Uma rodada repleta de viradas, triunfos dos visitantes e gols nos minutos finais. Em Turim, o Sassuolo chocou a torcida da Juventus e venceu, pela primeira vez em sua história, nos domínios da Vecchia Signora. Na parte de cima da tabela, Milan e Napoli também triunfaram e seguem isolados numa briga particular e acirrada pela liderança da Serie A. Olhando um pouco mais de longe, Inter e Roma também somaram pontos importantes — e longe de suas casas. Lazio e Atalanta também ganharam, completando o top 6 da classificação.
Lá embaixo, a Salernitana também contou com gol nos segundos finais para vencer a primeira fora de casa na competição – e apenas a segunda em sua história. Com isso, o lanterna agora é o Cagliari, que perdeu mais uma. E para saber com detalhes sobre todos os jogos desta 10ª rodada, fique com o nosso resumo especial para os fãs de futebol italiano.
>>> Classificação e artilharia da Serie A
Napoli 3-0 Bologna
Gols e assistências: Ruiz (Elmas), Insigne (pênalti) e Insigne (pênalti)
Tops: Insigne e Ruiz (Napoli)
Flops: Medel e Theate (Bologna)
Defendendo a liderança da Serie A, o Napoli precisava vencer o Bologna, no estádio Diego Armando Maradona. Caso contrário, o Milan, que triunfou na terça (26) assumiria a ponta da tabela. No entanto, fazendo um jogo bastante seguro, a equipe de Nápoles resolveu a parada ainda na primeira etapa e triunfou por 3 a 0. Ruiz acertou um tiro fantástico da entrada da área, aos 18 minutos, para estrear o marcador. Poucos minutos antes do intervalo, o Napoli conseguiu dobrar sua vantagem.
Numa jogada confusa, Medel subiu de cabeça com Osimhen, mas acabou colocando a mão na bola. Após consulta ao VAR, a infração foi assinalada, para protestos efusivos do defensor rossoblù. Na cobrança, Insigne, que desperdiçou duas batidas da marca da cal recentemente. No entanto, dessa vez, o atacante da seleção italiana não vacilou. Com chute firme, fez 2 a 0 e, basicamente, encaminhou a vitória dos napolitanos antes mesmo da pausa.
Na etapa final, outra penalidade — desta vez em cima de Osimhen — tornou o placar ainda mais elástico. Insigne, de novo, converteu a cobrança, anotando o segundo dele no jogo, e o quarto na Serie A, sempre a partir da marca da cal. Sem conseguir reagir, o Bologna ainda correu sérios riscos de levar ainda mais gols. Sem diminuir a intensidade, o Napoli seguiu apertando, mas não balançou mais as redes. De qualquer forma, vitória de afirmação de uma equipe simplesmente implacável até este momento da temporada. Os partenopei somam nove vitórias em dez jogos, têm o terceiro melhor ataque (22 gols) e a melhor defesa, com apenas três tentos sofridos. O trabalho de Spalletti é excelente e resta apenas a dúvida se este elenco será capaz de manter o sarrafo tão alto diante da Serie A e Liga Europa em seu calendário. Já o Bologna, apesar da atuação ruim, segue com uma campanha mediana. Agora, a equipe da Emília-Romanha é 12ª colocada, com 12 pontos conquistados.
Milan 1-0 Torino
Gols e assistências: Giroud (Krunic)
Tops: Giroud e Tomori (Milan)
Flops: Buongiorno e Sanabria (Torino)
No estádio San Siro, o Milan venceu mais uma, mesmo sem uma atuação brilhante. A vitória magra diante do Torino esteve ameaçada, principalmente no finzinho da peleja, mas serviu para manter a equipe na cola do líder Napoli. Giroud, o camisa 9 que vem quebrando a “maldição” do número em Milão, foi o autor do gol. O francês deixou sua marca pelo terceiro jogo seguido diante de sua própria torcida na Serie A.
