Na segunda parte do nosso guia para a temporada, damos destaque a mais dez equipes que jogarão a Serie A 2011-12. Hoje, falaremos da dupla de Roma, que vem cheia de novidades, além do reforçadíssimo Napoli e da Udinese, que tenta ser a sensação da temporada mais uma vez. E, claro, também analisamos o campeão Milan, favorito ao bicampeonato. A primeira parte você pode ler aqui. Boa leitura!
Guia da Serie A 2011-12, parte 2
Lazio
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico (72698 lugares)
Em 2010-11: 5ª colocação
O cara: Hernanes (meio-campista, foto)
A promessa: Sani Emmanuel (atacante)
O técnico: Edy Reja (3ª temporada)
Principais reforços: Miroslav Klose (a, Bayern de Munique), Djibril Cissé (a, Panathinaikos) e Federico Marchetti (g, Cagliari).
Principal perda: Stefan Lichtsteiner (ld, Juventus)
Time-base (4-2-3-1): Marchetti; Konko, Biava, André Dias, Radu; Brocchi, Ledesma (Matuzalém; Cana); Mauri, Hernanes, Cissé; Klose.
Na última temporada, o time laziale ficou com a amarga sensação de que poderia ter feito mais. A equipe figurou na zona de classificação da Liga dos Campeões por praticamente todo o campeonato, mas no final teve de se contentar com a Liga Europa, o que já foi um grande feito, para uma equipe que nos últimos anos vinha mal. Com o moral renovado, hoje a Lazio mira efetivamente a conquista de uma vaga europeia e, para isso, a diretoria reforçou muito bem a equipe, que passa a ter mais opções em todas as posições.
Os reforços começam a partir do extremo defensor. No gol, Muslera, que nunca fora unanimidade, dá lugar ao sedento Marchetti, que quer provar que pode chegar novamente à seleção, se lhe for dada uma boa sequência de jogos. Na linha defensiva, novidades nas laterais: Konko chega do Genoa para substituir o regular Lichtsteiner, que saiu para a Juventus, e terá as sombras de Stankevicius e Scaloni. Do outro lado, a Lazio tem cinco opções (Radu, Lulic, Cavanda, Garrido e Zauri) e poderia ter se desfeito pelo menos dos dois últimos. A abundância de nomes não se vê na defesa, com Biava e André Dias, que continuam sem substitutos a altura. No meio-campo, o recém-chegado Cana briga por uma vaga com Matuzalém, González e Brocchi., já que Ledesma é titular absoluto no novo 4-2-3-1 de Reja. Com isso, Hernanes ganha ainda mais liberdade para ajudar Mauri na criação das jogadas.
No ataque, Zárate e Floccari acabaram saindo, já que não entravam nos planos de Reja. A política para contratações no setor foi a de que “panela velha é que faz comida boa”. Os experientes Klose e Cissé são exatamente o tipo de jogador de que o time se ressentia na última temporada: aquele centroavante com faro de gol. Importante ter os dois ao lado de Sculli, Rocchi e Kozák, já que a temporada é longa e ambos já não são jovens. Com esse poderio, o time mostrou na vitória sobre o Rabotnicki por 6 a 0, pela Liga Europa, que vem forte. De acordo com o presidente Claudio Lotito, o objetivo é chegar ao título da competição europeia. Ao menos, a Lazio irá incomodar. (Anderson Moura)
Lecce
Cidade: Lecce (Apúlia)
Estádio: Via del Mare (33876 lugares)
Em 2010-11: 17ª colocação
O cara: Rubén Olivera (meia-atacante)
A promessa: Luis Muriel (atacante)
O técnico: Eusebio Di Francesco (1ª temporada)
Principais reforços: Júlio Sérgio (g, Roma), Moris Carrozzieri (z, Palermo) e Massimo Oddo (ld, Milan).
Principal perda: Gianni Munari (m, Fiorentina)
Objetivo: evitar o rebaixamento
Time-base (4-3-2-1): Júlio Sérgio; Oddo, Carrozzieri, Esposito, Mesbah (Brivio); Strasser, Giacomazzi, Bertolacci; Olivera (Piatti), Di Michele; Corvia.
