Liga das Nações Seleção italiana

Com erros sucessivos, a Itália sofreu derrota vexatória para a Alemanha pela Nations League

Nesta terça-feira, 14 de junho, a Itália foi superada com facilidade pela Alemanha, em jogo válido pela quarta rodada da Nations League. Com tentos de Kimmich, Gündogan, Müller e doppietta de Werner, os alemães foram dominantes dentro do Borussia Park, em Mönchengladbach, e aproveitaram os erros italianos para vencerem por 5 a 2. Os gols de honra da Nazionale foram anotados por Gnonto e Bastoni.

Na primeira etapa, o jogo até chegou a dar mostras de que seria equilibrado, mas logo a Alemanha demonstrou superioridade. Com força pelos lados, explosão e contra-ataques ferozes, os donos da casa foram mais eficientes e entregaram volume de jogo. Enquanto isso, a defesa da Itália não conseguia se encontrar e teve dificuldade para conter o ímpeto alemão. Através de erros nas tomadas de decisão e também do nervosismo italiano, a esquadra germânica chegou aos 2 a 0 com facilidade.

No segundo tempo, o começo promissor da Itália não durou muito tempo. A Alemanha chegou aos 5 a 0 graças à própria superioridade e à eficiência para chegar à meta defendida por Donnarumma. No entanto, os espaços deixados pela Nazionale e erros sucessivos garantiram a derrota expressiva – a primeira para os germânicos numa partida oficial em toda a história. Os azzurri chegaram aos gols de honra graças ao bom posicionamento de Gnonto, estreante na data Fifa, e Bastoni.

Equipes escaladas

Roberto Mancini escalou a equipe mais jovem em seu período como treinador da Itália, com média etária de 24 anos e 281 dias. Capitão, Donnarumma ocupava o gol, enquanto a dupla de zaga formada por Mancini e Bastoni era apoiada por Calabria e Spinazzola nas laterais. Cristante, Barella e Frattesi faziam a trinca de meio-campo, enquanto o ataque tinha o experiente Politano e os jovens Gnonto e Raspadori.

Do outro lado, o treinador Hansi Flick fez quatro mudanças em relação à equipe que enfrentou a Itália na primeira partida da Liga das Nações. Neuer foi o goleiro titular, protegido pelos zagueiros Rüdiger e Süle, e pelos laterais Klostermann e Raum. No meio de campo, a dupla formada por Gündogan e Kimmich ocupava os espaços atrás do trio composto por Hofmann, Müller e Sané. Werner comandava o ataque.

Inconsistência defensiva foi fatal para a Itália na dura derrota para a Alemanha, em Mönchengladbach (Getty)

O jogo

Aos 6 minutos de jogo, a Alemanha começou a encontrar espaço entre a marcação da Squadra Azzurra com o deslocamento de Sané. No entanto, na finalização, o atleta do Bayern Munique arrematou ao lado do gol de Donnarumma. Na resposta, a Itália desceu pela direita com Politano e, no cruzamento para a área, Raspadori mandou a bola em cima de Neuer. Gnonto tentou a sobra, mas o goleiro alemão fez uma defesa firme.

Diferentemente do primeiro jogo, foi a Alemanha quem abriu o placar em casa. Raum fez um cruzamento rasteiro na área e encontrou Kimmich. O camisa 6 não foi acompanhado pela marcação e aproveitou a abertura na defesa para mandar a finalização por entre as pernas de Donnarumma.

Após o gol, a Alemanha dominou as ações do jogo e garantiu que a Itália ficasse com pouco espaço livre para criar. Além disso, o contra-ataque poderoso garantiu outro susto à defesa italiana. Com espaço pelos lados, Klostermann chegou à área com um passe de Werner e obrigou Donnarumma a trabalhar. A Nazionale se viu presa em sua defesa, enquanto os germânicos faziam pressão contínua na saída de bola. Ciente disso, Mancini sacou Politano e optou por uma linha de três zagueiros, com a entrada de Luiz Felipe. O ítalo-brasileiro foi um dos estreantes da partida.

