Entre as equipes que lutam para fugir do rebaixamento, o time que contar com um jogador que marque gols e tenha poder de decisão larga na frente. O Siena não deslanchou. Muito pelo contrário, ocupa a última posição. Porém, a importante vitória no domingo, fora de casa no dérbi toscano contra o Livorno, redimensionou a temporada dos bianconeri e devolveu ao clube o direito de sonhar com a permanência na Serie A. Agora, mais do que nunca, o Siena terá que contar com os gols do atacante Massimo Maccarone, elemento decisivo para quatro das seis vezes na história que o clube escapou de retornar a Serie B. Big Mac, como é conhecido, é tão importante para a Robur que sua imagem estampa a página de abertura do site do clube.
Naquele mesmo ano, Maccarone faria sua estreia na seleção da Itália, credenciado pelo sucesso e excelente média de gols nas seleções sub-20 e sub-21. Na verdade, o atacante não foi convocado por Giovanni Trapattoni numa lista oficial e só estreou na Squadra Azzurra naquele março de 2002 graças a algumas lesões no elenco que enfrentaria a Inglaterra, em amistoso preparatório para a Copa do Mundo.
Maccarone atuou pela sub-21 num dia e, no posterior, entraria em campo pela seleção principal no segundo tempo do jogo, com apenas 20 anos, sagrando-se como segundo jogador da história a atuar pela Itália sem ter jogado uma partida sequer na elite do campeonato de qualquer país. Sofreu o pênalti que daria a vitória a seu país e só foi convocado mais uma vez para defender a seleção.
A temporada de 2001-02 foi um verdadeiro sucesso para Big Mac, que se transferiu para o Middlesbrough na transferência mais cara da história do clube – 12,7 milhões de euros. Em Riverside, o atacante começou a demonstrar pela numa liga de primeira linha os atributos que lhe fizeram aparecer nas divisões inferiores do futebol italiano.
Versátil (pode jogar em todas as posições do ataque), o italiano alia uma boa dose de velocidade e técnica com bom trabalho com a bola fora da área, sem esquecer do poder de definição com ambas as pernas. Em sua temporada de estreia na Premier League, Big Mac foi titular e artilheiro do time, com nove gols na liga inglesa. No ano seguinte, seu clube sagrou-se campeão da Copa da Liga Inglesa, mas o piemontês sofreu uma lesão séria e jogou menos partidas. Ao fim da temporada, estava de volta a Itália, emprestado pelo Boro ao Parma.
Na Emilia-Romagna, Maccarone fracassou novamente. Como reserva de Alberto Gilardino, fez apenas sete partidas sem marcar gols por uma equipe que lutava contra o rebaixamento. Em janeiro, foi repassado pela equipe inglesa ao Siena, equipe pela qual seria ídolo anos depois. Em seis meses vestindo bianconero, marcou seis gols em 17 partidas, ajudando a equipe a alcançar a salvezza a nove minutos do fim da última rodada. Big Mac ganhou uma nova chance em Riverside, embora fosse a quarta opção de ataque, em favor de Viduka, Yakubu e Hasselbaink.
Mesmo ocupando uma posição desprivilegiada, Big Mac foi decisivo na campanha dos Teesiders no vice-campeonato da Copa da Uefa. Primeiro, marcou o gol que classificou a equipe vermelha e branca nas quartas-de-final contra o Basel. Depois, fez algo ainda mais impressionante: na partida de volta das semifinais, o Boro sofreu dois gols do Steaua Bucareste e precisava de quatro para se classificar. Na segunda etapa, o atacante italiano entrou em campo e foi autor de uma doppietta, com direito ao gol da classificação a dois minutos do fim do jogo.
Mesmo com crédito junto a torcida, Maccarone continuou esquentando o banco do Riverside Stadium na temporada seguinte, marcada por seu retorno a seu país de origem ainda em janeiro. Sem qualquer custo, acertou com o Siena, onde está até hoje.
Em sua segunda passagem pela equipe do Artemio Franchi, Maccarone conseguiu exatamente o que não teve desde que deixou a Itália: a titularidade absoluta. Disputou 11 partidas nos primeiros meses vestindo branco e preto, além de deixar sua marca na dramática partida contra a Lazio, que selou mais uma salvezza apenas nos últimos minutos da última rodada. Na temporada seguinte, Big Mac passou por grande fase e foi o principal jogador do time, com 13 gols marcados para assegurar mais uma sobrevida bianconera na Serie A. Na última temporada, o atacante não fez grande campeonato, mas o Siena salvou-se com certa tranquilidade.
Na temporada atual, o Siena parece passar por fase de recuperação e promete esquentar a briga contra o rebaixamento e Maccarone certamente será importante, já que é um dos principais marcadores desta edição do campeonato italiano, com dez gols. Por causa de seu sobrenome alimentício, digamos, Maccarone muitas vezes não é levado a sério pelos brasileiros que acompanham a Serie A. Porém, tem mostrado durante sua carreira ser um jogador capaz de decidir uma partida em apenas um lance.
Big Mac é um dos melhores finalizadores da Serie A e faz seus gols quase sempre de uma maneira característica: do limite da grande área ou até mesmo um pouco mais de longe, ele corta o marcador e ajeita para a perna direita, batendo na bola com força e precisão. Desde então, o atacante coleciona golaços, como contra Palermo, Udinese e Inter. Contra a Inter, aliás, Maccarone fez uma de suas melhores exibições deste ano e somou dois gols para sua conta. Uma atuação que, se repetida mais algumas vezes, pode ser suficiente para sagrar-se herói da equipe toscana pela quinta vez em sua carreira.
Massimo Maccarone
Nascimento: 6 de setembro de 1979, em Galliate, Itália
Posição: atacante
Clubes: Milan (1997-98), Modena (1998), Prato (1998-99), Varese (1999), Prato (1999-2000), Empoli (2000-02), Midlesbrough (2002-04 e 2005-07), Parma (2004-2005) e Siena (2005 e desde 2007)
Seleção italiana: 2 jogos