Escapando do rebaixamento por pouco na temporadas, o Lecce resolveu mudar para esta temporada. A começar pelo técnico. Eusebio Di Francesco, campeão como jogador pela Roma, em 2001, substitui Luigi De Canio, grande responsável pela manutenção da equipe na Serie A, que percebeu que a sociedade não lhe ofereceria garantias para continuar seu projeto. A família Semeraro deixou o clube após 16 anos à sua frente e o Lecce agora é administrado por um consórcio – por isso o clube só assinou com jogadores por empréstimo ou a custo zero. Rosati abandonou a meta dos giallorossi e assinou com o Napoli, mas o time não perdeu em qualidade graças a chegada de Júlio Sérgio, emprestado pela Roma.
Além da chegada do brasileiro, o clube fechou outros reforços para a defesa, que foi a mais vazada do último campeonato. O zagueiro Carrozzieri, que só disputou uma partida nos últimos dois anos (estava suspenso por uso de cocaína) e Esposito, que jogou pouco pelo Bologna, devem ser os titulares, o que não leva alento algum à torcida. Na lateral-direita, Oddo chega para dar mais experiência ao setor. O meio-campo, no entanto, deve ser a parte mais forte do time, com o capitão Giacomazzi e os bons jovens Bertolacci (que retorna após longa negociação com a Roma), Giandonato e Strasser, emprestados por Juventus e Milan, respectivamente.
Para o setor criativo, Olivera deve continuar dando as cartas quando voltar de lesão e, ao lado de Piatti, deve ter muito trabalho, já que Munari, peça fundamental da última temporada, deixou o clube rumo à Fiorentina. Jeda e Chevantón deixaram a equipe e as opções para o ataque são, além de Olivera e Piatti, que chegam mais de trás, Corvia, Di Michele e os jovens Muriel, destaque da Colômbia no Mundial sub-20, e Pasquato, que fez ótima Serie B pelo Modena e vinha se destacando na pré-temporada da Juventus. A seu favor, os salentini tem o rejuvenescimento da equipe, que conta agora com diversos jogadores abaixo dos 25 anos. Nas rodadas finais, se o time precisar daquela correria a mais, um melhor preparo físico pode fazer a diferença. (AM)
Cidade: Milão (Lombardia)
Estádio: San Siro (82995 lugares)
Em 2010-11: campeão
O cara: Thiago Silva (zagueiro, foto)
A promessa: Stephan El Shaarawy (meia-atacante)
O treinador: Massimiliano Allegri (2ª temporada)
Principais reforços: Philippe Mexès (z, Roma), Taye Taiwo (le, Marseille) e Stephan El Shaarawy (m, Padova).
Principal perda: Andrea Pirlo (m, Juventus)
Objetivo: título
Time base (4-3-1-2): Abbiati; Abate, Nesta (Mexès), Thiago Silva, Taiwo; Gattuso, van Bommel, Seedorf (Ambrosini); Boateng; Pato (Robinho), Ibrahimovic.
Inter sem Eto’o, com técnico e esquema novo, Juventus idem. Se fosse apenas pelos rivais, o Milan já começaria a temporada como favorito, por ser o único a não apresentar grandes mudanças desde 2010-11. As novidades dos rivais realmente ajudam a equipe de Milanello, que também se tornou mais forte, mexendo pouco no elenco, sem gastar quase nada. Mexès e Taiwo, reforços que devem fortalecer ainda mais a melhor defesa do último campeonato, foram contratados a custo zero. El Shaarawy, uma das grandes revelações do futebol italiano, valeu o investimento de cerca de 10 milhões de euros e aumenta o poder de fogo de um setor que já era forte com Ibrahimovic, Pato, Robinho e Cassano, e ainda terá o retorno do veterano Inzaghi, que estava lesionado.
A fórmula para conquistar o bicampeonato seguirá a mesma. Allegri não mexeu no esquema tático da equipe e contará com a mesma espinha dorsal da última temporada. Thiago Silva continua sendo o pilar da defesa rossonera, e agora terá como objetivo fazer uma grande Liga dos Campeões. Assim como Ibrahimovic, que começou a pré-temporada voando e deseja não repetir o desempenho do último ano, quando fez um excelente primeiro turno e caiu demais em 2011. No meio-campo, reforçado por Nocerino no último dia do mercado, Seedorf jogará de vez na função de Pirlo, ajudando um Boateng em franca evolução a armar as jogadas.
