A campanha: 6ª colocação, 63 pontos. 18 vitórias, 9 empates, 11 derrotas
Ao fim de 2010: 5ª colocação
Fora da Serie A: Eliminada nas semifinais da Coppa Italia pela Inter, eliminada nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões pelo Shakhtar Donetsk, vice-campeã da Supercopa italiana.
O ataque: 59 gols, o quarto melhor
A defesa: 52 gols, o quarto pior
Time-base: Doni; Cassetti, Burdisso, Juan, Riise; De Rossi, Perrotta, Simplício; Ménez (Taddei); Totti, Vucinic (Borriello)
Os artilheiros: Francesco Totti (15 gols), Marco Borriello (11), Mirko Vucinic (10)
Os onipresentes: John Arne Riise, Francesco Totti e Marco Cassetti (ambos com 32 partidas)
Os técnicos: Claudio Ranieri (até a 21ª rodada), Vincenzo Montella (a partir da 22ª rodada)
O decisivo: Francesco Totti
A decepção: Daniele De Rossi
A revelação: ninguém
O sumido: Philippe Mexès
Melhor contratação: Fábio Simplício
Pior contratação: Adriano
Nota da temporada: 5
Poucos times carregam tamanha capacidade de alterar da água para o vinho quanto a Roma. Se na temporada anterior os giallorossi chegaram a assumir a ponta e entregar o título à Inter, dessa vez o ano foi de mau a pior. Início conturbado, falsa recuperação e queda definitiva circularam por um ambiente já deturpado pelo desconhecimento gerado graças à venda do clube. Ranieri não aguentou e caiu, refém de um elenco bastante envelhecido – o de faixa etária mais avançada da Serie A – e jogadores muito aquém de seu ápice. Para o seu lugar, o ídolo Montella foi chamado e conseguiu levantar um pouco a campanha inconfiável dos romanistas, tendo como principal mérito a ressurreição de um Totti que passara meia temporada de forma tenebrosa. Grosso modo, a Roma começou mal, se recuperou, deu indícios de que brigaria pelo título, voltou a cair, voltou a melhorar e então pifou de vez; sem título, sem Coppa, sem Liga dos Campeões.
Num ano tão oscilante, fica difícil levantar destaques positivos. Borriello e Ménez começaram bem e sumiram; Totti demorou meses para esquentar; Vucinic viveu momentos de céu e inferno e os portos seguros de anos atrás já não seguram a barra. Mexès confirmou sua decadência com outra temporada fraca, anos-luz de distância do zagueiro ágil e técnico que um dia fez dupla com Chivu. De Rossi foi um capítulo negativo à parte: nervoso, caneleiro, distraído. Irreconhecível. De resto, sobram nomes descartáveis: Juan vai mal, Burdisso não repetiu sua última temporada, Perrotta veio trágico; Taddei, Pizarro, Brighi e até Riise parecem ter perdido o pique. Se Menéz dava indícios de ser o grande nome da equipe, o relacionamento com Montella não ajudou. O francês, que de convivência não se mostra bem um craque, perdeu espaço e foi praticamente deixado de lado, mesmo sendo o atleta com projeção mais otimista no elenco.
Elenco, aliás, que contou com Adriano por seis meses, numa das contratações mais fracassadas da Serie A moderna. O atacante saiu tal qual havia desembarcado: gordo e sem gols. Simplício, por sua vez, mostrou-se um investimento digno: vindo de graça, o brasileiro participou bem e ainda marcou algumas vezes. Assistir à Roma tornou-se cansativo e modorrento: a equipe 2010-11 não teve pegada, agilidade, entrosamento ou nenhum atributo notável. Não por acaso vê-se que reforços para quase todos os setores do time tem sido constantemente especulados pela imprensa. De salto positivo ficam as vitórias sobre os milaneses, no primeiro turno, e os dois dérbis conquistados. Agora, a venda do clube permite pensar em recomeço. Para isso, todavia, há muito a ser reestruturado para devolver a alma de um clube desnorteado de uma ponta a outra.