Em Milão, o time de Leonardo venceu mais uma e não deixou o time de Moruinho escapar na liderança. Beckham voltou à equipe e Bonera atuou pelo lado direito da defesa. O jogo começou com uma Atalanta (19ª, 21) surpreendente: os bergamascos tocavam bem a bola e utilizavam a velocidade dos atacantes, causando algum perigo ao gol de Abbiati. Aos 30′, porém, o ataque do Milan (2º, 54) trabalhou bem pela esquerda, com Ronaldinho e Ambrosini e abriu o placar com Pato, freando o ímpeto nerazzurro. O gol acordou o time da cidade de Milão, que passou a atacar mais e sofrer menos com as investidas da Atalanta. Aos 41’, Pato marcou de novo: Ronaldinho deu belo passe e o atacante brasileiro apareceu sozinho para driblar o goleiro e anotar seu 12º gol no campeonato. No segundo tempo, jogo morno. Valdés conseguiu diminuir para os visitantes logo aos 11’, depois de boa jogada individual, mas cinco minutos depois Manfredini fez falta em Bonera dentro da área e deu ao Milan a chance de matar o jogo. Ronaldinho não o fez na cobrança, defendida por Consigli. Mas Borriello não dormiu no ponto e colocou o rebote do goleiro para dentro. Depois disso, a única coisa a se destacar é a lesão de Pato, que sentiu a coxa direita em um contra-ataque e não enfrentará Roma e Manchester United.
Um pouco mais atrás na tabela vem a Roma (3ª, 52), que perdeu a chance de ganhar os três pontos contra o Napoli (6º, 41) no último minuto do tempo regulamentar, quando os donos da casa levaram o San Paolo à loucura com o 2 a 2 final. A Roma surpreendeu ao ir a campo armada num 3-5-2 que teve como principal mérito segurar o rápido time do Napoli. Os giallorossi surpreenderam os partenopei ao abrirem a boa vantagem de 2 a 0 no segundo tempo, com dois gols originados no setor direito, defendido por Campagnaro: primeiro com Júlio Baptista, de pênalti, e depois com o golaço de Vucinic. Do lado napolitano, a entrada do argentino Denis mudou o jogo. O centroavante entrou muito bem e deu aos donos da casa a referência necessária na grande área, sentida durante quase toda a partida. Com duas cabeçadas quase transformadas em gol, levou perigo a Doni, mas decidiu o placar ao marcar um belo gol de primeira e ao conseguir um pênalti, convertido por Hamsik nos minutos finais. O resultado não foi muito bom para as equipes, mas foi longe de ser inesperado. Foi o sexto empate entre clubes dirigidos por Walter Mazzarri e Claudio Ranieri.
Empate que deixou o jogo da Juventus (5ª, 41) com o Palermo (4º, 43) ainda mais interessante. Quem vencesse se firmaria na zona da Liga dos Campeões, abrindo alguns pontos em relação ao Napoli. E foi o Palermo que se deu melhor: 2 a 0, em Turim. Por causa dos desfalques, Zaccheroni escalou a Juve com Manninger, Candreva e Trezeguet. Do outro lado, Delio Rossi preferiu Hernandez a Cavani para fazer dupla com Miccoli. Em campo, um primeiro tempo bem fraco, com o Palermo se concentrando em se defender, enquanto a Juve não conseguia levar perigo ao gol de Sirigu, com o inoperante Trezeguet. No segundo tempo, os sicilianos decidiram partir para o ataque e incomodaram bastante, com as boas investidas de Pastore e Miccoli. Aquele exigiu belíssima defesa de Manninger e este acertou um chutão de fora da área no ângulo do goleiro, confirmando a alcunha de carrasco bianconero. Para piorar a situação, Grygera bobeou feio e deixou a bola de presente para Budan ampliar. Foi a primeira derrota de Zac no comando da Juventus, que vai à Florença enfrentar a Fiorentina, semana que vem.
Ainda na disputa por vaga nas ligas europeias, a Sampdoria (7ª, 40) perdeu para o Parma (12º, 33) e deixou escapar a oportunidade de entrar na zona de classificação. Del Neri tinha problemas no ataque (Pazzini e Pozzi suspensos e Cassano machucado) e teve que escalar o jovem estreante Stefan Scepovic, apoiado por Mannini. Do lado do Parma, Guidolin não pôde contar com Dzemaili e Paloschi (machucados), Jiménez (suspenso) e Panucci (rescindiu contrato no meio da semana). Na frente, então, escalou Biabiany e Lanzafame para servir Crespo. E foi com esses três que o Parma dominou o primeiro tempo. A boa velocidade de Biabiany incomodava Gastaldello e Lucchini, na defesa. O meio blucerchiato até estava bem postado, mas dali para a frente não criava nada. No segundo tempo, o Parma marcou com Zaccardo, aos 11’, mas quem chamou a atenção mesmo foi o árbitro Rocchi: depois de contato com Galloppa, Mannini caiu dentro da área e o juizão marcou pênalti. Dois minutos depois, porém, voltou atrás, desmarcou a infração e ainda deu cartão amarelo para Mannini, por simulação. A indecisão de Rocchi ainda vai dar o que falar, mas fato foi que o Parma venceu e tirou a chance da Samp, que estava em ascenção, de entrar na zona de classificação da Liga Europa.
