A última vitória do time de Turim aconteceu há mais de um mês na capital italiana. Foi na surpreendente goleada por 4 a 1 sobre a Roma, em pleno Olímpico. Com a boa vitória no dérbi, as esperanças se renovaram e os torcedores bianconeri mal podiam esperar pelo grande jogo ante à maior rival, Inter, dali a três rodadas. Porém, logo as esperanças se esvaíram. Já na rodada seguinte, contra o Chievo, em casa, o time de Ranieri tropeçou e conseguiu apenas um empate por 3 a 3, resultado que aumentava a vantagem da Inter para nove pontos e aproximava o rival Milan, diminuindo a diferença para cinco pontos.
Esse era só o início da queda de produção juventina. Na outra semana, os bianconeri foram a Genova e, em um jogo bem disputado, perderam de 3 a 2 para a equipe da casa com um gol no finalzinho de Raffaele Palladino. Como a Inter tropeçou em casa e conseguiu apenas um empate contra o Palermo, a desvantagem aumentou em apenas um ponto. Contudo, o Milan venceu novamente e encostou na classificação, ameaçando a segunda colocação da Juve: a diferença agora era só de dois pontos.
Então, no último sábado, dia 18, aconteceria, em Turim, o jogo do ano para o time do técnico Claudio Ranieri: o derby d’Italia. Com um resultado positivo, a Juve poderia recuperar a moral e terminar a temporada com a cabeça levantada, podendo até contestar a superioridade da Inter. Não foi o que aconteceu. Em um jogo em que a Inter mostrou ser, de fato, o melhor time da competição, com maior volume de jogo, melhor disposição tática e mais talentos individuais, a Juve só conseguiu o empate graças ao gol achado pelo checo Grygera, já nos acréscimos da partida.
Agora a crise mostrava a cara por completo. Os torcedores bianconeri começaram protestos no estádio e sobrou para Balotelli, o autor do gol nerazurro, vítima de xingamentos racistas. Por causa disso, a Juve perdeu um mando de campo e terá que jogar com os portões fechados contra o Lecce, no próximo dia 3. Além disso, com a terceira vitória consecutiva do Milan, a Juve acabava de perder a segunda colocação da Série A, empatada em pontos com o time de Milão, mas atrás no saldo de gols.
Para piorar a situação, o time do capitão Del Piero perdeu, na quarta-feira, a última esperança da temporada: a chance de disputar o título da Coppa Italia. A derrota por 2 a 1 para a Lazio esgotou a paciência dos tifosi bianconeri, que começaram a protestar antes mesmo do final do jogo, disparando contra jogadores, técnico e dirigentes. Sobrou até mesmo para o ex-zagueiro da squadra, Fábio Cannavaro, que pode voltar à equipe na próxima temporada e foi chamado de mercenário pelos torcedores. Porém, o mais contestado foi Ranieri, que ainda assim conta com o apoio dos dirigentes e acredita em sua manutenção para a próxima temporada.
E as causas da crise?
É claro que há um desgaste na relação entre torcedores e técnico, e talvez até entre técnico e jogadores, mas não podemos culpar Ranieri por tudo. Ele até surpreendeu algumas vezes essa temporada, escalando times mais agressivos, vez por outra. Não podemos esquecer que o time da Juventus não comporta muitos desfalques, como ocorreu nesse fim de temporada, afinal, o elenco não é tão bem dotado assim. O time principal dá conta do recado a maior parte do tempo, mas até mesmo pela alta média de idade, quando vai chegando o final da temporada, o desgaste e as contusões aparecem e obrigam o técnico a usar o banco de reservas e, assim, perder qualidade.
A Juve joga as últimas partidas do ano pensando apenas em reconquistar a segunda colocação do campeonato e diminuir um pouco a fúria da torcida. Para isso, luta por uma vitória amanhã contra a Reggina e pega o Lecce, no domingo que vem, sem, no entanto, esquecer da última decisão do ano, no dia 10, quando encara o Milan, em Milão.
estou super curiosa pela “desculpa (ou não( ” do Ranieri. A Juve está devendo futebol!
hehehe
post muito bom!