Sassuolo segurou a Juventus e fez a festa da Roma, que volta a encostar na líder (Repubblica)
A temporada mal começou, mas apenas Juventus e Roma parecem credenciadas à disputa do scudetto. Nesta rodada, a Juventus tropeçou e permitiu que a Roma se reaproximasse, mas a distânca para o restante das equipes aumentou. Afinal, as demais concorrentes da Velha Senhora e da Loba capitolina oscilam demais. Vejam, por exemplo, Fiorentina e Inter sofrendo para ficar no meio da tabela, ou o Napoli, que não dá garantias à sua torcida. A Lazio, após início ruim, vem melhorando, mas ainda patina em momentos importantes das partidas. Sampdoria e Udinese, de bom início de temporada, têm suas limitações, e obviamente não pensam em scudetto. O Milan, de Inzaghi, até o momento, é a equipe mais credenciada ao terceiro posto, pois propõe futebol ofensivo – marca e gols na mesma proporção, o que pode ser problemático a longo prazo. Tudo isso reforça que esta edição da Serie A deve viver a mesma dicotomia do ano anterior. Acompanhe o resumo da 7ª rodada.
Sassuolo 1-1 Juventus
No duelo da líder contra o lanterna, a zebra – quem diria – cruzou o caminho da Juventus. Foram seis rodadas sem um tropeço sequer da Velha Senhora (18 pontos disputados e 18 conquistados), antes que o pequeno Sassuolo aparecesse para atrapalhar, pela primeira vez no campeonato, a caminhada determinada da Juve rumo ao tetracampeonato. Em casa, o time de Di Francesco conseguiu segurar um empate heróico e somou mais um ponto na classificação (agora são quatro), deixando a última posição na tabela. A Juve, por sua vez, perdeu os 100% de aproveitamento e permitiu reaproximação da vice-líder Roma, que venceu o Chievo – o time romano já chegou aos 18 pontos, apenas um abaixo da equipe de Turim.
O atacante Zaza foi quem abriu o placar, logo aos 13 minutos de jogo: primeiro, ele chutou forte em bola tocada dentro da área, mas viu Bonucci tirar em cima da linha. Na sequência do lance, teve outra chance e não desperdiçou, chutando forte no ângulo de Buffon. A Juve não demorou para empatar. Aos 19, Pogba acertou belo chute cruzado da entrada da área e fez 1 a 1. Nos outros 70 minutos de jogo, a Juve pressionou pela virada, mas, em tarde muito pouco criativa, esbarrou nas boas defesas de Consigli. Agora, a Velha Senhora se prepara para encarar o Olympiacos, quarta-feira, pela Liga dos Campeões. (Rodrigo Antonelli)
Roma 3-0 Chievo
O técnico Rudi Garcia deu folga para Gervinho e Florenzi por conta da partida diante o Bayern de Munique, pela Liga dos Campeões. Dificuldade para a Roma? De forma nenhuma: os giallorossi definiram o resultado final em 30 minutos, com o primeiro gol aos 4. Pjanic chutou cruzado e Destro deu um peixinho para completar à rede. Depois do próprio Destro falhar na conclusão, em lance posterior, o Chievo entrou no jogo. A equipe da casa pressionou e… sofreu contra-ataque mortal. Totti achou Ljajic atrás da defesa, e o atacante bateu no ângulo, sem chances para Bardi.
A partida foi definida com gol de pênalti de Totti. Dainelli puxou o capitão da Roma pelo pescoço, dentro da área, e o atacante converteu com categoria. Foi o 64º tento da marca da cal de Totti. Durante o segundo tempo, a equipe da casa permaneceu melhor e só não marcou mais gols porque Bardi fechou a baliza em duas boas oportunidades de Destro. A derrota manteve o Chievo na zona de rebaixamento e confirmou a queda do técnico Eugenio Corini. Rolando Maran, ex-Catania, assumiu o time. (Murillo Moret)
Verona 1-3 Milan
Mesmo a realidade sendo a Liga dos Campeões, se o Milan sonha com o scudetto, vencer em Verona era fundamental, uma vez que a Juventus tropeçou no lanterna Sassuolo. O adversário não seria moleza. Com os mesmos 11 pontos, Verona e Milan ocupavam sexta e quarta colocações, colados na Sampdoria, primeira equipe com a vaga na principal competição europeia. A histórica rivalidade entre as duas torcidas deixava a partida ainda mais tensa. Em campo, porém, o equilíbrio ficou de lado e a equipe milanista foi amplamente superior e dominante, além de contar com uma grande atuação de Honda, autor de dois gols e, agora, referência dessa equipe em reconstrução.