O tento saiu logo aos 14 minutos. Tonali bateu escanteio, Krunic desviou no primeiro pau e Giroud completou no segundo com a perna esquerda. Fora isso, pouca criação do Milan em toda a partida. Os rossoneri terminaram o duelo com menos posse, menos chutes e menos passes trocados. Claro que tais estatísticas também são reflexo da vantagem construída de maneira precoce. Aliás, tomar a dianteira rapidamente tem sido uma das virtudes do Diavolo neste Campeonato Italiano.
O Torino até lutou. Valente, a equipe grená não se deixou abater e continuou desempenhando seu jogo de maneira natural. Aos poucos, começou a assustar o torcedor em San Siro, principalmente no segundo tempo. Praet, que entrou nove minutos após a volta do intervalo, se destacou com boas chances criadas. O belga acertou o travessão, em chute que desviou em Tomori, e ainda exigiu boa defesa de Tatarusanu. No finzinho, uma blitz do Torino gelou os fãs rossoneri em Milão. Praticamente no último lance, um escanteio cobrado pela esquerda encontrou a cabeça de Milinkovic-Savic. O goleirão do Toro, que estava na área para tentar ajudar o time, desviou para o meio da área. Sanabria aparecia por ali com chances de colocar a bola para o gol, mas acabou sendo travado por Kjaer, numa das jogadas icônicas da partida.
No fim, vitória magra, porém essencial do Milan. Mesmo sem jogar tudo que pode, a equipe segue vencendo em casa — algo que faltou na temporada passada. Com o triunfo, os comandados de Pioli seguem na segunda colocação, com os mesmos 28 pontos do líder Napoli. Foi importante para o Diavolo não deixar o grande rival da temporada se desgarrar. Já o Torino mostra que está mais organizado nesta temporada, se comparado à última edição da Serie A. Falta, porém, traduzir esta pequena melhora em pontos na tabela. No momento, o time é o 13º com apenas 11 pontos conquistados em 30 disponíveis.
Empoli 0-2 Inter
Gols e assistências: D’Ambrosio (Sánchez); Dimarco (Martínez)
Tops: D’Ambrosio e Dimarco (Inter)
Flops: Ricci e Bandinelli (Empoli)
Jogando na Toscana, a Inter superou o Empoli sem enfrentar grandes dificuldades. A vida da atual campeã italiana, inclusive, foi ainda mais facilitada por conta de uma expulsão no início da segunda etapa. Até o momento do cartão vermelho de Ricci, que deu entrada violenta em Barella e foi expulso de maneira direta, a Inter vencia por 1 a 0 – D’Ambrosio foi o autor do gol, colocou a bola nas redes de cabeça, após passe açucarado de Sánchez.
O Empoli, porém, também havia criado boas chances na primeira etapa, como no chute potente de Stojanovic, que parou em Handanovic, arqueiro dos nerazzurri, ou nas duas boas intervenções de D’Ambrosio. No entanto, com um a menos na etapa complementar, os toscanos sucumbiram e sequer ameaçaram novamente no ataque. Confortável, a Inter marcou mais um. Dessa vez, com Dimarco, que já estava merecendo guardar o seu desde o início do jogo. Além dos gols válidos, a Inter ainda viu três tentos serem invalidados pelo juiz – todos corretamente.
De qualquer forma, ficou claro o domínio da atual detentora do scudetto, que ainda desperdiçou outras chances de marcar. No fim, o placar de 2 a 0 ficou barato para o Empoli, que até vem fazendo uma campanha decente na Serie A. O campeão da última Serie B é o 11º colocado, com quatro vitórias em dez jogos e 12 pontos. Já a Inter, com o triunfo, segue distante de Milan e Napoli, mas, ao menos, não perde a dupla de vista na tabela. Os nerazzurri tem 21 pontos, na 3ª posição. São sete de diferença para os líderes da atual edição do Campeonato Italiano.
Juventus 1-2 Sassuolo
Gols e assistências: McKennie (Dybala); Frattesi (Defrel) e Lopez (Berardi)
Tops: Lopez e Berardi (Sassuolo)
Flops: Locatelli e Morata (Juventus)
Com direito a um final catártico, o Sassuolo venceu a Juventus, em Turim, encerrando um jejum de sete jogos sem vitórias no território rival. Na verdade, os neroverdi jamais haviam batido a Juve em sua casa. Aconteceu. Em um jogo franco, bem disputado e no qual o time emiliano mostrou lampejos de sua boa campanha na última Serie A.
