Cabisbaixos, jogadores da Inter sentiram peso da derrota na Alemanha (Repubblica)

A fase era boa para os italianos na Liga Europa. Pois é, era. Com os resultados desta semana, a empolgação das torcidas com os clubes do país diminuiu, uma vez que apenas uma equipe, o Napoli, conseguiu obter boa vantagem nos jogos de ida do torneio – é favorita a ser a segunda italiana nas quartas, já que uma entre Fiorentina e Roma estão garantidas. Mas Inter e Torino saíram bem atrás e terão de suar nas partidas de volta. Acompanhe.

 

Wolfsburg 3-1 Inter
Inter de Mancini, seu nome é irregularidade. A cada rodada, o discurso
de sempre: mesmo com organização, padrão de jogo, ideia clara do que
fazer, os nerazzurri não conseguem manter o mesmo nível durante os 90
minutos, ou pelo menos em boa parte da partida – nas mais decisivas, ao
menos. Contra um adversário claramente superior fisicamente e que vive ótima fase, os comandados de Mancio foram bravos em responder focando nos
defeitos do Wolfsburg, marcando com pressão e agredindo no início do
primeiro tempo. Assim saiu o gol interista, após saída de bola errada dos alemães e recuperação da posse com
D’Ambrosio. Aí veio a enfiada de Icardi para a diagonal de Palacio, que bateu na
saída de Benaglio. Isso com menos de cinco minutos. Foi assim por mais
ou menos outros quinze, quando a Inter chegou perto de marcar outra vez, com Hernanes.

Porém, como esta Inter nunca dá garantias, as
oportunidades e agressividade não resultaram em mais gols, e o Wolfsburg
pouco a pouco, foi dominando o
jogo e imprimindo a intensidade característica, na medida em que os nerazzurri foram tirando o pé. O domínio logo se
transformou no empate, aos 28, com Naldo. Na marcação por zona na
cobrança de escanteio, nenhum interista se antecipou ou cortou o
cruzamento de De Bruyne e o zagueiro brasileiro testou firme contra o
gol de Carrizo, que não conseguiu espalmar. Um gol que premiou o fato de os Lobo agredirem bastante o flanco esquerdo italiano, onde Santon não recebeu ajuda de Hernanes e ficou em dificuldades por quase todo o jogo.

Na segunda etapa, ritmo alto e “trocação” de
ataques, perigosos por ambos os times. Palacio perdeu gol cara a cara
após jogada de Santon, enquanto Vieirinha e Rodríguez assustaram com
chutes de fora da área. E o pressing de Mancini do primeiro tempo acabou
voltando contra seu time, que não foi capaz de superar isso ou mudar de
estratégia, sem evitar sair com a bola no chão desde o goleiro. Carrizo, que fazia boa Liga Europa até este jogo, errou passe inacreditável, Vieirinha recuperou a bola e passou para
De Bruyne virar. O goleiro argentino e o meia-atacante belga seriam
protagonistas novamente aos 75, quando o camisa 14 cobrou falta
aparantemente fácil de se defender, mas que o camisa 30 deixou passar.

A Beneamata poderia ter saído
da Alemanha em melhores condições, considerando a boa estratégia que
teve e o duelo equilibrado que manteve contra um time com mais ritmo,
força e velocidade em boa parte do jogo. Até o segundo, e fatal, erro de Carrizo. Faltou melhor discernimento no segundo tempo, o que, somado
às mudanças falhas de Mancini, também provocaram a derrota. A entrada de Vidic no lugar de Hernanes e a passagem para o 3-5-2 minaram o meio-campo nerazzurro, que sofreu demais com Caligiuri, Vieirinha e De Bruyne. (Arthur Barcelos)

Napoli 3-1 Dinamo Moscou
O Napoli entrou no San Paolo com o recorde histórico da Liga Europa com cinco partidas seguidas sem sofrer gols. Além disso, a equipe tinha 10 jogos sem perder como mandante em torneios continentais. Mas o jogo mal havia começado e Kuranyi já tinha balançado a rede após cobrança de escanteio. Em oito minutos, o Dinamo quase dobrou a vantagem através do mesmo jogador. Contudo, os partenopei lutaram pelo resultado com uma atuação espetacular de Higuaín.

