Duas partidas atrasadas da Serie A foram realizadas hoje e traziam equipes com diferentes objetivos: enquanto a Inter visitava uma Fiorentina que atravessa seu melhor momento na temporada, com o intuito de continuar seguindo de perto o Milan, Sampdoria e Genoa fizeram um dos dérbis genoveses mais melancólicos dos últimos tempos, já que ambas as equipes não tem mais grandes ambições no campeonato.
Vitórias para o orgulho
No Artemio Franchi, Leonardo escalou Nagatomo como titular da Inter pela primeira vez, na ausência de Thiago Motta, e colocou Zanetti no meio-campo, que tinha a volta de Stankovic desde o primero minuto. Foi através do sérvio que a Beneamata saiu na frente nos minutos iniciais: Stankovic puxou contra-ataque e tocou na direita para Eto’o, que caía por aquele lado para aproveitar espaços com as subidas de Pasqual. O cruzamento rasteiro do camaronês era para Nagatomo, mas o jovem zagueiro Camporese, uma das grandes revelações da temporada, tentou cortar e acabou marcando contra. Após o gol, a Inter tentou administrar a partida, mas Mutu e Santana (e, depois, Ljajic) eram muito incisivos em jogadas que buscavam Gilardino na frente.
Depois de um momento no qual a Inter era melhor, a Fiorentina equilibrou as ações e os nerazzurri passaram a ter dificuldades. O empate viola surgiu de um lance casual, quando Pasqual cruzou na área, Córdoba não se antecipou a Gilardino e a bola acabou passando por todo mundo, enganado Júlio César. O domínio dos donos da casa continuou também na primaiera parte da segunda etapa e, enquanto o colombiano fazia mais uma partida abaixo da média, Ranocchia segurava o resultado, com intervenções precisas frente a Gilardino e Mutu. O zagueiro umbro foi o melhor em campo e tem engatado uma sequência de ótimas partidas, o suficiente para se firmar como titular da Inter. No futuro, muito provavelmente Lúcio e Samuel terão de disputar uma vaga entre os onze.
Durante a maior parte do jogo, o meio-campo da Inter praticamente inexistiu. Após a má partida em Turim, Sneijder continuou sumido, anulado por Donadel, e o papel de criar e definir jogadas muitas vezes cabia, surpreendentemente, a Stankovic, que tem confirmado a boa fase. Déki ainda surpreendeu ao permanecer em campo até os minutos finais, contrariando a previsão iniciail de que jogaria por no máximo 45 minutos. A vitória florentina no setor era clara e foi preciso que Samuel Eto’o tirasse da cartola mais uma grande jogada para definir a partida: aos 16 minutos da segunda etapa, o atacante driblou Camporese e cruzou rasteiro para que Pazzini desse números finais à partida e colocasse a Inter a cinco pontos do Milan, sem partidas a menos.
A partir daí, a Fiorentina, que jogou de igual para igual contra a atual campeã, acusou o golpe e pouco foi para cima, o que deixou o técnico Sinisa Mihajlovic inconformado no banco de reservas. Se nenhum ponto foi conquistado, ao menos a atuação foi positiva e marca que a Fiorentina parece, enfim, ter se reencontrado. E o time deve melhorar ainda mais: Vargas pode voltar ao time na próxima rodada e Jovetic e Frey devem estar aptos para jogar dentro de um mês. No banco da Inter, por sua vez, um Leonardo à Mourinho: agitado, inquieto e com muitas orientações para o time, nada brilhante desta vez. Sempre quieto e aparentemente muito calmo, não se acostumou com tanta gritaria e acabou o jogo afônico e não conseguiu nem mesmo dar entrevistas.