Liga dos Campeões

Pela Champions League, o Milan levou virada no final e a Inter, sem inspiração, ficou no empate

A terça, 28 de setembro, foi um dia para ser esquecido pelo futebol italiano na Liga dos Campeões. Uma Inter sem criatividade e ímpeto conseguiu um empate fora de casa contra o Shakhtar Donetsk, que lhe deixa sem margem para errar novamente em seu grupo. Por sua vez, os torcedores rubro-negros da capital da Lombardia tiveram uma noite frustrante: o Milan até dominou o primeiro tempo, mas a expulsão de Kessié mudou o rumo da partida e a virada do Atlético de Madrid, no final do jogo, foi um balde de água fria no time de Stefano Pioli. Abaixo, confira o resumo do que ocorreu com a dupla de Milão na segunda rodada da fase de grupos da Champions League.

Da festa à revolta: o Milan teve uma grande atuação e ficou na frente do placar por quase todo o jogo, mas sucumbiu ao Atleti (imago)

Milan 1-2 Atlético de Madrid

Depois de sete anos, o Milan voltou a disputar uma partida em San Siro pela Liga dos Campeões. Em 2014, o rival foi o mesmo Atlético de Madrid, já treinado por Diego Simeone, que o destino colocou à frente dos rossoneri no reencontro do torcedor milanista com seu time na competição.

A atmosfera perfeita, criada com o apoio da torcida, fez com que o Milan começasse avassalador. O time de Pioli pressionava alto e, comandado pelo jovem Brahim Díaz, fez com que Oblak trabalhasse bastante no primeiro tempo. Rebic e o próprio Brahim tentaram, mas foi Rafael Leão que teve mais sucesso. Aos 20 minutos, o português acertou um chute seco, com a perna direita, sem oferecer chances para o goleiro esloveno. Destaque para a grande jogada de Díaz que chamou a marcação e, com um drible, deixou o camisa 17 livre dentro da área para marcar.

O Milan continuava pressionando até o lance capital do jogo: a expulsão de Kessié, pelo segundo cartão amarelo. O meia marfinense, que vem enfrentando uma verdadeira novela para renovar, fazia uma partida razoável, mas sua expulsão mudou o jogo, uma vez que o time rossonero comandava as ações. Logo depois do vermelho, o Diavolo até acertou o travessão, com uma incrível bicicleta de Leão, mas passou a ser pressionado e a atuar nos contra-ataques. A estratégia funcionava, já que a primeira chegada de perigo dos espanhóis, com Suárez, aconteceu apenas no último lance do primeiro tempo.

Depois do intervalo, com um jogador a mais, Simeone colocou o time para frente e, desse momento em diante, só deu Atleti: virou uma partida de um ataque que tinha Suárez como o homem mais perigoso contra a aguerrida defesa do Milan. Os colchoneros também não estavam em um dos seus melhores dias. Anulado pelas ótimas atuações individuais de Tomori, Tonali e Bennacer, o time madrilenho não conseguia encaixar muitas jogadas e arriscava de fora da área. Mas, com o ritmo intenso, a pressão e o cansaço do time italiano, o inevitável acabou acontecendo.

Aos 84, depois de levantamento na área e cabeçada de Renan Lodi para o centro, Griezmann antecipou-se à Romagnoli e empatou a partida. Nos acréscimos, em disputa entre Lemar e Kalulu, a bola espirrou e bateu no braço do jovem francês do Milan, mudando a trajetória da bola. O árbitro Cüneyt Çakir, bastante perdido em campo, marcou o pênalti, mas não observou que o colchonero também usou o braço no lance. A partir da marca da cal, Suárez apenas deslocou Maignan para fazer o 2 a 1 e dar números finais ao confronto.

O Milan foi valente até onde deu, mas sofreu demais a partir da expulsão de Kessié. A partida ficou complicada, diante do poder ofensivo imposto pelo time de Simeone: de tanto bater, a água perfurou a sólida defesa italiana. Sem pontos até então, a equipe de Pioli terá dois confrontos seguidos contra o Porto, nas próximas rodadas da fase de grupos, para conseguir a primeira vitória na volta à Liga dos Campeões.