Muito se falou durante a pré-temporada que o Milan contrataria um meio-campista que atuasse pela esquerda. O Mister X, como ficou conhecido, diziam, poderia ser Ganso, Hamsík e até Montolivo. No fim das contas, com o elenco quase fechado, ele acabou sendo mesmo Aquilani, que há três anos quase não joga bem, mas que chega emprestado e com obrigação de compra apenas se jogar 25 partidas, o que limita os riscos de um potencial fracasso do jogador. Convenhamos, se Seedorf e Boateng mantiverem o nível da última temporada, quem precisa de Aquilani? (Nelson Oliveira)
Napoli
Cidade: Nápoles (Campânia)
Estádio: San Paolo (76824 lugares)
Em 2010-11: 3ª posição
O cara: Edinson Cavani (atacante)
A promessa: Federico Fernandez (zagueiro)
O treinador: Walter Mazzarri (3ª temporada)
Principais reforços: Gökhan Inler (v, Udinese), Miguel Ángel Britos (z, Bologna) e Blerim Dzemaili (m, Parma).
Principal perda: Michele Pazienza (v, Juventus)
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Time base (3-4-2-1): De Sanctis; Campagnaro, Cannavaro, Fideleff (Britos; Fernández); Maggio, Dzemaili (Gargano), Inler, Dossena; Lavezzi, Hamsík; Cavani
Repetir o sonho que virou realidade na última temporada. Essa é a missão mais do que possível do Napoli na Serie A que começa. Dividindo seu tempo tempo entre o Italiano e a Liga dos Campeões, os partenopei terão em 2011-12 a responsabilidade de manter o ótimo nível que levou a equipe de volta à disputa das primeiras posições e, principalmente, à Europa. Com uma atuação quase impecável no mercado, os azzurri parecem garantir no papel o posto de time que irá incomodar os grandes na disputa pelo título, condição que assumira no final de década de 1980 e que há tempos já não dava as caras no clube sulino. Um momento absurdamente especial para a fanática torcida napolitana.
Nas compras feitas no mercado, é destaque a contratação do meio-campista Gökhan Inler. Um dos pontos vitais para a ótima campanha da Udinese em 2011-12, o suíço chega com status de estrela e condição para melhorar a já consistente chegada dos partenopei ao campo de ataque, sobretudo por causa da parceria com o conterrâneo Dzemaili, que chega do Parma para lutar por uma vaga de titular. Quando Gargano ou Donadel estiverem em campo, serão mais responsáveis por carregar o piano no meio-campo, e o “leão” Inler poderá – e deverá – usar seu fôlego quase que inesgotável para ser praticamente um terceiro elemento na armação da equipe ao lado de Hamsík e Lavezzi, que terão ainda mais possibilidade de apoiar o matador Cavani nas chegadas ofensivas. Uma arma que eleva ainda mais as chances napolitanas na Serie A e que deverá dar ao time algum horizonte mais longínquo na Europa.
E se reforçou o elenco em alto nível, o Napoli também garantiu a manutenção de peças-chave que foram bastante cobiçadas no mercado – Hamsík em destaque. Resta agora saber até onde as cobranças por uma nova temporada em alto nível atrapalharão o Napoli. É sabido que o time tem muitas condições de se manter no topo, disputando inclusive o scudetto, como fez em boa parte da última temporada. Mas a pressão por bons resultados crescerá muito e caberá a Mazzarri, que vai se consagrando como um dos grandes técnicos do Belpaese, e aos jogadores mais experientes do elenco segurar a bronca de uma torcida e uma imprensa que não se contentarão mais somente em não fazer feio, como vinha sendo praxe: o Napoli investiu e tem time para fazer bonito em 2011-12. (Leonardo Sacco)
Cidade: Novara (Piemonte)
Estádio: Silvio Piola (10106 lugares)
Em 2010-11: 3ª colocação da Serie B
O cara: Marco Rigoni (meio-campista, foto)
A promessa: Andrea Mazzarani (meia-atacante)
O treinador: Attilio Tesser (3ª temporada)
Principais reforços: Massimo Paci (z, Parma), Takayuki Morimoto (a, Catania) e Pablo Granoche (a, Chievo)
Principal perda: Cristian Bertani (atacante)
Objetivo: evitar o rebaixamento
Time base (4-3-1-2): Ujkani; Morganella, Paci, Dellafiore, García (Gemiti); Giorgi, Porcari, Rigoni; Mazzarani; Granoche (Jeda; Meggiorini), Morimoto.