Ambos os gols dos visitantes foram marcados na reta final dos períodos. Talvez, em momentos no qual a Vecchia Signora se desconcentrou, já pensando na pausa — e no apito final. Na primeira etapa, Frattesi marcou com batida de perna direita, após assistência de Defrel. Uma jogada rápida e bem construída pelo Sassuolo. No segundo tempo, a Juve acordou. Dybala liderou a campanha em busca do empate. Onipresente, o argentino cobrou falta na cabeça de McKennie, que igualou o placar. Antes, o brasileiro Kaio Jorge, que entrou no lugar de um apagado Morata, havia tido uma chance de marcar de bicicleta. Além de Cuadrado, que viu seu chute explodir no defensor, postado em cima da linha de gol.
No entanto, o roteiro estava escrito. E, pela primeira vez, ele teria um final feliz para o Sassuolo. Já no final dos acréscimos, Berardi recebeu bola na meia esquerda, apertado pela defesa, Ainda assim, o atacante da seleção italiana teve calma, levantou a cabeça e encontrou um lançamento fantástico para Lopez, do outro lado do campo. O camisa 8 do Sassuolo ganhou de McKennie na velocidade e, com rara categoria e sangue frio, deu uma cavadinha por cima de Perin. O goleiro ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar o pior. O calado estádio da Juventus viu, então, o francês celebrar tal qual Cristiano Ronaldo, naquele que foi o último lance do duelo. Com a derrota, a Juve estaciona nos 15 pontos, na 7ª colocação. Já o Sassuolo vai a 14, no 9º lugar da tabela.
Cagliari 1-2 Roma
Gols e assistências: Pavoletti; Ibañez (Pellegrini) e Pellegrini
Tops: Ibañez e Pellegrini (Roma)
Flops: Deiola e Zappa (Cagliari)
Na Sardenha, a Roma precisou penar para vencer, de virada, o atual lanterna do Campeonato Italiano. No entanto, para satisfação de Mourinho, brilhou mais forte a estrela de Pellegrini. O capitão da Roma deu uma assistência e ainda marcou um lindo gol de falta para sacramentar o triunfo da equipe da capital sobre o Cagliari.
O primeiro tempo foi bastante sonolento e não brindou o público do Unipol Domus com grandes jogadas. Até aquele momento, inclusive, era o Cagliari que assustava mais – como na bomba que Bellanova mandou na trave. E o panorama continuou assim logo no início da etapa complementar. Após cruzamento da esquerda, Viña, ex-Palmeiras, falhou no corte e Bellanova acabou dando uma assistência sem querer para Pavoletti. O atacante rossoblù não perdoou e abriu o placar a favor do time da casa.
Este foi o estalo necessário para que a Roma entrasse de vez na partida. Daí em diante, o que se viu foi uma sucessão de chances do time visitante, que aproveitou a frágil marcação do oponente. Não à toa, o Cagliari tem uma das piores defesas da Serie A, com 22 gols concedidos. O que não significa que o empate veio de forma tranquila. Aliás, muito pelo contrário. Depois de muita pressão e de acertar a trave, com El Shaarawy, foi somente na bola parada que a Roma conseguiu aliviar a pressão. Pellegrini bateu escanteio na esquerda e o zagueiro Ibañez subiu bem de cabeça. A pelota beijou o poste e correu pela linha de gol, atribuindo ainda mais drama ao tento.
Poucos minutos depois, veio a virada. Pellegrini dava pinta de que iria alçar bola na área em cobrança de falta, mas não: o camisa 7 aproveitou o espaço pelo canto da barreira formada por Cragno, com apenas três homens, e bateu de forma direta, com rara felicidade. A bola ainda fez a curva antes de entrar praticamente no ângulo. Vitória arrancada da Roma, obtida somente através do talento individual. Ainda assim, o triunfo vale os mesmos três pontos para o time de Mourinho, que segue na 4ª colocação, com 19 pontos. O Cagliari, por sua vez, é o lanterninha, com apenas seis pontos conquistados.