No primeiro gol, o japonês apenas observou a pixotada do zagueiro brasileiro Rafael Marques, que “espanou” o cruzamento de Abate e colocou contra as próprias redes. Minutos depois, Honda recebeu belo passe de El Shaarawy e tocou no canto alto do goleiro Rafael para ampliar. Toni e Jankovic até tentaram diminuir, mas pararam nas boas defesas de Abbiati. No segundo tempo, o camisa 10 recebeu outro grande passe em profundidade e tocou na saída do arqueiro dos butei. O Verona ainda diminuiu com Nico López, mas uma reação já era impossível. (Caio Dellagiustina)
Inter 2-2 Napoli
No último jogo do domingo, milaneses e napolitanos fizeram um confronto marcado pelo equilíbrio e pelas poucas chances criadas ao longo de toda a partida, com exceção dos minutos finais – todos os quatro gols do jogo aconteceram nos últimos 15 minutos de bola rolando. A partida, sem grandes destaques, reforçou que Inter e Napoli não devem lutar pelo título, que novamente deve ser uma disputa reservada apenas a Juventus e Roma.
O primeiro tempo no Giuseppe Meazza foi bastante equilibrado, com ferrenha disputa no meio-campo. Porém, foi a Inter que teve as melhores chances: Icardi bateu por cima do gol e Hernanes acertou a trave. Os nerazzurri, porém, não voltaram tão bem do intervalo e viram Insigne acertar a trave logo aos 4 da segunda etapa. Menos criativa, a Inter viu o Napoli crescer, e até pode comemorar as más atuações de Hamsík e Higuaín – em outras condições, os azzurri poderiam ter sorrido. Porém, amargaram o empate por duas vezes. Saíram na frente com Callejón, que contou com erro de um decadente Vidic para abrir o marcador. A Beneamata chegou ao empate três minutos depois, com um recém-entrado Guarín. Nos acréscimos, a zaga da Inter parou e Callejón completou, de primeira, bom lançamento de David López. Mas, na sequência, em outra jogada aérea, Hernanes se inseriu bem para aproveitar cruzamento de Dodô e impedir a terceira derrota consecutiva do time da casa. (Nelson Oliveira)
Fiorentina 0-2 Lazio
Até o primeiro gol da partida, a Lazio criou três chances; a Fiorentina, uma. Apesar do melhor jogo laziale, Neto teve de trabalhar em apenas uma oportunidade. Aos 35 minutos, Biglia recebeu de Candreva e assistiu Djordjevic para marcar. O sérvio marcou o 5º gol em três jogos, mas mais importante foi que a Viola sofreu o primeiro tento em casa na temporada. O goleiro da Fiorentina parou Lulic, na sequência, e Candreva quando a defesa falhou.
Aquilani quase marcou um dos gols mais bonitos da temporada italiana. Uma finalização de bicicleta, após falta cobrada por Pizarro, que parou na trave. Ao contrário do primeiro tempo, a Viola foi melhor na etapa final, mas nem Bernardeschi, nem Cuadrado conseguiram empatar. Se Mati Fernández conseguiu travar a finalização de Candreva em um contra-ataque da Lazio com vantagem numérica, o time visitante definiu o resultado também em contra-golpe, com Lulic, após nova assistência do meia da seleção italiana. Enquanto Candreva e Djordjevic são decisivos para a subida de produção da Lazio na temporada, a Fiorentina sofre com as ausências de Rossi e Gómez e não ajusta seu futebol. É a decepção da temporada. (MM)
Cagliari 2-2 Sampdoria
Na Sardenha, Cagliari e Sampdoria fariam um jogo da concórdia. Para começar, a partida seria dedicada às vítimas de uma enchente em Gênova, e também seria o encontro de Zeman com seu discípulo Mihajlovic – o checo treinou o ex-zagueiro sérvio na Lazio, nos anos 90. O grande número de amarelados e uma expulsão deu a entender que a partida foi uma guerra, mas passou longe disso. Era apenas muita vontade de vencer, de ambos os lados. No final, nem o Cagliari conquistou sua primeira vitória em casa nem a Samp aproveitou a chance de ficar apenas dois pontos atrás da Juve. Hoje, os dorianos ocupam a 3ª posição, com 15 pontos, e os sardos a 17ª, com 5.
O primeiro tempo foi dos visitantes. Os blucerchiati jogaram melhor e abriram logo 2 a 0. O primeiro veio após lançamento de Palombo, que Gabbiadini, espertamente, desviou com leveza para as redes, enganando o goleiro Cragno. O segundo, mais belo, foi uma bomba de Obiang de fora da área. Na volta para a segunda etapa, o Cagliari melhorou com as entradas dos jovens Donsah e Caio Rangel. Porém, foram decisivos para a virada o pênalti de Cacciatore em Ibarbo e a consequente expulsão do defensor. O lateral Danilo Avelar converteu a cobrança e, minutos depois, deu a assistência para Sau deixar tudo igual. Empate com gosto de derrota para Mihajlovic, segundo o próprio, que prometeu pagar um jantar a seu tutor, Zeman. (NO)
Torino 1-0 Udinese
Depois de começo ruim, o Torino dá sinais de recuperação. Além de apresentação consistente contra a Udinese, o time de Ventura chegou à segunda vitória e à parte intermediária da tabela. Uma resposta que vem em bom momento, considerando que os granata também estão na Liga Europa e têm boas condições de avançar. Para a Udinese, um tropeço que viria mais cedo ou mais tarde. Stramaccioni tem um bom time e condições de incomodar, e não deve se abater por uma partida ruim.
