Liga dos Campeões

Inter e Milan começam a Champions com derrotas, mas deixam boa impressão

Nesta quarta, 15 de setembro, o futebol europeu teve o retorno do Milan ao seu devido lugar: a Champions League. Quis o destino que a volta fosse justamente contra um rival histórico, o Liverpool. Um confronto que tem 13 títulos e duas finais da competição não poderia ter sido diferente de um jogaço. Apesar da luta e entrega em campo, os rossoneri não foram páreo para a intensidade do time de Jürgen Klopp.

Já em Milão, a Inter, mais calejada pelas participações recentes na Liga dos Campeões, reencontrou o Real Madrid, uma pedra no sapato na última edição do torneio. Mesmo com o apoio do seu torcedor, um grande volume de chances criadas e o domínio por boa parte do jogo, os nerazzurri acabaram sofrendo um gol no final e sucumbiram ao time merengue e suas jovens estrelas.

Inter 0-1 Real Madrid

Em Milão, a Inter contou com o apoio de cerca de 37 mil torcedores – capacidade máxima permitida no estádio, segundo os protocolos anticovid – para buscar uma revanche contra o Real Madrid. Na última temporada, os merengues venceram os dois confrontos contra a Inter e, por isso, os nerazzurri vinham para este jogo buscando uma vitória em casa para começar bem a fase de grupos.

Para esta partida, Simone Inzaghi apostou que a dupla de ataque formada por Dzeko e Martínez poderia vencer a defesa merengue. E quase deu certo no início do jogo. O bósnio chutou firme para defesa de Courtois e, no escanteio seguinte, Skriniar cabeceou com perigo. Foi o início da excelente atuação do goleiro belga, que segurou as melhores chegadas do ataque nerazzurro. Quando não conseguiu, o grandalhão contou com a sorte, como em cabeçada de Lautaro ou em chute de Brozovic, de fora da área.

Pelo lado espanhol, um chute de Casemiro e uma cabeçada de Éder Militão foram os momentos de mais perigo à meta de Handanovic. Vinicius Júnior foi o jogador mais agudo do Real e deu trabalho tanto para Darmian quanto para Dumfries, que entrou no segundo tempo. Entretanto, o domínio do jogo continuava do lado italiano e o gol parecia ser uma questão de tempo. O tento, aliás, ficou muito próximo quando, no início da etapa complementar, Dzeko obrigou Courtois a rebater uma forte cabeçada.

Na ânsia de buscar a vitória e concretizar o domínio que o seu time estabeleceu por 60 minutos, Inzaghi trocou os alas e arriscou ao colocar Vidal, Correa e Vecino nos lugares de Çalhanoglu, Lautaro e Barella, respectivamente. No entanto, a troca de argentinos, com a consequente manutenção de Dzeko em campo, não funcionou e a Inter perdeu volume de jogo.

Em oposição, o Real Madrid cresceu, mas não conseguia superar a forte linha defensiva interista, que tinha Skriniar como maior destaque. E, quando tudo se encaminhava para um empate, aos 89, Camavinga achou Rodrygo dentro da área. O brasileiro, ex-Santos, se livrou de Bastoni e chutou para vencer Handanovic, calando San Siro com o gol solitário da partida.

A Inter foi superior por quase 90 minutos, mas não conseguiu balançar as redes em 18 finalizações, sendo cinco no alvo. Já o Real Madrid contou com a juventude e a eficiência: marcou um gol nos dois chutes que acertou ao longo do jogo. Na outra partida do Grupo D, tivemos a grande surpresa desta quarta de Champions League: o Sheriff venceu o Shakhtar Donetsk por 2 a 0 e lidera a chave.

Rebic foi a grande fonte de jogadas do Milan, mas não conseguiu evitar a derrota para o Liverpool (IPA)

Liverpool 3-2 Milan

O Milan, que não disputava a Champions League desde a temporada 2013-14, voltou à maior competição de clubes do mundo com uma missão inglória: enfrentar o Liverpool, em Anfield. Sem Ibrahimovic, com dores no tendão de Aquiles, Stefano Pioli deu o comando do ataque a Rebic e se apoiou nos 100% de aproveitamento que o seu time obteve nos três primeiros jogos da temporada. Do outro lado, Klopp apostou em Origi para atuar ao lado de Salah e Diogo Jota, deixando Mané no banco.

O Milan começou o jogo sofrendo muito, principalmente pelas laterais. A intensidade, velocidade e trocas rápidas do ataque do time de Liverpool parecem ter confundido a defesa rossonera. Até que, aos 9 minutos, Alexander-Arnold tabelou com Salah e tentou o cruzamento: a bola desviou em Tomori e foi para o fundo das redes, sem qualquer chance de defesa. Pouco depois, a pressão inglesa continuou. Robertson chutou, a bola bateu no braço de Bennacer e o juiz marcou pênalti. Recém-contratado, o goleiro Maignan brilhou ao defender o pênalti cobrando por Salah e também o rebote de Jota.

Perto do fim do primeiro tempo, o Milan conseguiu equilibrar o jogo e saber lidar com a linha alta de Klopp, mas ainda não havia chutado a gol. Apesar disso, na primeira chance que teve, não desperdiçou. A boa trama entre Saelemaekers e Rafael Leão deixou Rebic livre dentro da área para finalizar e empatar a partida. No lance seguinte, a virada. O português achou o croata novamente, só que desta vez o camisa 12 serviu Hernández. O lateral finalizou, mas Arnold bloqueou: a bola ia entrando mansamente, até Díaz acabar com o suspense e estufar as redes, virando a peleja em menos de dois minutos.

No início do segundo tempo, Origi fez valer a pena a aposta de Klopp para a partida. O atacante belga achou Salah no meio da defesa do Milan para empatar o jogo. Minutos antes, os rossoneri haviam chegado a balançar as redes pela terceiro vez, com Kjaer, mas o tento foi anulado por impedimento na origem do lance.

Depois do empate, o Milan voltou a ficar mais atrás, por conta da pressão efetuada pelo Liverpool. Pioli tentou mexer no time, colocando Giroud e Florenzi em campo, mas a bola não chegava ao atacante francês. Na defesa, Kjaer cortava todas. Ou quase: na sequência de um escanteio, a bola espirrada para a entrada da área parou nos pés de Henderson. Da meia-lua, o capitão acertou um chute no canto para virar o placar e impor os números finais à partida.

Apesar da derrota, o Milan retornou à Champions League como um gigante. O Diavolo fez um grande jogo fora de casa, mostrou competitividade e deu indícios de que brigará fortemente para avançar de fase. Até porque, no outro jogo do Grupo B, realizado na Espanha, Atlético de Madrid e Porto ficaram num mero empate sem gols.

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