Após 55 anos ausente o Novara está de volta à Serie A. Se para a Serie B de 2010-11 o clube apostou na manutenção da base campeã da Lega Pro Prima Divisione no ano anterior, desta vez, os principais jogadores da conquista não vestirão azzurro no retorno do clube. Com o segundo melhor ataque da última Serie B, os piemonteses acabaram vendo o Bertani, artilheiro do time na Serie B com 17 gols, transferir-se para a Sampdoria e González, vice-artilheiro, transferiu-se para o Siena, via Palermo, depois de ter assinado com os rosanero em janeiro.
Para cobrir as baixas no setor, os azzurri foram ao mercado e trouxeram quatro reforços com alto risco de investimento – até por isso, três deles chegam por empréstimo. Jeda vem do Lecce; Granoche, do Chievo; Meggiorini, do Genoa e apenas Morimoto, ex-Catania, chega em copropriedade. Em comum, todos eles não fizeram uma boa Serie A em 2010-11 e, ao todo, marcaram sete vezes – quatro deles, anotados por Jeda. Os quatro brigarão pelas duas vagas do ataque, no 4-3-1-2 armado por Attilio Tesser, técnico que há mais tempo está no comando de um time da elite – há 2 anos e 3 meses. Ainda no setor ofensivo, o meia Mazzarani chega da Udinese por empréstimo e deve colaborar com o ataque, pois na última Serie B, jogando pelo Modena, marcou nove vezes.
A defesa também recebeu reforços, que chegam com status de titular. Paci e Dellafiore deverão formar o novo miolo de zaga. Na lateral-esquerda, García, emprestado pelo Palermo larga na frente na briga pela titularidade da posição. No setor, a predominância de ex-jogadores do Palermo continua, já que o goleiro segue sendo o albanês Ujkani e o jovem suíço Morganella, continua como dono da lateral-direita. No meio-campo, o camisa dez Rigoni e Porcari ganham a companhia de Giorgi. O volume de contratações, apesar de grande, não enche os olhos de ninguém – a saída do diretor técnico Pasquale Sensibile, que foi para a Sampdoria, se faz notar nesse ponto. Mesmo sem contratar grandes nomes, Sensibile fazia milagres e resta saber agora se seu substituto, Mauro Pederzoli, terá os mesmos resultados. Ao menos, o técnico Attilio Tesser já esperava não trabalhar com estrelas. Salvar o Novara será um grande feito. (Pedro Spiacci)
Palermo
Cidade: Palermo (Sicília)
Estádio: Renzo Barbera (36349 lugares)
Em 2010-11: 8ª posição
O cara: Fabrizio Miccoli (atacante)
A promessa: Ignacio Lores (meia)
O treinador: Devis Mangia (interino)
Principal reforço: Matías Silvestre (z, Catania), Mauro Cetto (z, Toulouse) e Eran Zahavi (m, Hapoel Tel Aviv)
Principal perda: Javier Pastore (m, Paris Saint-Germain)
Objetivo: vaga na Liga Europa
Time base (4-3-1-2): Tzorvas; Aguirregaray (Pisano), Cetto, Silvestre, Balzaretti; Migliaccio, Bacinovic, Della Rocca; Ilicic; Hernández e Pinilla (Miccoli).
O Palermo inicia a temporada em pleno caos. Após ter uma das piores defesas da última temporada, os primeiros passos da diretoria do Palermo tiveram o intuito de melhorar a retaguarda. Depois de não continuar o vínculo com o técnico Delio Rossi, o clube siciliano fechou com o técnico Stefano Pioli, comandante do Chievo, que teve uma das cinco defesas menos vazadas do campeonato, mas o treinador não agradou nos dois meses que esteve na Sicília e acabou piorando a defesa e sucumbiu à ira do presidente Maurizio Zamparini. No momento, o time está sob o comando de Devis Mangia, técnico da equipe Primavera, que assumiu de forma interina.
O clube contratou a atacado, mas também vendeu quase todas suas referências, à exceção de Balzaretti, Ilicic e Miccoli. As mudanças, entretanto, estão saindo pela culatra. A equipe continua sofrendo na defesa: sofreu gols até mesmo do semiamador Trapani e outros três do Fenerbahçe, em amistoso. Apesar de tantas mudanças na defesa, a lacuna que o Palermo mais deve sentir é a de Pastore, vendido ao PSG por 43 milhões de euros. Na última temporada, um entre Miccoli, Pinilla ou Hernández jogavam isolados na frente e as aproximações de Pastore eram fundamentais. Agora, o israelense Eran Zahavi, ex-Hapoel Tel Aviv, um meia rápido, incisivo, destro e que finaliza bem a curta e média distância, terá de fazer esse trabalho, ao lado de Ilicic. Entretanto, o novo contratado pode levar um tempo para se adaptar ao futebol italiano e o time dependerá muito do esloveno.
