Uma equipe que acreditou desde os primeiros até os últimos segundos. Esse foi o Milan que visitou o Barcelona e mesmo que não tenha feito uma partida primorosa, conseguiu um resultado expressivo e que pode ser importante na definição do primeiro lugar do grupo H. O empate por 2 a 2 pode ser visto como uma vitória.
Para o grande jogo, Massimiliano Allegri não abdicou do seu 4-3-1-2, mas aplicou uma variação tática mais cautelosa, que previa um 4-1-4-1 sem a bola, com Cassano recuando pela esquerda, acompanhando as subidas de Daniel Alves. O brasileiro começou jogando avançado, em um 3-4-3 armado por Guardiola. A defesa composta pelos improvisados Mascherano e Busquets teve problemas durante o jogo, principalmente com Pato. O veloz camisa 7 aproveitou uma roubada debola de Nocerino e se utilizou de sua velocidade para assombrar o estádio com menos de um minuto. O brasileiro deixou os marcadores para trás e bateu entre as pernas de Valdés para abrir o placar.
Além de abrir o placar precocemente, o Milan marcava o Barcelona. Messi teve boa chance, em cobrança de falta na trave, aos 18 minutos. Com muita disposição defensiva e transpiração na marcação, os rossoneri seguraram o ataque até quase o final do primeiro tempo e levavam perigo com a velocidade de Pato, em contra-ataques que poderiam ter sido fulminantes, pois a defesa blaugrana estava desorganizada. Porém, já reorganizado no 4-3-3 o Barcelona foi crescendo e Messi entrou no jogo. No gol de Pedro, aos 35 minutos, o argentino deixou Van Bommel, Nocerino, Nesta e Abate, como se não existisse ninguém a marcá-lo e cruzou para Pedrito completar. Falha imperdoável a de Zambrotta, que deveria ter marcado o espanhol mais ficou apenas observando Messi passar pela defesa de seu time.
O gol assustou os rossoneri, que viram o Barcelona passar a dominar a partida. A virada era questão de tempo e veio com cinco minutos do segundo tempo. Villa cobrou ótima falta e Abbiati pouco pode fazer. Messi seguiu procurando seu gol e com 70% da posse da bola, o Barça passou perto do terceiro. O inativo Cassano foi sacado e com Emanuelson em campo, Seedorf passou a ser o homem a encostar em Pato. Na prática, o brasileiro ficou isolado e sumiu da partida.
O Barça seguia controlando o jogo a seu estilo, com trocas de passes e muita posse de bola. Mas, mesmo encurralado e sofrendo com uma péssima marcação de Abate pelo lado direito e um meio-campo que não conseguia deter o Barcelona ou sequer ter posse de bola, o Milan acreditava. Seja pela raça de Nesta, que fez ótima partida após o vexame contra a Lazio, seja pela vontade de surpreender e pegar o primeiro lugar no grupo.
Eis que, no minuto final, o Milan conseguiu um improvável escanteio quando Nocerino (novamente) apertou Abidal. Seedorf cobrou e Thiago Silva ganhou da zaga para empatar o jogo e dar um gostinho de vitória na disputa pelo primeiro lugar do grupo, já que Viktoria Plzen e BATE Borisov não devem assustar. A disposição defensiva apresentada pelos rossoneri no início da partida deve ser repetida em jogos grandes, caso o clube queira ter sucesso novamente na LC, arrancar um empate fora de casa contra o Barça foi um bom primeiro passo.