Lazio 1-0 Fiorentina
Gols e assistências: Pedro (Milinkovic-Savic)
Tops: Pedro e Lazzari (Lazio)
Flops: Venuti e Callejón (Fiorentina)
No estádio Olímpico, em Roma, a Lazio fez um jogo longe de seu potencial máximo, mas, mesmo assim, conseguiu beliscar a vitória. A verdade é que o confronto ficou abaixo das expectativas. Pouca criação, espaços reduzidos e chances escassas. Nesse contexto, os bianconeri foram letais na melhor chance que encontraram no jogo. Pedro, com um belo chute de perna esquerda, venceu o goleiro Terracciano e sacramentou o placar final.
A Fiorentina teve méritos defensivos durante grande parte do jogo, principalmente no meio-campo. Com Duncan e Torreira escalados como titulares, a Viola levou mais fisicalidade para o gramado e, assim, conseguiu conter as principais jogadas da Lazio. Nesse contexto truncado, Lazzari foi quem mais tentou criar no primeiro tempo. O lateral do time da casa teve a finalização mais perigosa, já aos 42 minutos.
A Lazio, de fato, exagerou nas tentativas de ligação direta durante toda a etapa inicial. No entanto, foi através de uma dessas jogadas que o gol saiu, sete minutos após a volta do intervalo. Reina deu um chutão para frente, Immobile e Milinkovic-Savic tabelaram bem e Pedro concluiu com destreza. Uma jogada de poucos toques, porém eficiente. É assim que a equipe de Sarri trabalha. Já a Viola, que vinha bem na marcação, teve este pequeno momento de apagão, que lhe custou o jogo. Venuti, que acompanhava Pedro, dormiu no lance e deixou o espanhol com muito espaço para o arremate.
No entanto, o grande problema do time de Florença foi a inoperância ofensiva. Sem Nico González, diagnosticado com covid-19, a Viola não criou nada com seus pontas. Sottil esteve discreto e Callejón, mais uma vez na temporada, não mostrou qualquer utilidade em campo. Isolado, Vlahovic pouco pode fazer e, mesmo atrás do placar, a Fiorentina não pressionou – sequer assustou Reina em nenhum momento. Enfim, com a vitória, a Lazio ultrapassou a própria rival desta 10ª rodada, chegando aos 17 pontos, na 6ª posição. A Fiorentina tem 15 e é a 8ª colocada na competição.
Sampdoria 1-3 Atalanta
Gols e assistências: Caputo (Thorsby); Askildsen (contra), Zapata (Zappacosta) e Ilicic (Miranchuk)
Tops: Zappacosta e Ilicic (Atalanta)
Flops: Murru e Askildsen (Sampdoria)
Jogando em Gênova, a Atalanta fez mais uma vítima nesta temporada da Serie A. Também de virada, a Dea aproveitou as falhas defensivas latentes da Sampdoria, principalmente nas bolas aéreas, e conseguiu sustentar a vantagem até o fim. Nos acréscimos da segunda etapa, Ilicic ampliou com belo gol, dando a falsa impressão de um placar mais elástico do que, de fato, o jogo mostrou. Ainda assim, o triunfo da equipe de Bérgamo foi merecido.
A Sampdoria até saiu na frente, com Caputo aproveitando investida rápida que pegou toda a defesa da Atalanta desprevenida. O atacante conduziu a bola sem marcação e, com calma, deslocou o goleiro Musso. No entanto, o time mandante não conseguiu se manter à frente por muito tempo. E esta vem sendo uma tônica da Samp na Serie A: até joga bem contra adversários melhores, compete de igual para igual, mas falha demais na defesa. Nesta 10ª rodada, não foi diferente. Primeiro, um cruzamento de Zappacosta se transformou em gol contra de Askildsen, que dividiu o lance com Zapata, ainda aos 17 minutos da etapa inicial. Com 21 no relógio, nova bola alçada por Zappacosta. Em lance praticamente idêntico ao primeiro gol, o camisa 77 recebeu pela direita e colocou na cabeça de Zapata. Dessa vez, o colombiano conseguiu finalizar, marcando o quinto gol dele nesta edição do Campeonato Italiano. Ainda no primeiro tempo, Caputo perdeu grande chance de anotar seu segundo gol no jogo.