O dinheiro ganho com a venda de Pastore ainda não foi reinvestido, se é que serão, já que o Palermo sempre foi um clube revendedor. Antes, quando tinha o bom Walter Sabatini como responsável pelo mercado, o Palermo contratava bons jovens. Agora, com Sean Sogliano, espera-se que os resultados sejam ao menos parecidos. Apesar de ter contratado jogadores experientes, como Tzorvas, Silvestre e Cetto, o clube tem contratado promessas, como Zahavi, Aguirregaray, Simon e Lores, mas é difícil prever que elas tenham retorno imediato. Certamente, a perda de tantas referências atribulou ainda mais o já complicado ambiente palermitano, o que deve atrapalhar a evolução desses jogadores e a adaptação dos demais reforços. Um campeonato sem sustos já seria um grande alívio para o rosanero. (Murillo Moret)
Parma
Cidade: Parma (Emília-Romanha)
Estádio: Ennio Tardini (23486 lugares)
Em 2010-11: 12ª colocação
O cara: Sebastian Giovinco (atacante)
A promessa: Nwankwo Obiora (meio-campista)
O treinador: Franco Colomba (2ª temporada)
Principais reforços: Jaime Valdés (m, Sporting), Jonathan Biabiany (a, Sampdoria) e Sergio Floccari (a, Lazio)
Principal perda: Amauri (a, Juventus)
Objetivo: meio da tabela
Time base (4-4-2): Mirante; Zaccardo, Paletta, Lucarelli, Rubin; Biabiany, Morrone, Galloppa, Valdés; Giovinco e Crespo (Floccari).
A permanência do técnico Franco Colomba no banco foi o primeiro acerto da diretoria neste mercado, junto com a manutenção de Giovinco no time. O bom trabalho do treinador no final da última temporada, salvando os crociati da degola, mereceu o apoio da diretoria e pode dar uma boa sequência ao time. Para reforçar a equipe que passou por maus bocados no campeonato passado, então, as movimentações de mercado foram bem planejadas, pensando em um equilibrio maior do time: chegam três jogadores de defesa, três meio-campistas e três atacantes. Jaime Valdés, Fabiano Santacroce, Jonathan Biabiany, Sergio Floccari e Matteo Rubin foram as principais aquisições. Além deles, o promissor atacante Fabio Borini chegou do Chelsea, mas acabou emprestado com opção de compra à Roma.
Para fortalecer a faixa defensiva, chegam Santacroce, Brandão e Rubin, que veio do Torino e já deve assumir a posição na lateral esquerda do time. No meio, Morrone e Galloppa devem continuar compondo o miolo, enquanto Biabiany e Valdés são os novos nomes para as alas. O jovem francês vem de uma temporada decepcionante na Sampdoria e espera reencontrar o bom futebol que não aparece há dois anos, quando ainda estava no próprio Parma. Do lado oposto, a aposta é no chileno Valdés, de 30 anos. O jogador, ex-Atalanta, fez uma boa temporada com o Sporting Lisboa, no ano passado, e deve dar mais qualidade ao time.
No ataque, a formação deve continuar a mesma: Giovinco e Crespo. Desta vez, contudo, o veterano argentino vai ter que lutar para manter a posição, uma vez que Pellè chega para fazer sombra ao atacante e Floccari tem grandes chances de ser titular. Ainda assim, os torcedores gialloblù não podem se empolgar muito. Uma posição intermediária na tabela deve ser mesmo o destino do time. Nada mal para um time que passou por uma crise societária tão grande antes deretornar a elite. (Rodrigo Antonelli)
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico de Roma (73261 lugares)
Em 2009-10: 6ª posição
O cara: Francesco Totti (atacante, foto)
A promessa: Gianluca Caprari (meio-campista)
O treinador: Luis Enrique (1ª temporada)
Principais reforços: Pablo Osvaldo (a, Espanyol), Bojan Krkic (a, Barcelona) e Maarten Stekelenburg (g, Ajax)
Principal perda: Mirko Vucinic (a, Juventus)
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Time base (4-3-3): Stekelenburg; Cassetti, Kjaer (Juan), Burdisso, José Ángel; Gago, De Rossi, Pjanic; Osvaldo, Totti, Bojan.
