Não adianta reclamar: a Inter perdeu cinco pontos em casa e ficou longe do Napoli, 3º colocado (Eurosport)
As possibilidades existiam. Com o campeonato praticamente hipotecado, graças à forma assombrosa da Juventus, que chegou a 15 vitórias consecutivas em casa, a grande briga nesta edição morna da Serie A poderia ser pela terceira vaga do país à Liga dos Campeões. O Napoli tem grande vantagem há mais de meio certame, mas vem perdendo o ritmo nos últimos jogos. Porém, sem querer aproveitar, a Fiorentina e, ainda mais claudicante, a Inter, tropeçaram mais uma vez e deixaram os azzurri abrirem mais três pontos de vantagem – agora são 10 sobre a viola e 13 sobre a Beneamata.
Nem mesmo a complicada tabela dos napolitanos, que reservam, nas próximas duas rodadas, compromissos muito complicados diante de Juve e Parma, deve atrapalhar. Todos os vereditos de 2013-14 na Serie A estão muito próximos de serem decretados. Apenas a briga pelo descenso, que envolve Chievo (27 pontos), Bologna (26), Livorno 924), Sassuolo (21) e Catania (20) deve permanecer em aberto nas rodadas finais. A não ser que Atalanta ou Sampdoria continuem sua crescente (ou, quem sabe, alguma equipe classificada até a 13ª posição reaja) e entrem de vez em uma briga pela sexta posição, que pode dar vaga na Liga Europa.
Inter 0-0 Udinese
Desde que a Inter foi ultrapassada pelo Napoli, na 6ª rodada, a caça aos azzurri foi um verdadeiro coito interrompido. Nenhuma equipe refugou tanto quanto a gigante nerazzurra em 2013-14. Fora de todas as competições continentais, a Inter cedeu empates para times menores, deixou pontos escaparem pelo caminho quando partidas pareciam ganhas. E, quando precisou vencer alguns jogos, apesar de muita intensidade e volume de jogo, não foi suficientemente criativa. Suficientemente cínica. E, muito menos, teve sorte. Afinal, a sorte costuma acompanhar apenas os competentes.
Diante da Udinese, mais uma vez, o time de Mazzarri dominou o jogo completamente, mas não conseguiu marcar um gol sequer; não furou o ferrolho friulano nem superou o ótimo goleiro Scuffet, autor de três defesas fundamentais. Danilo ainda salvou uma cabeçada de Milito em cima da linha, nos minutos finais, quando a Inter de fato produziu alguma coisa, após um primeiro tempo horroroso, sobretudo de Guarín. Mesmo com dois jogos em casa em cinco dias, os nerazzurri só somaram um ponto – houvessem vencido os dois, hoje estariam na 4ª posição, com 53 pontos, oito a menos que o Napoli. Napoli que, nas próximas rodadas, tem Juve em casa, o ótimo Parma fora e um confronto direto contra a Inter em Milão. A Inter, por sua vez, enfrenta os desesperados Bologna e Livorno, e pode tranquilamente somar seis pontos. A chance de voltar à Liga dos Campeões existia e era grande; agora parece um sonho proibidíssimo. (Nelson Oliveira)
Fiorentina 0-2 Milan
Depois de uma vitória importantíssima contra o Napoli e que deu fôlego para a Fiorentina na busca pela terceira colocação – a última que dá uma vaga para a Liga dos Campeões -, a equipe de Montella não conseguiu superar um Milan em pedaços e praticamente pôs fim ao sonho de jogar a competição continental na temporada que vem. Agora, o Napoli volta a ter 10 pontos de frente, com apenas oito rodadas restantes. Do outro lado, o Milan de Seedorf, que estava com a corda no pescoço, ganha uma sobrevida após quatro partidas sem vencer (um empate e três derrotas).