O mesmo aconteceu com o outro time genovês. O Genoa (9º, 38) perdeu a chance de encostar mais na zona de classificação para a Liga Europa ao perder em casa por 4 a 3 para o Bologna (14º, 31), que contou com três gols de Adaílton. Mesmo com a chuva, o duelo entre as equipes rossoblù foi quente e cheio de reviravoltas. Suazo aproveitou sobra na área e fez para os donos da casa. Buscè logo empatou, com um gol praticamente idêntico. Sculli colocou o Grifone em vantagem novamente, mas Adaílton, ex-Genoa, aproveitou um erro grave de Dainelli para empatar. Depois de levar o segundo gol, a equipe do Marassi começou a dominar o jogo e marcou o terceiro, quando Suazo completou uma boa jogada iniciada pelo capitão Rossi. O domínio poderia ter ficado maior, caso Palacio tivesse feito com o gol vazio ou se o chute de Zapater não tivesse acertado o travessão. Porém, Adaílton estava endiabrado. O brasileiro empatou a partida com um chute indefensável da entrada da área e foi o artífice da virada: puxou o contra-ataque que deu origem ao pênalti sofrido e convertido por ele mesmo. Dia histórico para o atacante gaúcho, que fez sua primeira tripletta na carreira e, com oito gols, bateu seu recorde de gols numa mesma temporada da Serie A. Méritos também para o goleiro Viviano, que fez uma defesa importantíssima num chute de Palacio, quando o jogo estava 3 a 3.
Quem também perdeu a chance de encostar na zona de classificação da Liga Europa foi o Cagliari (8º, 38), que perdeu para o Chievo (11º, 35). Os gols que decidiram a partida foram os primeiros de De Paula e Granoche na Serie A. O brasileiro abriu o placar na primeira etapa e Granoche fechou a fatura, aos 33’ do segundo tempo. Antes disso, Astori empatou momentaneamente para o Cagliari. O melhor da partida foi o zagueiro Yepes, que além de fazer bem seu trabalho na defesa, ainda participou do primeiro gol do time de Verona. Marcolini e Nainggolan foram expulsos e desfalcam seus times na próxima rodada. Foi a segunda derrota consecutiva dos rossoblù, que vão se afastando da zona Europa.
No sábado, o Catania (15º, 27) venceu o Bari (13º, 32) por 4 a 0 e conseguiu se afastar um pouco da zona de rebaixamento. Com a vitória, os rossoazzurri acumulam cinco partidas sem perder em casa. Nem a ausência de Mascara fez falta ao time do técnico Mihajlovic, que contou com boas atuações de Martínez, Maxi López, Llama e Morimoto, na frente. Dos quatro, só López não marcou. Ricchiuti abriu o placar, logo aos quatro minutos; Llama ampliou, ainda no primeiro tempo; e Morimoto e Martínez fecharam a conta, na segunda etapa. Do lado do Bari, o brasileiro Barreto era o mais perigoso. O atacante teve as melhores oportunidades e chegou até a errar um pênalti, por méritos também de Andújar, que estava numa noite inspirada e evitou, pelo menos, dois gols.
Na outra partida de sábado, a Lazio (17ª, 26) apenas empatou com uma Fiorentina (10ª, 35) muito desfalcada (sem Natali, Gamberini, Santana, Vargas e Gilardino), em jogo fraco, e permaneceu muito perto da zona perigosa. O primeiro tempo dos romanos foi bom, com uma linha de quatro na defesa pela primeira vez sob o comando de Reja. O 4-3-1-2 foi consistente em todas os setores do campo e o domínio laziale foi claro. O erro foi não ter aproveitado a apatia viola e para matar o jogo ainda no primeiro tempo, quando teve chances: já nos acréscimos, Mauri recebeu bom passe de Floccari e perdeu gol feito. Antes disso, Siviglia já tinha aberto o placar, aos sete. Na segunda etapa, a Fiorentina voltou melhor e criou boas oportunidades, contra uma Lazio que só se defendia e contava com a boa atuação do terceiro goleiro Berni. Nos acréscimos, no entanto, o goleirão não segurou mais e Keirrison marcou o primeiro gol dele pelo novo time. Destaque ainda para a expulsão do técnico Reja, por reclamação.
Na briga desesperada pela salvezza, o lanterna Siena (20º, 20) se deu melhor no campo do rival e venceu o Livorno (18º, 23) por 2 a 1, diminuindo a diferença de pontos para seus principais concorrentes, que não venceram na rodada. O dérbi toscano começou com um gol do Livorno, ainda aos 11 minutos, quando Lucarelli converteu o pênalti que ele mesmo sofreu. O resultado tirava os amaranto da zona de rebaixamento e eles sabiam disso: Bellucci corria como se tivesse uns 10 anos a menos e fazia boa partida. Assim como Moro, que, no entanto, estragou a boa performance após receber o segundo amarelo e partir para o chuveiro mais cedo, no início do segundo tempo. A expulsão mudou a história do jogo e o Siena tomou conta da partida. Malesani não pensou duas vezes antes de tirar Ekdal para colocar Calaiò e lançar os bianconeri ao ataque. A troca deu tão certo que foi o próprio Calaiò que conseguiu empatar o jogo, aos 34’. Com um jogador a mais, o Siena era só pressão e, como diz o ditado, “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”: já nos acréscimos, Maccarone virou a partida e deu uma sobrevida aos alvinegros.
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Seleção da 26ª rodada
Júlio César (Inter); Maicon (Inter), Lúcio (Inter), Yepes (Chievo), Alvarez (Catania); Rosi (Siena), Pastore (Palermo), Buscé (Bologna); Martínez (Catania), Pato (Milan), Adaílton (Bologna)
Texto com colaboração de Braitner Moreira e Nelson Oliveira.