Ser técnico de futebol não é tão simples quanto pensa, Leonardo. Que o brasileiro nunca foi unanimidade como treinador de futebol já se sabia. No Milan, onde foi ídolo como jogador e teve papel importante como diretor técnico, não teve grandes resultados e saiu por divergências com Silvio Berlusconi. O único ano como treinador, função para a qual foi catapultado pelo próprio primeiro-ministro italiano, não foi suficiente para que Leonardo se decidisse sobre qual função gostaria de ocupar: ele sempre declarava que havia se tornado técnico por acaso.
Seis meses depois de deixar o Milan, não foi bem o acaso que o levou para o outro lado de Milão. Meses após recusar uma proposta da Roma, um Leonardo ainda indeciso sobre sua vocação profissional substituiu Rafael Benítez na Inter. Seu passado rossonero foi poucas vezes colocado em questão pela torcida interista, enquanto milanistas hostilizavam Leo desde o anúncio oficial da Inter, em pleno Natal, até a comemoração de Gattuso e Abate pelo scudetto, passando pelo dérbi de Milão.
Apesar de ter feito o vestiário interista ficar coeso, vencer a Coppa Italia e ser reconfirmado pelo presidente Massimo Moratti, que lhe estimava mesmo quando estava no Milan, Leonardo mantinha as dúvidas sobre seu futuro. Dúvidas que também eram alimentadas pelos incessantes rumores de que Leonardo poderia tornar-se diretor da Inter caso José Mourinho retornasse.
Quando tudo parecia encaminhado para que Leonardo iniciasse a próxima temporada na Inter, desde a montagem do elenco, uma proposta do Paris Saint-Germain, comprado por xeques qatarianos, fez com que Leonardo tomasse uma decisão: voltará a ser diretor e assumirá o cargo de diretor geral do clube parisiense, onde também foi ídolo, e terá 150 milhões de euros em caixa para investir em contratações. Largando a Inter no início da pré-temporada, em um momento em que a equipe precisa se renovar para voltar a vencer, Leonardo perdeu também a estima dos nerazzurri, que havia conquistado em tão pouco tempo. Terá sido por isso que foi pego dirigindo alcoolizado no Rio de Janeiro? Fato é que, para Leonardo, não existe oração para salvá-lo do ódio de Milão.
belo texto, Nelson. como interista, prefiro que venha Hiddink.
aliás, o Bielsa havia acertado um pré-contrato com o Sevilla, não?
abraço e, mais uma vez, parabéns p/belo texto
Genial e oportuna a comparação com a música-chiclete "Oração".
Parabéns.
Obrigado!
Jairo, ele chegou a negociar com o Sevilla e a Real Sociedad, mas o pré-contrato foi com o Athletic mesmo.