Seleção italiana

Maus prenúncios para a Eurocopa

Nem mesmo o “gênio” Balotelli foi capaz de evitar a derrota italiana (gazzetta.it)
Terremoto, mortes, escândalo no futebol, jogadores envolvidos e uma sonora derrota para a Rússia. Definitivamente a semana na Itália não foi nada boa. E para piorar, a seleção está às vésperas de estrear na Eurocopa contra ninguém menos que a Espanha, atual campeã europeia e mundial. O jogo que a Itália teria chance – e obrigação – de vencer seria contra a fraquíssima seleção de Luxemburgo, mas o terremoto na região da Emília-Romanha adiou os planos. Com isso, a Squadra Azzurra só veio a campo nessa sexta feira, contra a Rússia, mas o resultado só serviu para mostrar as deficiências da equipe.
Cesare Prandelli entrou em campo com o que tinha de melhor, com exceção de Chiellini, poupado. Em seu lugar, jogou Balzaretti. Na teoria o time ficava até mais ofensivo, porém, como Maggio, o lateral direito também se destaca por sua ofensividade, a defesa ficou exposta. Bonucci e Barzagli tiveram trabalho para marcar o único atacante russo, Kerzhakov.

E o primeiro gol russo saiu justamente em uma falha de Bonucci, que obrigou Barzagli a marcar o atacante, mesmo fora de posição. No cruzamento, a zaga não conseguiu cortar e Kerzhakov sozinho estufou as redes de De Sanctis, que substituíra Buffon, machucado. Com Chiellini, o time poderia até atuar com três zagueiros, deixando Maggio mais despreocupado com a marcação, tal como faz no Napoli. Calharia utilizar a zaga juventina, melhor da temporada, e também adaptar os alas a um estilo de jogo semelhante ao dos clubes em que atuam. Mas a certeza que isso poderá dar certo só deverá ser visto na Euro, o que poderá ser tarde demais.

Se o problema da Itália fosse só a defesa, era mais fácil de acertar. Mas, os problemas estão em todas as posições. E não é por falta de nomes, uma vez que o time contava com Pirlo, Marchisio, De Rossi, Cassano e Balotelli. O time sente falta de um armador daqueles clássicos. Todos já cansaram de ver e esperar que Montolivo seja esse jogador.

A Nazionale carece de um camisa 10 desde que Totti deixou a seleção. Um dos que podem ser esse jogador é Diamanti, mas o jogador do Bologna ainda é uma incógnita e sequer foi testado no jogo contra a Rússia. Mesmo com os três meias mais recuados muito talentosos, a Itália insistiu demais em lançamentos. E nem Cassano e nem Balotelli renderam o esperado. O milanista se mostrou um pouco fora de forma, enquanto o jogador do Manchester City até foi bem, tendo sido o mais perigoso pela seleção azul, com algumas finalizações no primeiro e no segundo tempo, além de um passe mais que açucarado para Marchisio, que, sozinho, perdeu um gol feito, chutando nas mãos de Akinfeev.

Porém, vale ressaltar que os gols da Rússia saíram apenas no segundo tempo, quando Prandelli troucou muitos jogadores, enquanto Advocatt, técnico russo, pouco mudou. Dos que vieram a campo no segundo tempo, destaque para Ogbonna, que foi testado como lateral esquerdo, agradando. De Sanctis que entrou em campo no segundo tempo, falhou, com uma contribuição da zaga, nos dois gols de Shirokov, deixando o resultado ainda mais amargo, com a “traição” à confiança de Prandelli.
E assim chega a Squadra Azzurra para a Euro, com três derrotas nos últimos amistosos (os dois últimos foram contra Estados Unidos e Uruguai) e mais um problema externo, mas que envolve alguns jogadores do elenco. Camisa e tradição tem, resta saber se o time colocará em prática. Não será a primeira vez que a Itália chega em crise para uma grande competição – embora a palavra “crise” seja exagerada pelo futebol mostrado em campo e seja mais adequada à turbulência extracampo. Algumas vezes, jogar em meio à turbulência fez bem, outras não.
Compartilhe!

1 Comentário

  • A Itália irá bem na Eurocopa. Tem tradição, experiência e seu jogadores estão acostumados a jogar sob pressão. Os problemas extra-campo serão esquecidos. Agora, se algum jogador da seleção tiver culpa na corrupção, o time ficará quebrado psicologicamente.

Deixe um comentário