No entanto, a noite não foi mágica para a Itália. Já no fim do primeiro tempo, Bastoni empurrou Müller dentro da área e o árbitro, que estava de frente para o lance, assinalou a penalidade. Na cobrança, Gündogan não tomou conhecimento de Donnarumma e ampliou o placar com uma bomba no meio do gol.

A Itália voltou para o segundo tempo com duas alterações: Caprari e Scalvini nos lugares de Raspadori e Frattesi. A Nazionale parecia mais ligada, mas os erros defensivos continuaram e a Alemanha anotou o terceiro gol. A sobra de um corte de Spinazzola respingou para Müller e o camisa 13 mandou a bola para o barbante. Ela chegou a bater em Donnarumma antes de morrer no fundo da rede.

A reação parecia distante, até porque a Itália não conseguia superar a marcação alemã. Barella tentou o gol de honra, mas viu a muralha Neuer efetuar um milagre ao salvar a bola em cima da linha. Apesar do lance cinematográfico, o meio-campista estava impedido na origem da jogada.

Nota positiva na data Fifa, Gnonto marcou o seu primeiro gol pela seleção italiana e bateu recorde (Getty)

O placar ficou ainda mais largo quando Gnabry entrou no lugar de Hofmann. O jogador do Bayern Munique cruzou pelo lado esquerdo e Werner, na área, marcou. Para afundar ainda mais a Itália, Donnarumma errou na saída de bola e o próprio camisa 10 fez a roubada, ativando o centroavante do Chelsea, que anotou o seu segundo tento no jogo.

Apesar de ferida, a Itália chegou ao gol de honra graças a Gnonto, de apenas 18 anos. No rebote de Neuer após a finalização de Dimarco, que entrou bem no lugar de Spinazzola, o jogador do Zürich aproveitou para balançar as redes pela primeira vez com a camisa da seleção principal. Aliás, o atacante de origem marfinense se tornou o mais jovem a anotar pela Nazionale, superando o feito de Bruno Nicolè, em 1958.

Nos minutos finais da peleja, Dimarco quase guardou um golaço de fora da área, mas parou em defesa fantástica de Neuer. O lateral da Inter terminaria fornecendo uma assistência pouco depois, quando cobrou escanteio para Bastoni fazer o segundo da Itália na partida. Apesar do resultado vexatório, o período serviu para testes e para encontrar opções dentro da renovação da Nazionale.

Período de testes para Mancini

O objetivo final, de rodar o elenco, promover trocas e testar os jovens que observou em Coverciano, foi alcançado por Mancini. No entanto, o curto espaço de tempo para promover mudanças significativas na seleção foi um dos fatores que possibilitaram a maior goleada na história do confronto entre as equipes. Além disso, foi a primeira vez desde 1957 que a Itália concedeu cinco gols em um jogo: isso não ocorria desde que a Squadra Azzurra fora derrotada por 6 a 1 pela Iugoslávia. O placar elástico põe mais pressão num trabalho que vinha conseguindo devolver tranquilidade ao ambiente após os bons resultados nas rodadas iniciais da Liga das Nações.

Depois da quarta rodada, o Grupo A3 da Nations League tem a Hungria como nova líder da chave, com sete pontos, seguida pela Alemanha, com seis. Em fases parecidas, as duas finalistas da Euro seguem na parte de baixo da tabela. Enquanto a Itália tem cinco pontos, a Inglaterra soma apenas dois e é a lanterna, podendo ser rebaixada para a Liga B se não vencer a Nazionale, em San Siro. As duas últimas jornadas da competição serão realizadas em 23 e 26 de setembro, dois meses antes da Copa do Mundo.

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1 Comentário

  • Não deu para ver o jogo, mas consegui ouvi-lo. E pelo que eu ouvia do jogo parecia que viria um outro 7 a 1.

    Esse passeio da Alemanha e aquele outro passeio da Argentina mostram que a Euro que a Itália ganhou em 2021 foi um belíssimo acidente de percurso.

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