Pela segunda rodada da Liga dos Campeões, o Bologna enfrentava um árduo desafio: encarar o prestigiado Liverpool, em pleno Anfield. O time inglês vinha embalado após vencer o Milan por 3 a 1 na primeira jornada da competição e, claro, por ser o líder da Premier League. Já os italianos vivem um contestável início de temporada e não foram páreo para os Reds: perderam por 2 a 0.
Alguns torcedores do Liverpool começaram 2024-25 com algumas ressalvas, já que o técnico Jürgen Klopp encerrou o seu ciclo em Merseyside e deixou incógnitas em seu lugar. No entanto, a boa campanha do novo treinador, Arne Slot, com sete vitórias em oito jogos, vem afastando essas preocupações. Por outro lado, o Bologna, sensação da última Serie A, passa por um momento de instabilidade e não vem se acertando com Vincenzo Italiano, substituto de Thiago Motta. Os rossoblù somam apenas uma vitória até agora, contra o Monza, lanterna do Italianão. Diante disso, seria bastante complicado surpreender o gigante inglês.
Era um clima espetacular na Inglaterra. Anfield estava lotado, e o primeiro tempo trouxe um cenário em que ambos os times buscaram o gol a todo momento. Assim que a bola rolou, o Liverpool mostrou o que estava disposto a produzir, organizando um contra-ataque com seis jogadores já dentro da área do Bologna. Aos 3 minutos, os Reds pressionaram intensamente os emilianos, que, para esta partida, mudaram sua espinha dorsal: passaram do 4-3-3 para o 4-1-4-1, com o objetivo de preencher o meio-campo e dificultar as chegadas dos mandantes. Surpreendentemente, Italiano ainda deixou no banco o artilheiro rossoblù: no lugar do argentino Castro atuou o holandês Dallinga.
Aos 7 minutos, o ponta Orsolini finalizou torto em uma jogada pela lateral do campo de ataque, sem oferecer perigo ao goleiro Alisson. Era a primeira chegada dos rossoblù na partida. Logo em seguida, aos 9, o centroavante Dallinga, após receber um belo lançamento de Miranda, balançou as redes do Liverpool. Porém, por poucos centímetros, estava impedido e o gol foi corretamente anulado pela arbitragem.
O gol anulado mostrou que o Bologna havia cutucado a onça com vara curta, pois, aos 11 minutos, após bela troca de passes entre Núñez e Salah, o egípcio último cruzou para a pequena área e encontrou o meio-campista MacAllister, que apenas empurrou para o fundo do gol. Com muita liberdade, o argentino chegou a articular a jogada antes de aparecer na área para concluí-la, sem ser incomodado.
A resistência do Bologna durou pouco. A recuperação de bola dos Reds após a sua perda era impressionante, assim como a velocidade que seus jogadores impunham ao jogo. Aos 15 minutos, para sorte dos italianos, o Liverpool teve um gol anulado por impedimento, desta vez com Núñez. Aos 18, após um belo passe de Salah pela lateral, Szoboszlai finalizou ao lado da meta defendida por Skorupski.
O Liverpool dominava a partida e, aos 22 minutos, Núñez desperdiçou mais uma boa jogada de ataque dos Reds, ao finalizar para fora. Os Reds giravam o jogo com muito mais fluidez do que o Bologna e exploravam bem os contra-ataques. Era plausível imaginar que uma goleada seria construída na Inglaterra.
Porém, aos 28 minutos, o Bologna finalmente entrou na partida e encaixou momentos de pressão sobre os britânicos. Pressionando a saída de bola do Liverpool, o suíço Ndoye finalizou de fora da área e viu a pelota desviar no zagueiro Konaté antes de beijar o travessão. Na casa dos 30, em uma cobrança de falta pela direita, Orsolini deu um ótimo passe de cabeça dentro da área rival, mas o lateral Posch, seu próprio companheiro, acabou interceptando a jogada. No lance seguinte, o mesmo Ndoye acertou a trave de Alisson e, aos 32, tocou para Urbanski ser parado por uma bela defesa de Alisson.
A etapa inicial foi excelente. Os Reds começaram com todo o seu favoritismo, mas os rossoblù cresceram no jogo, cobrados por um visivelmente agitado Italiano. Ao final do primeiro tempo, ficou claro que o Bologna havia melhorado significativamente ao explorar bem o lado direito da defesa inglesa, com duas bolas na trave e uma no meio da baliza, além do gol anulado por impedimento.
No início do segundo tempo, o Bologna voltou com o mesmo ritmo do final do primeiro e, a partir dos 55 minutos, passou a elaborar jogadas bem trabalhadas. Aos 56, Orsolini arrematou e Alisson precisou se esticar para fazer a defesa. Na sequência, Urbanski avançou pela lateral, mas concluiu sem perigo. Na casa dos 60, Italiano tentou modificar o comportamento da equipe sem alterar drasticamente o modelo de jogo, substituindo Beukema e Urbanski por Casale e Aebischer – o suíço entrou para jogar mais próximo de Ndoye, seu compatriota.
Aos 63 minutos, o Liverpool voltou a assustar com Salah, que arrematou com efeito, buscando o canto de Skorupski. Os Reds tendiam a criar muitas finalizações na entrada da área do Bologna, enquanto MacAllister mantinha o controle da posse de bola no meio de campo. O time da casa parecia administrar o resultado, ainda que os visitantes tentassem se mostrar vivos. Na casa dos 75, então, Salah desferiu o golpe de misericórdia nos felsinei: após uma bela jogada pelo lado esquerdo, confundindo a marcação dos rossoblù, bateu no ângulo direito e, com o chute na gaveta, deixou os ingleses em ótimas condições.
O Bologna não desistiu, apesar da significativa desvantagem, mas as melhores chances até o fim da partida foram do Liverpool. As exceções foram uma cobrança de falta de Orsolini, que desviou na barreira adversária, aos 90 minutos, e uma finalização de Iling-Junior, já aos 92, que passou longe da meta de Alisson.
O Liverpool venceu a partida sem ser brilhante durante os 90 minutos, e o Bologna não parou de lutar, apesar de suas limitações técnicas e do começo de jogo ruim, no qual flertou com a goleada. Seria este um sinal de melhora para o restante da temporada? São cenas que conheceremos nos capítulos seguintes. Na próxima rodada, os rossoblù medirão forças com o Aston Villa, que vem embalado após vencer o temido Bayern de Munique, enquanto o time inglês enfrentará o RB Leipzig, que perdeu para a Juventus.