A Roma começou a temporada sob fortes dúvidas, mas parece começar a se acertar. Agora sob propriedade norte-americana, o clube da capital correu, na última semana do mercado, atrás de reforços para fechar o plantel e fechou quatro boas contratações – e três prováveis titulares: Kjaer, Gago e Pjanic. A experiência na zaga , que tinha três jogadores acima de 30 anos (Burdisso, Heinze e Juan) foi um pouco amenizada pela chegada de Kjaer. Na lateral direita, Cicinho e Cassetti, também sobre os trinta, alternarão no lado oposto ao de José Ángel, único lateral esquerdo de ofício do elenco. O meio-campo foi muito reforçado, com as chegadas de Gago e Pjanic, além de Lamela, promessa argentina. O ataque, por sua vez, espera contar com a agilidade de Bojan Krkic, pedido imediato de Luis Enrique, e com os gols do italiano Osvaldo, que fez ótima temporada pelo Espanyol.
Pela primeira vez em anos, a Roma pode começar a temporada com a certeza de um goleiro confiável, sob as mãos de Stekelenburg. Francesco Totti, por sua vez, terá que se readaptar: a mudança na alta cúpula retira alguns privilégios do atacante, cuja situação já não é tão confortável. As perdas de Mexès, Riise, Ménez e Vucinic farão falta de início, mas todas, por seus motivos particulares, não demorarão a cicatrizar. Os reforços, mesmo que muitos de última hora e após o vexame na Liga Europa, tem tudo para se tornarem pilares de uma equipe forte.
Para o comando, a aposta em Luis Enrique é arriscada: novato, ele só dirigiu o Barcelona B, e desembarca na Itália seguindo a moda de tentar transportar o futebol blaugrana para outros cantos do mundo. Tentando se renovar radicalmente, aquele que era o time mais velho da Serie A passada busca um recomeço apostando em juventude e agilidade, mas tudo ainda é muito nublado. (Mateus Ribeirete)
Siena
Cidade: Siena (Toscana)
Estádio: Artemio Franchi (15373 lugares)
Em 2010-11: vice-campeão da Serie B
O cara: Simone Vergassola (meio-campista)
A promessa: Mattia Destro (atacante)
O treinador: Giuseppe Sannino (primeira temporada)
Principais reforços: Gaetano D’Agostino (m, Fiorentina), Pablo González (a, Palermo) e Daniele Mannini (m, Sampdoria)
Principal perda: Francesco Caputo (atacante)
Objetivo: evitar o rebaixamento
Time base (4-4-2): Brkic; Belmonte, Rossettini, Contini, Del Grosso; Mannini, Vergassola, D’Agostino, Brienza; González (Calaiò), Destro.
No retorno à Serie A, o Siena não terá um dos principais responsáveis pelo feito O técnico Antonio Conte, que foi para a Juventus, foi substituído por Giuseppe Sannino, estreante na elite do futebol italiano. Ele também fez uma ótima campanha na Serie B e terminou o campeonato na 4ª posição com o Varese, recém-promovido da terceirona, classificando-se para os play-offs, mas eliminado pelo Padova. Apesar de ser o novato da vez, Sannino terá bons jogadores para cumprir o objetivo bianconero: permanecer na primeira divisão. Para ajudá-lo na tarefa, o treinador trouxe com ele duas peças que trabalharam com ele no Varese: Pesoli, zagueiro, e Grossi, meio-campista.
Zeljko Brkic chega emprestado junto a Udinese e será o goleiro titular. Na defesa, Rossettini e Del Grosso permanecem, enquanto Belmonte retorna de empréstimo ao Bari para ocupar a lateral direita, e Contini chega para jogar ao lado de Rossettini, no miolo. O Siena continua apostando no jogo pelos lados, que lhe garantiu o acesso e, para isso, fez uma ótima contratação ao fechar com Mannini, ex-Napoli e Sampdoria. Do lado esquerdo, no entanto, a qualidade não é a mesma seja com Brienza ou Sestu, e Gazzi pode assumir o posto. O centro do meio-campo deve ser uma garantia, já que o capitão Vergoassola e o novo contratado D’Agostino são bons de combate e de chegada ao ataque.