Méritos do treinador holandês, que montou os rossoneri em um 4-4-1-1 muito eficiente, principalmente sem a posse de bola, e que deu segurança defensiva para o time. Contra uma Fiorentina sem inspiração – Valero, Joaquín e Cuadrado fizeram partida bem abaixo da média -, a aplicação tática fez a diferença para os visitantes. Mexes fez aos 23 minutos do primeiro tempo, depois de rebote em cobrança de falta de Balotelli, e o próprio Supermario ampliou depois, aos 19 da etapa final. Com Giuseppe Rossi e Mario Gómez contundidos, fica difícil para a viola, que tem que se preocupar para não perder também a vaga na Liga Europa (Rodrigo Antonelli)
Catania 2-4 Napoli
No
Angelo Massimino, o Catania levou mais um sacode, desta vez do Napoli: 4
a 2. Os napolitanos conseguiram marcar quatro gols nos rossoazzurri
pela primeira vez na história exatamente no primeiro confronto vencido
na Sicília. Até então, o Napoli tinha sido derrotado seis vezes em 12
oportunidades – e oito vezes sem um gol sequer. A derrocada para um dos
grandes rivais pode ser a mensagem que estava faltando: o Catania é
favorito para cair e, mesmo com um elenco razoável, não dá sinais de
reação. De um lado, Andújar salvou o Catania usando o pé (após
finalização de Insigne) e as mãos (para negar o gol de falta de
Dzemaili). Na outra baliza, Reina não entregou por pouco. O goleiro do
Napoli se precipitou, foi driblado por Barrientos e Fernandéz salvou o
tento de Keko.
Aos
16 minutos, Zapata fez seu primeiro gol na Serie A após bom passe de
Callejón. Depois de Keko acertar o travessão, a resposta: gol do Napoli.
Insigne fez o cruzamento, Andújar trombou com Legrottaglie e Callejón
aumentou a vantagem. A trave novamente parou o time da casa, desta vez
após chute de Barrientos. Henrique, com um belo voleio sem ângulo, e
Zapata ampliaram para 4 a 0. Na etapa final, Monzón e Gyömbér marcaram
para o Catania, que permanece na lanterna do campeonato e continua vendo
o Sassuolo a um ponto de distância. (Murillo Moret)
Juventus 2-1 Parma
Foram quase cinco meses de invencibilidade na Serie A para o Parma, uma sequência de 17 partidas sem perder para o time emiliano. Mas, diante do time responsável por sua última derrota (ainda em novembro, por 1 a 0), o resultado foi o mesmo: vitória dos bianconeri. A Juventus venceu em Turim por 2 a 1, com uma dopietta de Tevez, e estabelece o recorde da Serie A de 15 vitórias consecutivas em casa. Imparável, a Velha Senhora mantém os 14 pontos de frente em relação à vice-líder Roma, que tem um jogo a menos. Em busca da Liga Europa, o Parma visita a Lazio na próxima rodada, enquanto a Juventus, sem o suspenso Tevez, visita o Napoli no San Paolo.
Porém, o valoroso Parma deu bastante trabalho à líder. Jogando de igual para igual com o time anfitrião, os visitantes tiveram a primeira chance aos 17, com Molinaro em contra-ataque. Chance que acordou a Juve, que contou com uma jogada individual de Tevez aos 25, driblando dois marcadores e batendo rasteiro no canto oposto de Mirante para abrir o placar. Aos 32, após tabela com o argentino, Vidal invadiu a área e bateu forte; Mirante deu rebote e o próprio atacante estava lá para fazer o segundo. No segundo tempo, Molinaro diminuiu com um chutaço na entrada da área, comemorando bastante contra seu ex-clube. Amauri foi expulso aos 20 por uma cotovelada em Chiellini, mas o Parma foi quem pressionou, chegando perto do empate no fim, não fosse uma defesa milagrosa de Buffon aos 44. Nos acréscimos, o Parma ainda reclamou de pênalti de Bonucci sobre Parolo, mas Luca Banti mandou seguir. (Thiéres Rabelo)
Roma 2-1 Torino
No Olímpico, o dia era de festa, pelos 700 jogos de Totti com a camisa da Roma e, porque, no dia seguinte, o presidente James Pallotta apresentaria o projeto do novo estádio giallorosso, que já vem sendo chamado de “Novo Coliseu”. Apesar das festividades, Totti passou longe de brilhar em uma das partidas mais agradáveis desta temporada. Bem mesmo foi a nova geração de talentos italianos, para o furor de Cesare Prandelli, que viu Immobile marcar um golaço, Destro mostrar faro de gol e Florenzi ser decisivo – entre os novos, Cerci não foi bem, mas é o motor desta equipe granata. Todos podem pintar na lista azzurra para o Mundial em junho. Antes disso, a Roma deve confirmar a segunda colocação neste campeonato e o Torino, por sua vez, uma honrosa posição na metade de cima da tabela.