A segunda etapa foi menos frenética. Zapata teve nova chance de ampliar, mas acabou mandando para fora. A entrada de Ilicic serviu para cadenciar melhor o jogo a favor da Dea. Sem sofrer praticamente nenhuma investida da Sampdoria na segunda etapa, o time visitante administrou a vantagem no placar. No finzinho, Ilicic premiou-se pela própria boa atuação. O camisa 72 recebeu pela direita, driblou um já cansado Yoshida e fuzilou para as redes com a perna esquerda, anotando um golaço. Com a vitória, a Atalanta chega aos 18 pontos na tabela, na quinta posição. Já a Samp segue com o alerta ligado. Apesar de alguns bons lampejos no campeonato, o time simplesmente não consegue somar pontos: são apenas nove, que deixam o tradicional clube de Gênova na perigosa 15ª colocação.
Udinese 1-1 Verona
Gols e assistências: Success (Arslan); Barák (pênalti)
Tops: Nuytinck (Udinese) e Montipò (Verona)
Flops: Rodrigo Becão (Udinese) e Kalinic (Verona)
O empate por 1 a 1 entre Udinese e Verona certamente tem significados e gostos bem diferentes para cada uma das equipes. A verdade é que o time da casa dominou de forma assustadora a primeira etapa. Foi uma blitz dos bianconeri, que finalizaram 11 vezes contra nenhuma do adversário, mesmo com bem menos posse de bola (35% a 65%). Com passes laterais e nenhuma profundidade, o Hellas foi um time inócuo nos primeiros 45 minutos — e só não levou mais gols graças a duas ótimas defesas do goleiro Montipò.
Na segunda etapa, os gialloblù melhoram um pouco –já que era quase impossível piorar. Ainda assim, não foi uma evolução significativa, ao ponto de merecerem o empate. Na verdade, o gol surgiu de uma falha geral da Udinese, já na parte final do jogo. Primeiro, uma bola perdida no próprio campo de defesa. Depois, Rodrigo Becão deu um carrinho completamente desnecessário, que acertou Barák, dentro da área. A bola já havia sido cortada, e o atacante do Verona sequer teria a chance de finalizar. Com a penalidade marcada, o próprio meia checo foi para a batida e converteu.
O empate aos 38 minutos do tempo complementar foi um balde de água fria para a Udinese, que jogou melhor, mas falhou nas finalizações. Satisfeito com o resultado igual, o Verona só administrou o restante da partida. Na tabela, apenas um ponto continua separando as duas equipes. O Hellas tem 12, na 10ª colocação geral. Com 11, a Udinese segue em 14º, empatada com o Torino, porém abaixo nos critérios de desempate.
Venezia 1-2 Salernitana
Gols e assistências: Aramu (Molinaro); Bonazzoli (Ribéry) e Schiavone (Simy)
Tops: Ribéry e Schiavone (Salernitana)
Flops: Ampadu e Mazzocchi (Venezia)
Na bela Veneza, o time da casa recebeu a Salernitana em duelo de duas equipes que foram promovidas nesta temporada à elite do futebol italiano. No fim das contas, melhor para os visitantes, que venceram por 2 a 1 com gol nos instantes finais e, com o segundo triunfo fora de casa pela Serie A em toda a sua existência, saíram da lanterna do campeonato. A peleja, porém, foi cheia de nuances.
Quem saiu na frente foi o Venezia. Molinaro apareceu de garçom para Aramu finalizar de canhota, mas é preciso mencionar a participação de Okereke na jogada, com um lindo corta luz. O belo gol, logo no início do jogo, animou a torcida no Pier Luigi Penzo. E o placar se manteve assim por um bom tempo. Somente aos 16 da segunda etapa, a Salernitana conseguiu responder à altura. A jogada começou com Ribéry, no canto esquerdo do ataque. O veterano deu até um bonito toque de letra antes de receber de frente para o gol. No entanto, ao invés de finalizar, serviu Bonazzoli, que, também de canhota, bateu no contrapé de Romero e empatou o jogo. Antes disso, ambas as equipes haviam criado oportunidades de gol, mas sem muito perigo.
