muito bem para Portugal novamente. Após escanteio vindo da direita, Daniel Bragança escorou para o centro da área, Dany Mota dominou, girou e finalizou com perfeição, sem chances para Marco Carnesecchi. O intervalo se aproximava e a Nazionale ia se encaminhando para um grande desafio na segunda etapa: precisaria eliminar a vantagem de dois gols dos rivais. Porém, a importância da bola parada mudou de lado. No último lance do primeiro tempo, Rovella cobrou escanteio no primeiro pau, Davide Frattesi escorou e Tommaso Pobega, mal marcado pela zaga portuguesa, descontou.

Na volta para a segunda etapa, o jogo mudou. Paolo Nicolato ajustou os desenhos de pressão ao portador, trouxe Giacomo Raspadori para atuar quase como um meia extra e conseguiu tirar todo o conforto de Portugal para girar a bola e estabelecer o seu jogo. Na melhor chance criada, Diogo Costa realizou um milagre após cabeçada de Frattesi.

O gol italiano parecia uma questão de tempo, até que a bola parada defensiva foi novamente fator. Dessa vez não diretamente, mas na segunda bola, quando Fábio Vieira encontrou o zagueiro Diogo Queirós na grande área italiana e ele apenas desviou a pelota. Ela parou nos pés de Gonçalo Ramos, que marcou.

O gol parecia ser um balde de água fria em toda a reação da Nazionale, mas o time nem teve tempo para sentir o baque. Portugal perdeu a concentração na saída de jogo e, nesse momento, Matteo Lovato encontrou um belo passe para Raspadori. Em zona central, o atacante do Sassuolo observou a ultrapassagem de Frattesi, que ficou na boa para apenas rolar para Scamacca recolocar a Itália no jogo.

Com muita garra, a Itália buscou reações contra Portugal e, através de gol de Cutrone, levou o jogo para a prorrogação (Sportimage)

Depois do gol de Scamacca, a partida entrou num período de pouco acerto técnico, muitos erros de posicionamento e, como consequência, muitas chances sendo criadas. Costa aparecia bem de um lado, Carnesecchi respondia no outro. O jogo teve muita correria e, restando apenas um minuto no tempo regulamentar, Riccardo Sottil se desgarrou pela esquerda, chegou à linha de fundo e cruzou na medida para Patrick Cutrone se antecipar à defesa e empatar o duelo. As duas trocas de Nicolato surtiram muito efeito.

Nicolato voltou para a prorrogação com Samuele Ricci no lugar de Scamacca, recompondo um time que havia ficado muito exposto para tentar o empate no tempo normal. Porém, qualquer estratégia dos azzurrini foi por água abaixo com 50 segundos: Lovato foi ao meio-campo para disputar uma bola no alto com Dany Mota, abriu o braço e acertou o rosto do português. O zagueiro recebeu o segundo cartão amarelo e deixou a Itália com 10 em campo.

Ainda que estivesse em inferioridade numérica, a Itália tentou incomodar através de contra-ataques e ficou perto de virar numa jogada individual de Cutrone, que parou em defesa de Costa, ou quando Raspadori tomou a decisão errada em um três contra três. Logo no início do segundo tempo da prorrogação, porém, Portugal marcou – quase numa reedição da final da Euro Sub-19 de 2018, disputada pelas mesmas gerações que estavam em campo em Ljubljana. Jota tabelou com Romário Baró e, tal qual três anos atrás, castigou os italianos.

A Itália não se abateu e quase conseguiu reagir após o quarto gol patrício. Cutrone recebeu cruzamento rasteiro e, de primeira, tirou do goleiro Costa e viu a bola passar rente à trave portuguesa. O jogo continuou aberto por alguns minutos, mas foi resolvido quando os azzurrini precisaram pressionar e cederam campo aos portugueses. Em contragolpe, Baró acionou Francisco Conceição, que venceu Frattesi e fechou o placar.

No fim das contas, a Itália caiu de pé. A seleção portuguesa é forte, tem jogadores mais rodados no alto nível profissional e era a favorita no confronto, o que torna a eliminação dos azzurrini longe de ser traumática. Os italianos mostraram qualidade, garra e muita competitividade, coroando o bom trabalho de Nicolato. No curto prazo, jogadores como Rovella, Pobega, Frattesi, Giulio Maggiore, Scamacca e Raspadori deverão ganhar espaço no time de adultos da Nazionale, se juntando a Cutrone.

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