Em campo, uma partida movimentada desde o início. Apesar do 0 a 0 em quase toda a primeira etapa, a Roma levou bastante perigo e obrigou, com Destro e Pjanic, o goleiro Padelli a fazer duas grandes defesas em sequência que figuram entre os grandes momentos turineses na temporada. Aos 41, porém, após boa jogada de Gervinho, Destro marcou e chegou a seu 9º gol neste campeonato. No segundo tempo, o Torino tentou equilibrar as forças, e chegou ao gol aos 5 minutos, depois que Vives mandou um lançamento muito longo para Immobile, de primeira, mandar um sem pulo de esquerda para as redes, enquanto o estreante Rafael Toloi apenas assistiu – seu companheiro, Leandro Castán, fez outra excelente partida, coroando sua temporada. O Torino cresceu no jogo e chegou perto do gol algumas vezes, com Glik e Cerci. No final, porém, após mais uma jogada de Gervinho, Florenzi encheu o pé e definiu o placar, nos acréscimos. (NO)
Genoa 2-0 Lazio
Depois de arrancar um empate do Parma, em pleno Ennio
Tardini, o Genoa venceu a Lazio e segue comprovando as palavras de seu
treinador, de que a equipe genovesa fará um grande final de campeonato. Contra
os biancocelesti, a equipe de Gasperini se mostrou muito determinada e
ofensiva, com os três atacantes buscando a vitória desde os primeiros minutos.
Na primeira chegada rossoblù, Sturaro pecou na finalização e minutos depois,
foi a vez de Bertolacci assustar Berisha.
Porém, os gols só saíram na segunda etapa, após as mudanças
feitas por Gasp, que promoveu as entradas de Fetfatzidis e Centurión. Após
algumas chances, aos 20 minutos Gilardino recebeu de Sculli na entrada da área
e tocou no canto baixo do goleiro laziale para abrir o placar. Sem inspiração,
o time da capital fazia jogo precário e viu, aos 38 minutos, o Genoa decretar
a vitória com Fetfatzidis, que marcou seu primeiro gol na Serie A. O resultado
deixa o Genoa ainda no meio da tabela, mas complicou a situação da Lazio na briga
por uma vaga na Liga Europa. (Caio Dellagiustina)
Atalanta 2-0 Livorno
Sétima posição, com 43 pontos. Pode não parecer muita coisa
mas, há quatro pontos de uma vaga na Liga Europa e vindo de cinco vitórias
consecutivas, a Atalanta faz uma de suas melhores campanhas (a melhor foi uma 4ª
colocação em 1987-88) em toda sua história na Serie A, igualando o recorde de
vitórias consecutivas da temporada 1990-91, quando venceu Lecce, Milan, Lazio,
Pisa e Bologna. A vítima da vez foi o Livorno, que se mantém na luta contra o
rebaixamento.
Cheios de motivação, os bergamascos deram trabalho para
Bardi desde o início do jogo. Denis e De Luca tentaram, mas foi apenas na segunda
oportunidade que o camisa 91 conferiu. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou
dentro da área e o jovem atacante italiano não perdeu a oportunidade de estufar as redes. Mesmo
com um pênalti a seu favor não assinalado, a Atalanta não deixou de pressionar
– embora tenha levado alguns sustos – e chegou ao segundo gol, no início do
segundo tempo. Com um belo chute da entrada da área, Denis tratou de
definir o marcador. Para completar a festa, o capitão Bellini ainda foi homenageado por
suas 400 partidas pelo clube. (CD)
Sassuolo 1-2 Sampdoria
Sassuolo e Sampdoria colocaram em campo dois momentos extremamente distintos quando se enfrentaram em Reggio Emilia. Vice-lanterna, o Sassuolo trazia apenas duas vitórias em todo o segundo turno, enquanto a Samp, renovada, tinha seis nas dez partidas deste returno. Devolvendo a derrota sofrida para o mesmo adversário em Gênova, a Samp bateu os neroverdi por 2 a 1, empurrando o time da casa cada vez mais fundo no buraco rumo à Serie B. Os blucerchiati, por sua vez, ficam cada vez mais próximos de garantir matematicamente a estadia na Serie A e, pensando ainda mais alto, começam a se candidatar por uma das vagas na Liga Europa, graças aos tropeços de quatro dos cinco times à sua frente na tabela.