Contando com boas exibições de Vives, Quagliarella, Molinaro e Bruno Peres, além de seu sistema defensivo quase sempre seguro, o Torino dominou a partida, mesmo sem a posse de bola e território, criando mais que o dobro de chances da Udinese e fazendo Karnezis trabalhar duro. Depois de duas boas oportunidades suas, Vives, volante e capitão, desviou para Quagliarella mais uma vez executar a lei do ex, como contra Fiorentina e Napoli. Foi o quarto gol do atacante nos últimos quatro jogos – apenas um dos gols do Torino no campeonato não foi marcado por ele. (Arthur Barcelos)
Atalanta 1-0 Parma
Não foi fácil, mas a Atalanta finalmente conseguiu acabar com a sequência negativa que já durava quatro jogos (foram quatro derrotas nas últimas rodadas). Com gol de Boakye, aos 44 minutos do segundo tempo, os nerazzurri somaram três pontos e se livraram de afundar para a zona de rebaixamento, graças a um erro defensivo do Parma, que agora segura a lanterna da competição. A equipe de Donadoni perdeu a sexta no torneio (quarta seguida) e tem só três pontos. Ainda assim, o técnico permanece no cargo e diz confiar em sua equipe: “Temos que arregaçar as mangas”, disse, após a partida, lamentando o erro defensivo e reclamando dos desfalques de seu time.
O resultado foi merecido para a Atalanta, que buscou mais o jogo e, mesmo sem muita qualidade, agrediu o adversário mais vezes. Apático em campo, o Parma fez um primeiro tempo apenas razoável e não mostrou nada de bom na segunda etapa, só esperando o tempo passar, com o objetivo de levar um ponto para casa. Do outro lado, Colantuono ousou nas substituições – colocou Baselli, Boakye e Bianchi no segundo tempo – e colheu os frutos por deixar o time mais ofensivo. O gol no final teve participação direta de Bianchi e Boakye e deixou a equipe de Bérgamo mais tranquila na tabela, na 14ª posição, com sete pontos, três à frente da zona da degola. (RA)
Palermo 2-1 Cesena
Mais um confronto entre times que vieram da Serie B, e enfim o Palermo venceu sua primeira no campeonato. Muito inconsistente, o time de Iachini chegou a mostrar algumas boas coisas, mas os três pontos jamais haviam sido conquistados até esse final de semana. Mas também vieram com muito drama e emoção, com gol da vitória aos 91 minutos de jogo.
Sempre com Vázquez e Dybala, o Palermo foi superior desde a primeira etapa. Mas os gols só vieram mesmo através da bola parada – inclusive o de empate do Cesena. O primeiro veio aos 33, quando Dybala trocou passes com Vázquez após escanteio curto, recebeu de volta e acertou belo chute da entrada da área. O empate, aos 61, veio em cobrança de pênalti convertida por Rodríguez. A virada, já nos acréscimos da segunda etapa, veio em escanteio cobrado por Dybala e cabeceio preciso do estreante González, destaque da Costa Rica na Copa do Mundo. (AB)
Genoa 1-1 Empoli
A polêmica da rodada ficou para o jogo da segunda-feira. O Genoa vencia até os 33 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro artilheiro Tonelli usou a mão para empatar o jogo, num daqueles típicos lances que geram discussões infinitas de mão na bola ou bola na mão. Apesar da raiva pós-jogo, sobretudo de Gasperini, nem mesmo os jogadores rossoblù reclamaram acintosamente, pois não notaram o que havia acontecido no lance – Maccarone desviou de cabeça e Tonelli usou o braço para anotar o gol. O resultado manteve as duas equipes no meio da tabela e evitou com que os genoveses se aproximassem dos times mais bem colocados.
O Empoli começou melhor o jogo, dando trabalho à defesa rossoblù. As ações ofensivas mudaram de lado quando Gasperini alterou o esquema, deixando Perotti e Falqué mais perto de Matri, e Rincón com mais liberdade. E o gol não demorou a sair. Após cruzamento de Edenílson, Matri escorou e Bertolacci acertou belo chute de fora da área. A equipe genovesa dominou o confronto, mas não conseguiu ampliar. Numa das poucas chances, o Empoli chegou ao gol irregular. (CD)