Toldo sempre se aproveitou de seus 1,96m para executar defesas com enorme segurança. Além da boa estatura, o goleiro também mostrou ótimos reflexos e uma incrível capacidade de pegar pênaltis. Fora de campo, sempre foi um líder, que era muito querido pelos companheiros. Toldo passou por Milan, Verona, Trento, Ravenna, antes de jogar por Fiorentina e Inter, onde conquistou títulos e o respeito das torcidas.
O ex-goleiro iniciou a trajetória futebolística de uma das formas mais tradicionais possíveis: procurou as divisões inferiores de uma equipe da região que nasceu. Primeiro no USMA de Caselle e, depois, no Montebelluna, até aos 16 anos, se transferir para o Milan. Muito jovem, não foi aproveitado pelos rossoneri, que preferiram emprestá-lo. Primeiro para o Verona, onde era o terceiro goleiro. Depois, Toldo ganhou a oportunidade de ser titular no pequeno Trento, que jogava a Serie C2.
Na temporada 1991-92, os aquilotti não conseguiram o acesso à Serie C1, mas tiveram a segunda melhor defesa do campeonato, com apenas 24 gols sofridos. Toldo, que tinha apenas 20 anos, foi titular em todas as partidas e realizou um de suas melhores partidas justamente contra o Ravenna, que conseguiu o acesso e acabou o contratando. Na disputa da terceira divisão, o goleiro foi fundamental para a segunda promoção consecutiva dos giallorossi da Romanha, liderando uma das melhores defesas da competição.
As boas exibições o colocaram na Fiorentina, que havia caído para a Serie B. A equipe viola ficou apenas um ano na segunda divisão, já que teve Batistuta como artilheiro da competição e ainda contou com a melhor defesa, liderada por Toldo. Ao final da temporada 1993-94, o goleiro foi convocado para a seleção italiana sub-21, que disputou a Eurocopa da categoria, na França.
A campanha italiana, que teve Toldo como titular dos azzurrini, foi concluída com uma vitória contra Portugal, que tinha Luis Figo, João Pinto e Rui Costa. Foi defendendo a meta contra a geração de ouro portuguesa que Toldo conseguiu seu único título por alguma seleção italiana.
Em nível do clubes, a primeira conquista do goleiro com os gigliatti foi a Coppa Italia 1995-96, com vitória na final sobre a Atalanta. A defesa comandada por Toldo novamente se destacou e sofreu apenas três gols na competição. No início da temporada seguinte, a Fiorentina ainda venceu a Supercoppa contra o Milan, graças a uma doppietta de Batistuta.
Com Trapattoni no comando, a Fiorentina alcançou a terceira posição da Serie A em 1998-98 e se classificou para a Liga dos Campeões, uma grande conquista que coroava o alto investimento do clube na década de 90. O último título do goleiro aconteceu em 2001, quando a Fiorentina venceu uma Coppa Italia, mesmo afundada em crise. Já sem o artilheiro argentino, o protagonismo ficava com Rui Costa, mas Toldo era um dos pilares do time e um dos mais queridos pela torcida florentina.
Na Nazionale, Toldo teve de se acostumar com a reserva, já que disputava posição com Buffon. Reserva imediato de Gigi, ele participou de três Eurocopas (1996, 2000 e 2004) e de duas Copas do Mundo (1998 e 2002). Convocado como terceiro goleiro para o Mundial de 1998, após a lesão de Peruzzi, Toldo viu novamente o azar agir contra um colega de posição. A lesão de Buffon pouco antes da Euro 2000 colocou Toldo como titular da equipe, treinada pelo lendário Dino Zoff.
A ausência de Buffon, no entanto, não enfraqueceu a seleção. Toldo vinha em grande fase – havia feito uma partida memorável contra o Arsenal na Liga dos Campeões 1999-2000 – e não decepcionou. Nas semifinais da Euro, contra a Holanda, Toldo teve atuação impressionante. Pegou um pênalti e teve outro cobrado em sua trave no tempo normal, concluído em 0 a 0, com a Itália com 10, após a expulsão de Zambrotta. Na disputa de penalidades, ele brilhou ao fazer duas defesas e garantir a Squadra Azzurra na final. Foi a primeira vez que a Itália se classificou nos pênaltis em toda a sua história. Contra a França, na finalíssima, não deu para a Nazionale.
Toldo deixou a Fiorentina em 2001, após oito anos de clube, com a crise financeira que se abateu na sociedade e a levou a falência, tendo de recomeçar profissionalmente na Serie C2. O goleiro foi para a Inter, que vivia uma fase sem títulos e não ganhava nada desde a Copa Uefa de 1997-98. Toldo chegava com a responsabilidade de fazer a torcida esquecer de Pagliuca, que havia sido o último a marcar época sob as traves interistas.
Em 2002, o goleiro protagonizou um lance impressionante contra a Juventus, em partida válida pela Serie A. O camisa 1 interista marcou o gol de empate, no último lance da partida após confusão na área, dando justiça ao placar após pênalti mal marcado sobre Camoranesi, que Del Piero convertera. Dois anos depois, quando fez grande partida contra o Valencia, na Liga dos Campeões, a torcida da Inter rebatizou o estádio Mestalla de Praça de Toldo. A partir daí, não havia mais dúvidas que Toldo se tornaria ídolo.
A primeira taça em nerazzurro foi a Coppa Italia em 2004-05. Toldo, titular absoluto à época, só jogou as duas partidas da decisão contra a Roma, quando não sofreu gols. No início da temporada seguinte, foi campeão da Supercoppa, contra a Juventus, em sua última temporada como titular, quando já tinha 34 anos. Toldo perdeu o posto no ano do primeiro scudetto do pentacampeonato interista, vencido no tribunal, quando Julio Cesar assumiu a vaga.
Mesmo longe da equipe titular e recebendo algumas propostas para deixar a Inter, Toldo nunca pensou em abandonar os nerazzurri. O goleiro ainda aparecia quase sempre no onze inicial de partidas da Coppa Italia, mas nas últimas quatro temporadas, jogou por 35 vezes, apenas 12 na Serie A. Seu desempenho em campo caía, com a falta de ritmo de jogo, mas no vestiário, Toldo continuava influente.
Ao final da temporada 2009-10, que resultou na Tríplice Coroa da Beneamata, os indícios da aposentadoria do camisa um aumentaram. Finalmente, no dia 7 de julho, Toldo anunciou que penduraria as luvas em uma entrevista ao canal oficial da Inter. O ex-jogador continua vinculado à Inter, participando ativamente no projeto social do clube, o Inter Campus, e o representando em diversos eventos públicos.
Francesco Toldo
Nascimento: 2 de dezembro de 1971, em Pádua, Itália
Posição: goleiro
Clubes como jogador: Milan (1987-1993), Verona (1990-91), Trento (1991-92), Ravenna (1992-93), Fiorentina (1993-01) e Inter (2001-10)
Títulos: Coppa Italia (1995-96, 2000-01, 2004-05, 2005-06 e 2009-10), Supercoppa italiana (1996, 2005, 2006 e 2008), Serie A (2005-06, 2006-07, 2007-08, 2008-09 e 2009-10), Liga dos Campeões (2009-10) e Europeu Sub-21 (1994)
Seleção italiana: 28 partidas e 15 gols sofridos