Apesar do placar magro, a Samp foi quem dominou as ações da partida. O time visitante teve mais que o dobro de chutes a gol que o rival, acertou a trave duas vezes e esbarrou nas ótimas defesas de Pegolo, que impediu um prejuízo maior para o Sassuolo. Sansone abriu o placar para a Samp logo no primeiro minuto, recebendo assistência de Bjarnason na entrada da área, “entortando” dois marcadores e batendo da entrada da área, fazendo um belo gol (por ser seu ex-clube, ele não comemorou). O empate veio aos 16, quando o zagueiro Longhi recebeu, em posição irregular, cruzamento de Zaza na pequena área e emendou para a rede. Foi questão de tempo e o gol da vitória blucerchiata saiu aos 21 do segundo tempo, quando o brasileiro Éder deu passe por cima da defesa, achando Okaka dentro da área, que encobriu Pegolo, para a alegria do torcedor visitante, que se fez mais presente que o local. (TR)
Cagliari 1-0 Verona
O Cagliari conseguiu uma vitória importantíssima: 1 a 0 no Verona, no Sant’Elia. O time da Sardenha não ganhou posições na tabela, porém, aumentou a vantagem ante o Livorno, primeiro time na zona do rebaixamento. Já são oito pontos de distância – e seis do Bologna, o 17º colocado. A história dos confrontos é bem igual. Então com 24 partidas entre os times, o Cagliari venceu nove vitórias contra oito do Hellas. Dentro de campo não foi bem assim.
Os rossoblù dominaram o Verona. O técnico Diego López fez uma pequena alteração na equipe, movendo Ekdal para o círculo central. O sueco atuou à frente de Conti e Dessena, e atrás de Eriksson e Vecino. Mudança boa? Ele foi o jogador com a maior quantidade de bolas recuperadas – 18, de acordo com o site oficial da liga. O único gol da partida foi feito por Nenê. O atacante aproveitou o cruzamento de Pisano, pela direita, e cabeceou com precisão. Enquanto o Cagliari luta para sair da zona incômoda, o Verona continua caindo. As vitórias de Atalanta e Sampdoria empurram o time do Vêneto para a 10ª colocação. Faz um mês que o Hellas não vence. Desde a vitória contra o Livorno, fora de casa, a equipe soma um empate e quatro derrotas. (MM)
Chievo 3-0 Bologna
Em jogo entre dois desesperados no campeonato, o Chievo se deu melhor sobre o Bologna e ficou um pouco mais distante da zona de rebaixamento, passando o próprio rival para ficar em 16º lugar. Os 27 pontos, porém, deixam a equipe apenas três acima da degola e a luta pela salvezza deve durar até a última rodada. Jogando em casa, o time de Corini tomou as ações da partida e não demorou para abrir o placar: Rubin entrou na área pelo lado esquerdo e foi atingido duramente por Garics. Na marca do pênalti, Paloschi não perdoou e fez 1 a 0 ainda aos sete minutos do primeiro tempo.
No segundo tempo, o Chievo continuou melhor e criou boas oportunidades com Obinna, um dos melhores jogadores em campo, com muita movimentação no ataque. Depois, o Bologna acordou para o jogo e chegou a pressionar, mas sem chegar ao gol. Quando estava em seu pior momento no jogo, porém, o time de Verona chegou ao segundo gol, de novo com Paloschi, muito oportunista. O gol caiu como um balde de água fria no Bologna, que não fez mais nada em campo e ainda teve que assistir Rigoni fazer bela jogada individual e fechar o placar em 3 a 0. (RA)
Relembre a 29ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.
Gosto muito do "Quattro Tratti", mas se me permitem uma crítica, acho que o blog está muito focado no dia-a-dia do futebol italiano. Onde estão as matérias especiais? Nesta semana nada foi comentado sobre o importante anúncio do novo estádio da Roma e seu impacto sobre o futuro do calcio. Fica a sugestão. Um abraço.
Obrigado pela crítica. Sabemos que estamos muito focados no dia a dia, de fato. Nossos colaboradores andam meio ocupados com seus trabalhos fixos e temos feito menos textos do que gostaríamos. Mas o estádio da Roma está em nossa pauta, sim. Devemos escrever sobre ele. Abraço!
Prezados,
Gosto muito do "Quattro Tratti", mas se me permitem uma crítica, acho que o blog está muito focado no dia-a-dia do futebol italiano. Onde estão as matérias especiais? Nesta semana nada foi comentado sobre o importante anúncio do novo estádio da Roma e seu impacto sobre o futuro do calcio. Fica a sugestão. Um abraço.
Olá, Elvis, tudo bem?
Obrigado pela crítica. Sabemos que estamos muito focados no dia a dia, de fato. Nossos colaboradores andam meio ocupados com seus trabalhos fixos e temos feito menos textos do que gostaríamos. Mas o estádio da Roma está em nossa pauta, sim. Devemos escrever sobre ele. Abraço!