O roteiro da partida, porém, mudou de forma drástica aos 22 minutos da segunda etapa. Ampadu, que havia entrado após o intervalo, não viu a presença de Ribéry, vacilou e acabou perdendo a bola praticamente na entrada da própria área. Na tentativa de travar a jogada, o jogador do Venezia derrubou o francês e acabou expulso, de maneira direta, por ser o último homem no lance. A decisão foi para o VAR, mas acabou sendo mantida — o que gerou certa polêmica, pois, aparentemente, Ampadu também travou a bola na jogada. O galês, apesar disso, já tinha cartão amarelo e estava abusando das faltas. Correu risco demasiado.
Enfim, com um atleta a mais em campo, a Salernitana começou a gostar do jogo. E, de tanto martelar, conseguiu o gol da virada praticamente no último lance: em cruzamento para área, Romero, que vinha sendo perfeito na partida, errou na saída da baliza e permitiu que o grandalhão Simy desviasse de cabeça. A bola ficou pipocando dentro da área e houve tempo para Schiavone chegar batendo rasteiro. Comemoração efusiva dos jogadores da Salernitana, e o apito final logo depois. Dessa forma, o time entrega a lanterna da Serie A para o Cagliari, mas continua na zona de rebaixamento, com apenas sete pontos. O Venezia, apesar do revés, segue à frente da rival, com oito pontinhos, na 16ª colocação.
Spezia 1-1 Genoa
Gols e assistências: Sirigu (contra); Criscito (pênalti)
Tops: Colley (Spezia) e Criscito (Genoa)
Flops: Provedel (Spezia) e Kallon (Genoa)
Na Ligúria, Spezia e Genoa fizeram um duelo de times levemente desesperados, e com dois tempos distintos. Na primeira etapa, jogo ruim e nenhuma chance perigosa criada. No entanto, tudo mudou aos 14 minutos do segundo período, com a entrada de Colley. Em pouco mais de meia hora, o jogador nascido na Gâmbia — e emprestado pela Atalanta — fez o dobro do que qualquer outro atleta em campo. A começar pelo gol do Spezia.
É verdade que o tento foi confirmado como sendo contra do goleiro Sirigu, pois a bola bateu nas costas do veterano antes de entrar. Contudo, o mérito da jogada foi de Colley, que aproveitou rebote de falta e fuzilou com a perna direita. A bola explodiu na trave antes de rebater no arqueiro. Lance de sorte, mas que premiava, naquele momento, a coragem do Spezia em sair para o jogo. E não parou por aí. Insaciável, Colley criou mais três boas chances de gol. Na melhor delas, aplicou uma meia-lua sensacional no zagueiro Vásquez, mas falhou no chute: na hora de tirar o 10, o jovem atacante acabou pegando embaixo da bola e perdeu oportunidade clara.
E, como todo mundo já está cansado de ouvir, “quem não faz, leva”. O Genoa, pouco efetivo no jogo, aproveitou uma de suas únicas investidas. Caicedo apareceu na frente do goleiro Provedel, que se desesperou e acabou cometendo um pênalti um pouco desastrado. Na cobrança, o capitão e experiente Criscito não desperdiçou, a quatro minutos do término da peleja. O empate não ajuda nenhuma das duas equipes na classificação. Os rossoblù seguem na zona da degola, com sete pontos. Já o Spezia está uma posição acima, em 17º, com oito pontos conquistados em dez rodadas.
Seleção da rodada
Montipò (Verona); D’Ambrosio (Inter), Tomori (Milan), Ayhan (Sassuolo); Darmian (Inter), Lopez (Sassuolo), Ruiz (Napoli), Pellegrini (Roma), Dimarco (Inter); Insigne (Napoli), Berardi (Sassuolo). Técnico: Alessio Dionisi (Sassuolo).