Seleção italiana

Mais um drama italiano

Apesar do belo gol de Pirlo, a Itália não consegue superar a Croácia (Uefa.com)
De ânimo renovado. Assim chegou a Itália para o confronto contra a Croácia, após um bom empate no último jogo frente à Espanha. Porém, estatisticamente os italianos começavam em desvantagem contra os croatas, isso porque a única vitória em seis confrontos contra os eslavos aconteceu em 1942. Depois disso, vantagem do time xadrez, com três vitórias (uma na Copa do Mundo de 2002) e dois empates.
Cesare Prandeli resolveu manter a escalação do jogo ante a Espanha, com De Rossi na zaga. Porém, apesar do jogo croata não ser tão preciso quanto o espanhol, é de muito mais força física e jogada aérea, principalmente com Mandzukic, que marcou dois gols de cabeça no primeiro jogo. Mas, além de defender, nesse jogo a Itália precisava, acima de tudo, atacar. E desde os primeiros minutos foi assim. Balotelli foi o primeiro a tentar. A Nazionale pecava pela falta de finalização. Cassano teve duas oportunidades, mas preferiu não arriscar. Quando arriscou, perdeu boa oportunidade. Marchisio que havia ensaiado alguns chutes de fora da área perdeu a chance mais clara quando recebeu de Cassano, fintou Srna, mas parou, por duas vezes, no goleiro Pletikosa.
O gol da Itália parecia próximo. E chegou aos 39 minutos, quando Pirlo acertou uma espetacular cobrança de falta, colocando a Squadra Azzurra em vantagem. Mas no segundo tempo, o time italiano entrou apático para o jogo.  A Croácia se lançava mais ao ataque e arriscava principalmente em chutes de média distância. Balotelli foi um dos poucos que criou algo, em um chute perigoso. O atacante até jogava bem, apesar de atuar como primeiro atacante, um pouco fora de seu habitat natural.
Apesar de não ser incisiva, a Croácia chegou ao empate. Depois de cruzamento de Strinic, o zagueiro Chiellini falhou ao marcar a bola e errar seu tempo quando subiu de cabeça. Quem aproveitou foi Madzukic, que em sua única oportunidade conseguiu marcar seu terceiro gol na Euro-2012, igualando-se a Dzagoev e Gómez na artilharia.
A derrota poderia sacramentar a eliminação precoce da Itália, então, mesmo precisando da vitória, Prandeli resolveu não arriscar. A única boa chance foi em um chute, de fora da área, de Montolivo. Tal como na Eurocopa de 2004, a Nazionale chega à última rodada com dois pontos e precisando da vitória. Se naquela época a vitória não garantiu a vaga, já que Dinamarca e Suécia poderiam empatar por 2 a 2 para, juntas garantirem o domínio escandinavo no grupo – e assim o fizeram -, em 2012 o time novamente precisará cumprir sua missão.

Na última rodada, a Itália tem que derrotar a eliminada Irlanda, grande fiasco da competição até o momento, com a pior defesa, além de contar com a ajuda, dessa vez da Espanha, para vencer a Croácia, para avançar às quartas de finais. Um empate por 0 a 0 aliado a uma simples vitória italiana, também garante o time de Prandelli na próxima fase. Se o jogo acabar 1 a 1, a Itália precisa vencer por dois ou mais gols de diferença – nesse cenário, só não vale um 2 a 0.

A equipe azzurra deve ter a volta de Barzagli, que se lesionou na preparação para o europeu. Com sua volta, De Rossi deve voltar ao meio-campo, liberando um pouco Marchisio. No ataque, Cassano parece sem ritmo de jogo e talvez seja a hora de permitir que Giovinco jogue desde o início. Uma coisa é certa: os gols tem de aparecer.

Notas
Buffon, 6,5 – Seguro como sempre. Não teve muito trabalho, mas no lance do gol, pouco pode fazer.
Bonucci, 5,5 – Foi, dos zagueiros, quem mais teve trabalho com os atacantes croatas. Mesmo assim, conseguiu anulá-los.
De Rossi, 6 – Novamente como zagueiro deu conta do recado. Mas sua permanência na defesa começa a fazer falta no meio campo.
Chielinni, 5 – Vinha seguro no jogo, anulando os atacantes croatas, até falhar no tempo de bola do gol de Mandzukic.
Pirlo, 7 – Maestro do meio campo, novamente ficou sobrecarregado na armação. Marcou um belo gol de falta.
Thiago Motta, 6,5 – Surpreendendo a muitos, controlou o meio campo e ajudou Pirlo na marcação. Saiu após levar uma pancada na cabeça.
Marchisio 5,5 – Ainda tímido na competição. O papel de protagonista ainda pesa. Teve boa chance no primeiro tempo mas parou em Pletikosa.
Maggio, 5 – Novamente se concentrou mais em marcar do que atacar. Fez uma partida regular.
Giaccherini, 6 – Mais incisivo que Maggio, conseguiu armar algumas jogadas pela esquerda e ao mesmo tempo não deixou Rakitic armar o jogo.
Cassano, 5,5 – Ainda sem ritmo de jogo, pecou em duas oportunidades ao não chutar em gol. Foi mais disperso do que no primeiro jogo.
Balotelli, 5,5 – Novamente apagado no jogo, mas ainda assim teve uma boa chance no começo do jogo. Saiu para dar lugar à Di Natale no segundo tempo.
Montolivo, 5 – Entrou mais como marcador do que como armador, fugindo à sua característica de jogo
Di Natale, 5 – Não brilhou como no último jogo. Foi discreto.
Giovinco, sem nota – Entrou já no final e pouco fez.

Ficha técnica: Itália 1-1 Croácia


Local: Estádio Municipal de Poznan, Polônia

Arbitragem: Howard Webb (Inglaterra)

Itália: Buffon; Bonucci, De Rossi, Chiellini; Maggio, Motta (18’ 2T Montolivo), Pirlo, Marchisio, Giaccherini; Cassano (38′ 2T Giovinco), Balotelli (24′ 2T Di Natale). Técnico: Cesare Prandelli.
Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Schildenfeld, Strinic; Vukovejic, Modric, Rakitic, Perisic (23’ 2T Pranjic); Mandzukic (45’ 2T Kranjcar), Jelavic (38’ 2T Eduardo da Silva). Técnico: Slaven Bilic
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2 comentários

  • fala caio, beleza? é tradicional o drama italiano nos torneios disputados. graças aos técnicos. queria entender qual o motivo de deixar no banco um dos artilheiros de um campeonato dificílimo e colocar pra jogar um cara que ficou ausente meses devido um grave problema de saúde?
    e o montolivo? pô, nessas horas eu torço contra a azzurra…

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