Pelo outro jogo do Grupo B, em Portugal, o Liverpool goleou o Porto por 5 a 1 – e logo no dia em que os dragões completavam 128 anos de história. Com estes resultados, o time de Anfield assume a liderança com 6 pontos, seguido do Atlético de Madrid com 4. O Porto tem 1 e, na lanterna, o Milan segue zerado.

Em dia pouco inspirado, a Inter não conseguiu furar a defesa do Shakhtar Donetsk (imago)

Shakhtar Donetsk 0-0 Inter

No Olímpico de Kiev, Shakhtar Donetsk e Inter se reencontraram pela fase de grupos da Liga dos Campeões. Na última edição do torneio, os times se enfrentaram e terminaram empatando duas vezes sem gols – tropeços que foram determinantes para que não avançassem na competição. Agora, eles teriam a chance de fazer diferente, mas não foi o que aconteceu.

O Shakhtar foi o time que mais tentou a vitória. A equipe do técnico Roberto De Zerbi contou com o apoio da torcida e começou pressionando com um chute perigoso de Solomon. Os nerazzurri – que, por conta do regulamento de uniformes da Uefa, atuaram sem a serpente estampada em sua camisa – ficaram mais atrás e apostavam nos contra-ataques. Em uma destas escapadas, Barella avançou e finalizou de longe. A bola foi no travessão de Pyatov, que nada podia fazer.

Os ucranianos mantinham o controle e a posse da bola, mas não conseguiam chances claras para marcar. Já a Inter, quando chegava, ameaçava e tinha as melhores oportunidades. Em um escanteio pela esquerda, a bola dividida por De Vrij sobrou nos pés de Dzeko, que chutou por cima do gol, mesmo estando debaixo do travessão. O ataque interista estava mesmo irreconhecível: minutos antes, Martínez também havia perdido uma boa chance ao finalizar para fora.

Se no primeiro tempo a Inter até ameaçou, a segunda parte foi quase toda do Shakhtar. O time de De Zerbi apostou na velocidade e concentrou o jogo pelas laterais, o que infernizou a vida de Dumfries e Dimarco. Em uma jogada pela direita de ataque, Pedrinho chutou e Skriniar cortou a bola que ia em direção ao gol.

Do outro lado, as chances da Inter vinham apenas nos erros de saída de bola do Shakhtar. Barella interceptou um passe de Pyatov e serviu Lautaro, que chutou por cima, perdendo mais uma boa chance. Percebendo a falta de criatividade no ataque, Simone Inzaghi colocou Correa, seu jogador de confiança já dos tempos da Lazio. E foi o argentino que efetuou, somente aos 84 minutos, a primeira finalização inteirista no alvo: o camisa 19 tentou colocado, da entrada da área, e Pyatov espalmou para escanteio, com a ponta dos dedos. Na cobrança, De Vrij cabeceou firme, mas o goleiro ucraniano estava lá novamente e segurou o zero no placar.

No final das contas, este empate em 0 a 0 fora de casa não foi um dos piores resultados para a Inter. O que preocupou foi a falta de criatividade de um time irreconhecível, que teve atuação de nível muito inferior ao que vem mostrando no campeonato – melhor ataque da Serie A, com 20 gols em seis jogos, ainda não marcou na Liga dos Campeões. Agora, os homens de Inzaghi terão dois confrontos contra o embalado Sheriff Tiraspol, os quais terão de vencer e somar seis pontos.

Isso porque, pelo outro jogo do Grupo D, a zebra estreante passeou na capital espanhola, mostrando que foi à competição para fazer história. O Sheriff venceu o Real Madrid por 2 a 1, em pleno Santiago Bernabéu, e assumiu a liderança do grupo com 100% de aproveitamento. Em sequência, a chave conta com os merengues e seus 3 pontos. Inter e Shakhtar aparecem empatados, com 1 pontinho.

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