Os erros do passado podem bater na porta e complicar seu futuro. Essa frase pode ser o resumo da Fiorentina na fase de grupos da Conference League: após tropeços e um começo ruim, o time de Vincenzo Italiano se recuperou no final, com quatro vitórias consecutivas. A última foi em cima do RFS, nesta quinta-feira, 3 de novembro, mas o resultado positivo (um 3 a 0) não fez com que a Viola ficasse na liderança do Grupo A da competição.
A partida disputada em Riga, a capital da Letônia, não foi das mais empolgantes. Quem acompanhou os 90 minutos e os acréscimos precisou de muita paciência e, principalmente, disposição: o jogo foi um sonífero, apesar do placar elástico. À exceção dos gols e de outros poucos lances de perigo, a maior parte da peleja foi bastante morna, com as equipes mostrando pouquíssima criatividade ofensiva.
Mas vamos falar do que interessa: os principais lances do jogo. Logo nos primeiros minutos, Saponara cruzou para a área e Barák apenas cabeceou forte, no cantinho esquerdo. Momentos depois, outra ocasião perigosa, mas pela lateral direita: o próprio Saponara fez o passe para Ikoné, mas o jogador chutou fraco e a bola ficou nas mãos do goleiro letão. Ele também perderia outro gol aos 22 minutos, quando arrematou por cima do travessão.
A partida ficou modorrenta após esses lances de perigo. Tanto que o RFS só chegaria com mais força já na casa dos 40 minutos. Após uma falha grosseira da zaga (o que, para quem acompanha essa temporada da Viola até aqui, não é nenhuma novidade), Ilic pulou alto para cabecear e a bola voou raspando por cima do travessão. Passado esse susto, os gigliati precisaram reagir à altura. Em cobrança de escanteio, Barák escorou a bola para Arthur Cabral marcar e chegar a seu terceiro gol nos últimos cinco jogos.
Ainda antes da ida para os vestiários, deu tempo de a Fiorentina assinar uma pintura. Saponara foi carregando a bola e chutou de fora da área, fazendo-a morrer no cantinho da baliza. Golaço do homem do jogo e 3 a 0 para os violetas. Na segunda etapa, com o duelo já quase liquidado, os visitantes não ameaçaram mais. Diferentemente do RFS, que tentou fazer um tento de honra a qualquer custo, mas parou nas boas defesas de Gollini.
O resultado fez com que a Viola se garantisse na fase de mata-mata da competição. Porém, repetindo a frase que abre este texto, os erros do passado complicaram o futuro do time. O empate com o próprio RFS, na primeira rodada, e a surra de 3 a 0 do Istanbul Basaksehir pesaram demais na campanha dos florentinos na Conference League. Depois, veio a recuperação: com as vitórias em cima do Hearts e dos demais adversários, os gigliati mostraram coisas interessantes e fazia sentido sonhar pelo primeiro lugar do grupo. No entanto, os turcos mantiveram a consistência, garantindo também a vaga direta nas oitavas, relegando a Fiorentina aos 16 avos de final.
Consistência é justamente o que falta à Viola, tanto na competição europeia quanto na Serie A – atualmente, a equipe está no meio da tabela. Para um time com tantas promessas no ataque e talento suficiente para conseguir bons resultados, é uma baita decepção.
Como a solidez ainda não foi conquistada, a Fiorentina teve de se contentar com a vice-liderança no Grupo A e com a respectiva repescagem contra um adversário vindo da Europa League. O sorteio dos confrontos será na próxima segunda-feira, 7, mas os possíveis adversários já são conhecidos. Alguns deles podem ser bem perigosos: Braga, Sheriff e o turco Trabzonspor são alguns dos nomes que estão nesse conjunto. Enquanto ainda não sabe quem será seu adversário na próxima fase da Conference League, a Viola se concentra no jogo seguinte pela Serie A, contra a Sampdoria, fora de casa.