O argentino empatou o confronto depois de um bom cruzamento de Ghoulam, pela esquerda. No período de seis minutos, Pipita também cobrou pênalti e virou a partida – o árbitro viu falta de Valbuena em Mertens na grande área. No início do segundo tempo, Zobnin foi expulso pelo segundo cartão amarelo. O Napoli aproveitou a vantagem aos 55, com um voleio do argentino de perna esquerda após assistência de Mertens. Com a tripletta perfeita – um gol de direita, outro de canhota e mais um de cabeça –, ele chegou aos sete gols no torneio, como artilheiro da equipe. O resultado deixa o Napoli em uma situação favorável para o jogo na Rússia, ainda mais ao derrotar a equipe que ainda não fora vencida na Europa, na temporada. (Murillo Moret)

Fiorentina 1-1 Roma

No duelo italiano da rodada, a Fiorentina jogou melhor e por pouco não saiu com uma vitória significativa contra a Roma, no Artemio Franchi. Aliás, para os romanos, que perderam o gosto pelas vitórias – venceram apenas um dos últimos nove jogos –, este empate foi precioso, pela forma como a partida se desenrolou e pela possibilidade de a decisão da vaga acontecer em casa, no estádio Olímpico. 

Pressionando desde os primeiros minutos, a viola abriu o placar com um belo gol de Ilicic. De Rossi, que mais uma vez faz péssima temporada, deu um contra-ataque para que a Fiorentina aproveitasse. Após arrancada e passe de Salah, o meia-atacante esloveno bateu forte, no ângulo de Skorupski. Sempre em afã, a Roma viu De Rossi e Manolas saírem contundidos ainda no primeiro tempo – menos mal, para os giallorossi, que Pizarro também sentiu e foi substituído no time adversário. Na segunda etapa, a arbitragem ajudou os visitantes. Primeiro, marcou pênalti inexistente de Neto em Iturbe. Provando outra vez seu poder de decisão, o goleiro brasileiro foi buscar a boa cobrança de Ljajic, voando no canto direito. Porém, pouco depois, Keita puxou um adversário e, sozinho, cabeceou para as redes. O gol irregular deu sobrevida à Roma, que ao menos mostrou futebol melhor na segunda etapa e equilibrou a partida, mesmo sem brilhantismo. Para a volta, duelo aberto. (Nelson Oliveira)

Zenit 2-0 Torino
Com um jogador a menos desde os 28 minutos, o Torino não suportou a pressão do Zenit e foi derrotado por 2 a 0. A equipe granata foi a campo com força máxima, mas a ingenuidade de Benassi, expulso após falta dura em Witsel no campo de ataque fez com que o Torino praticamente entregasse os pontos. Quando iguais numericamente, o time russo já era melhor, mas pouco havia criado, por conta da boa marcação italiana. Com um a mais, o gol não demorou a sair. Padelli rebateu chute de Smolnikov e Witsel aproveitou a sobra para abrir o placar.

O resultado adverso no placar e o número de jogadores reduzido obrigaram Ventura a manter a equipe compacta entre a defesa e o meio campo, com Quagliarella isolado na frente. Sem criar na frente, a equipe italiana sofria na defesa. Depois de suportar quase dois minutos de pressão, o Toro sofreu o segundo gol. Hulk acertou a trave e Criscito completou na sobra para ampliar. O campeão russo soube controlar o jogo e manter a vantagem. Agora, o time de Turim terá de vencer por três gols de diferença, na partida de volta, na próxima semana, para sair com a vaga. (Caio Dellagiustina)

Compartilhe!

Deixe um comentário