Liga dos Campeões

Imaturidade internacional

Quagliarella sofreu pênalti e marcou o gol da virada, mas de nada adiantou: empate para a Juventus (Getty Images)

Se dependesse apenas do primeiro tempo, a derrota seria mais do que justa para uma apresentação horrenda na Arena Juventus. Em sua estreia como técnico do Galatasaray, Roberto Mancini estacionou o caminhão turco dentro da área de sua equipe como se dissesse “tenta entrar aqui, Juve!”. Nada feito. Foram passes e mais passes errados do time do Piemonte, péssimos lançamentos e cruzamentos piores ainda. A segunda etapa foi amplamente dominada pela Velha Senhora, que sucumbiu ante sua imaturidade.

Pogba teve um péssimo aproveitamento de passes, finalizando a partida com 68% de toques certos. Dos 12 lançamentos de Pirlo, sete atingiram o alvo, e o regista conseguiu apenas um passe atrás da defesa. Mesmo em início de temporada aquém da esperado, o meio-campista tem média de 12 lançamentos corretos por jogo na Serie A, mas só 0,4 bolas nas costas da defesa adversária – o segundo número caiu 60% em relação a 2012-13, de acordo com dados do site WhoScored.

Tradicionalmente postada com três zagueiros, um atacante que flutua na frente dos meio-campistas e um jogador mais centralizado, na área, Antonio Conte promoveu a entrada de Llorente no lugar de Bonucci, que fez sua pior partida no ano. Ele errou no gol de Drogba – Buffon também – e, Chiellini se desdobrou para ajustar o setor defensivo. Foi o primeiro jogo em que o treinador apostou seriamente em três atacantes mesmo após ter falado que essa tática, ofensiva, não era testada porque não daria certo.

O segundo tempo foi exatamente o oposto do primeiro. Talvez para calar Garry Birtles, atacante bicampeão europeu com o Notthingham Forest e atual comentarista da Sky Sports, que disse se a Juventus era o melhor que a Serie A tinha a oferecer, o futebol italiano está uma caca. Vidal, de pênalti, e Quagliarella viraram o jogo. O 2 a 1 permaneceu no placar eletrônico por apenas um minuto, pois Bulut igualou o resultado a dois minutos do fim.

A Juventus teve alguns momentos nervosos na competição nacional, porém, se mostrou madura para controlar resultados favoráveis uma vez que alcançou a liderança da partida – como contra a Lazio, na Supercoppa e na Serie A, e contra o Verona. Nesta quarta-feira, foi um desastre: a sólida defesa foi batida facilmente. O reflexo, contudo, não fica aparente apenas na Juventus; as falhas contra o Galatasaray podem apontar problemas na zaga da seleção italiana. 

Tempo é cruel

Buffon é o maior goleiro da história da Juventus. Maior que Dino Zoff, Angelo Peruzzi e Gianpiero Combi. Talvez Buffon seja até mesmo o maior goleiro da história do país. Mas é preciso repensar sobre as decisões do Superman aos 35 anos, pois ele não é o mesmo desde a lesão nas costas, há dois anos. A defesa milagrosa contra a Bulgária, em partida válida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, reviveu o Buffon do início da década. Porém foi apenas uma breve lembrança do que ele produziu em sua vitoriosa carreira. Porém, dificilmente abrirão caminho para Leali ou Branescu na Juve.

Ficha técnica

Juventus 2-2 Galatasaray

Juventus (3-5-2): Buffon, Barzagli, Bonucci (68′ Llorente) e Chiellini; Lichtsteiner (45′ Isla), Vidal, Pogba, Pirlo e Asamoah; Tevez e Vucinic (26′ Quagliarella). T: Antonio Conte

Galatasaray (4-2-3-1): Muslera, Eboué, Chedjou, Kaya (25′ Zan) e Balta; Felipe Melo e Inan; Riera (60′ Amrabat), Sneijder (74′ Bulut) e Bruma; Drogba. T: Roberto Mancini

Cartões amarelos: Muslera e Zan

Gols: Drogba (36′), Vidal (78′), Quagliarella (87′) e Bulut (88′) – assista aqui

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