Mordendo os calcanhares: Inter se doou contra o Tottenham e, apesar da eliminação, mostrou que Stramaccioni ainda tem a confiança do grupo e da diretoria (Getty Images)
Após as oitavas de final da Liga Europa, a Itália continua viva na competição. Porém, com apenas uma equipe. Depois de praticamente hipotecar a classificação no jogo de ida, a Lazio venceu o Stuttgart novamente e garantiu a passagem às quartas de final. Já a Inter foi brava e não se intimidou com os 3 a 0 sofridos em Londres, na partida de ida contra o Tottenham. A equipe desafiou o improvável e devolveu o placar em tempo regulamentar, mas sofreu um gol na prorrogação e acabou eliminada pelo gol inglês marcado na Itália. Ao menos, o time deu uma prova de que está vivo e que ainda pode crescer na reta final da temporada.
Inter 4-1 Tottenham
Nem sempre uma eliminação é negativa. Esta é a lição que a comunidade interista pode levar da Liga Europa após a ótima vitória por 4 a 1 sobre o Tottenham. Faltou marcar mais um gol (ou não ter sofrido o tento convertido por Adebayor), mas a equipe mostrou grande espírito de luta e qualidade técnica. Apesar de o resultado não ter valido a classificação, a Beneamata fez um dos seus melhores jogos em toda a temporada e, seguramente, o melhor em 2013. Se jogasse assim mais vezes, a equipe poderia estar em melhor situação na Serie A. Não à toa, Stramaccioni sai fortalecido depois de uma semana turbulenta.
Pressionando desde o início, a Inter teve duas chances com Cassano antes dos 15 minutos. Em uma delas, ele chutou em cima de Friedel; na outra, preferiu trombar com Gallas em busca de um pênalti, mas nada foi marcado. Aos 19, Jonathan puxou bom contra-ataque e tocou para Palacio. O argentino cruzou na cabeça de Cassano, que abriu o placar. Pouco depois, Fantantonio descolou lindo lançamento nas costas da zaga dos Spurs, mas Palacio teve azar e sua tentativa de encobrir Friedel parou no travessão.
A Inter jogava de forma inteligente, com um meio-campo muito forte. Se Guarín fez partida abaixo da média e errava muitos passes, Cambiasso e Gargano roubavam muitas bolas e Kovacic, como autêntico regista, postado à frente da zaga, fez sua melhor partida desde que chegou ao clube: além de roubar muitas bolas, era o maestro do meio-campo. O croata distribuía o jogo a partir de seu próprio campo, na maior parte das vezes.
Com passes e lançamentos longos, a Inter se aproveitava do fato de o Tottenham atuar com uma defesa mais avançada. Cambiasso roubou uma bola de Holtby e, percebendo o espaço nas costas da defesa, lançou Palacio, que deixou o segundo aos 6 do segundo tempo. O terceiro chegou aos 30 minutos, depois que Cassano cobrou falta e Gallas, com infelicidade, desviou contra as próprias redes. O improvável estava consumado. A Inter tirava a vantagem do Tottenham e levava o jogo para o tempo suplementar. E teve chances para definir o jogo ainda no tempo normal, depois que Cassano fez mágica e deixou Cambiasso na cara do gol. O argentino, porém, acabou perdendo a bola do jogo, ao chutar para fora.
Na prorrogação, porém, o Tottenham de André Villas-Boas acordou. O português, que conhece bem os caminhos do Giuseppe Meazza – afinal, era auxiliar de José Mourinho em seus dois anos na Inter -, viu seu time atacar. A última vez em que os Spurs haviam oferecido perigo a Handanovic foi no fim do primeiro tempo, depois que Juan se atrapalhou e permitiu que Adebayor tentasse encobrir o esloveno. Handanovic salvou a Inter após foguete de Naughton e fez milagre em cabeçada de Vertonghen, mas não conseguiu conter o chute de Dembélé, desmarcado por Benassi e Jonathan, e Adebayor deu um banho de água fria na Inter.
Sem desistir, a Inter foi em busca dos dois gols que poderiam garantir a classificação. Aos 4 minutos do segundo tempo suplementar, Álvarez marcou de cabeça e a pressão aumentou. Stramaccioni lançou mão até de Ranocchia, que jogava de máscara por uma cirurgia no septo nasal. O zagueiro entrou para jogar como centroavante e quase marcou o quinto gol. Porém, a eliminação foi consumada e a Inter terá, agora, mais 11 ou 12 jogos na temporada: 10 pela Serie A e o(s) restante(s) pela Coppa Italia.
No campeonato nacional e na semifinal da Coppa Italia contra a Roma, a Inter tem boa possibilidade para aparecer com a mesma força que demonstrou em seus melhores momentos de 2012-13. Depois de meses de crise, a equipe tirou forças de onde parecia não que não mais haviam e pode ter reacendido uma chama-guia para o fim da temporada. A irregularidade tem sido a grande marca da equipe, que vez ou outra emplaca uma grande partida e depois tropeça feio e é a grande inimiga a ser combatida. Desta vez, no entanto, a Inter pareceu definitivamente pronta para dar um basta nisto e foi a campo mordida – a prova está nos calcanhares dos jogadores do Tottenham, perseguidos a todo custo pelos interistas.
A equipe deu tudo de si até o fim, mostrando que está com Stramaccioni. A semana toda foi marcada por boatos que colocavam o técnico romano fora da Inter (Mazzarri, do Napoli, e Lucescu, do Shakhtar Donetsk, seriam os favoritos para substitui-lo), e o time respondeu em campo, como respondeu na vitória de virada sobre o Catania, duas semanas atrás. Não é só o grupo está com ele: Moratti também. De acordo com o técnico, o presidente nerazzurro telefonou para ele ontem e fez piada (disse “alô, Lucescu está?”), mostrando que a confiança em seu trabalho está em alta.
Como estão em alta, também, as confianças de Jonathan e Kovacic. O brasileiro fez sua primeira boa partida pelo clube e pode voltar a ser levado em consideração por Stramaccioni em jogos da Serie A (disputou apenas 3, contra 11 de Liga Europa). O mesmo vale para o croata, que pode, enfim, virar titular do time após a ótima prestação de hoje. Ele pode ser o diferencial que o time precisa na criação de jogadas, desafogando Guarín e Cassano. Em 5º lugar na Serie A, há duas rodadas de um embate contra a Juventus, e com a chance de chegar à final da Coppa Italia, é hora de a Inter se submeter a mais uma prova de maturidade: a lição terá sido aprendida?
Lazio 3-1 Stuttgart
Com a classificação já encaminhada, a Lazio mal tomou conhecimento do Stuttgart. As equipes foram a campo em um Olímpico vazio, resultado da punição da Uefa à equipe romana por atos racistas de parte de seus torcedores. Porém, as cadeiras do Olímpico presenciaram um grande Kozák, autor de três gols.
Com menos de 10 minutos, os aquilotti já haviam garantido a classificação. Com dois gols de Kozák, o placar agregado era 4-0 e os alemães precisariam marcar quatro gols para se classificar. Já na segunda etapa, Hajnál diminuiu, após finalização da entrada da área, em rebote da zaga laziale. Mas Kozák fechou o placar e chegou aos 10 gols na competição (8 deles na fase final), e se converteu no artilheiro do torneio. Quem não tem Klose, caça com Kozák. Agora, a equipe enfrentará o Fenerbahçe nas quartas de final.
Olá. Meus parabéns pelo blog. Acompanho todas as notícias do futebol italiano por aqui. Espero que continuem contribuindo para que possamos estar sempre ligado no que acontece no calccio. Abraço!!
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