No comando do ataque, chance para Destro, excelente promessa formada na Inter e emprestada pelo Genoa. O jovem de 20 anos ganha a primeira oportunidade como titular numa equipe profissional depois de ter sido artilheiro nos Giovanissimi (sub-15) da Inter em 2005-06, vice-artilheiro dos Allievi (sub-16), no ano seguinte, e também na categoria Primavera (sub-20) em 2008-09, quando também conquistou a Copa Viareggio. A seu lado, jogará um entre González, argentino ex-Novara, emprestado pelo Palermo, e Calaiò, que depois de ser apontado como uma das boas promessas do futebol nacional, fez ótima temporada na Serie B e marcou 18 gols. Em divisões inferiores, sempre fez bastante gols, mas na elite, o máximo que atingiu foi com o mesmo Siena, em 2009-10, quando marcou 8. Para escapar do rebaixamento, o Robur precisará de mais. (MM)
Cidade: Údine (Friul-Veneza Júlia)
Estádio: Friuli (41652 lugares)
Em 2010-11: 4ª posição
O cara: Antonio Di Natale (atacante, foto)
A promessa: Diego Fabbrini (meio-campista)
O treinador: Francesco Guidolin (2ª temporada)
Principais reforços: Danilo (z, Palmeiras), Daniel Torje (mat, Dinamo Bucareste) e Antonio Floro Flores (a, Genoa)
Principal perda: Alexis Sánchez (a, Barcelona)
Objetivo: vaga em competição europeia
Time base (4-4-1-1): Handanovic; Ekstrand, Danilo, Benatia, Domizzi; Isla, Badu, Asamoah, Armero; Pinzi (Torje); Di Natale.
Sensação da Itália na última temporada, a Udinese começa sua caminhada em 2011-12 com a dura missão de se manter entre os melhores mesmo tendo sido alvo da voracidade de outras equipes durante o mercado de transferências. Suas duas perdas mais sentidas, Aléxis Sánchez para o Barcelona e Gökhan Inler para o Napoli, dificilmente serão repostas com a mesma qualidade imediatamente, fazendo com que o bom treinador Francesco Guidolin altere um pouco o modo de jogar da equipe friulana. No campo dos reforços, o clube esperou a definição da fase preliminar da Liga dos Campeões para ir ao mercado de acordo com sua perspectiva e contratou poucos jogadores, como o zagueiro brasileiro Danilo, que chegou do Palmeiras e assumiu a condição de titular do time logo de cara, e o meia-atacante Torje, conhecido como “Messi da Romênia”. Fabbrini e Floro Flores, outras peças que deverão ser utilizadas ao longo da temporada, apenas voltaram após boa passagem por Empoli e Genoa, respectivamente.
Dentro de campo a Udinese perderá muito sem a velocidade de Sánchez. Sem ninguém no elenco pronto e com qualidade equiparável, a solução encontrada por Guidolin foi isolar o artilheiro e capitão Antonio Di Natale no ataque, reforçando a defesa que agora deverá atuar com quatro homens e dando mais liberdade para que Armero e Isla funcionem como pontas nos botes ofensivos, municiando o atacante. Não parece ser muito, mas a tática deu resultados no equilibrado confronto da LC contra o Arsenal. Para o lugar de Inler, a situação é mais tranquila, com Badu se firmando no time titular e, com sua boa marcação, liberando mais as boas subidas de Asamoah. Como opções, o time de Údine aposta em Abdou Sissoko (irmão do ex-Juventus) e Doubai, duas promessas que custaram, juntas, apenas 4 milhões de euros. Espera-se que sejam mais duas pérolas, como as que costumam ser descobertas pela eficiente rede de olheiros friulana.
Para tentar suprir a saída de Sánchez, Guidolin deverá utilizar o meio-campista Pinzi um pouco mais avançado, além de permitir que Torje, um meio-campista que chega bem ao ataque, tabém jogue minutos como titular. Quem também pode ter chances é o bom meio-campista Diego Fabbrini. Após boa temporada no Empoli, o jogador, cuja característica é de partir para cima dos marcadores em velocidade, chega ao Friuli para ser uma das esperanças de renovação do time. Enquanto não é totalmente maduro, porém, ficará no banco de reservas, assim como Neuton, jovem lateral brasileiro que foi titular diante do Arsenal, mas que deverá perder sua vaga para Domizzi. Um panorama animador de um time que terá que lutar este ano não só contra as saídas, mas também contra a pressão de torcedores e imprensa que querem em 2012 ao menos uma temporada tranquila e com bom futebol em campo. (LS)