Serie A

10ª rodada: Azul é a cor mais quente

Com futebol consistente, Lazio vai se tornando surpresa da temporada (Ansa)

A Serie A é azul. Três times com tons diferentes de azuis em suas cores foram responsáveis por grandes atuações nesta rodada. Dois deles mantiveram a média de bom futebol já apresentada, Lazio e Sampdoria, e um deles voltou a jogar bola, o Napoli. Outro, que tem azul nas cores, mas também o vermelho, o Genoa, também vai aparecendo bem nesta temporada. Confira o resumo da 10ª rodada do Italiano.

Lazio 4-2 Cagliari
Após um início periclitante, a Lazio é outro time. Invictos há um mês, os comandados de Pioli demonstram a melhor forma recente entre as equipes da Serie A, o que levou à equipe à terceira posição, com 19 pontos, três a menos que a rival Roma. Os biancocelesti têm o melhor ataque da competição,  cm 20 gols, e têm visto Klose, Djordjevic e Candreva em estado de graça. Por isso, Pioli não descarta a utilização do trio ao mesmo tempo no futuro próximo. Pudera: Klose tem três gols, Djordjevic cinco, Candreva dois e mais oito assistências.

Contra o Cagliari, o time romano foi implacável. Já no primeiro tempo, fazia 3 a 0 no time treinado por Zeman, que viveu bons momentos no Olímpico pela própria formação celeste e também pela Roma. Em uma blitz, marcaram Mauri e Klose (duas vezes), com boa participação de Lulic nas jogadas. Biglia, por sua vez, tem feito excelentes partidas e voltou a dominar o meio-campo nesta segunda. No segundo tempo, porém, o Cagliari voltou com mentalidade mais agressiva e diminuiu, com gol contra de Braafheid. Ibarbo acabou expulso pouco depois, o que freou a reação. O brasileiro João Pedro até fez o segundo, mas na sequência o brasileiro Ederson deixou o seu, matando o jogo, após passe de Candreva. O meia não atuava desde janeiro, por causa de uma lesão, e voltou em grande estilo. (Nelson Oliveira)

Napoli 2-0 Roma
Um acrobático voleio de Higuaín deu ao Napoli a vantagem sobre a Roma após três minutos de jogo, no San Paolo. A partida foi a primeira entre as equipes desde a trágica morte de Ciro Esposito, torcedor partenopeo assassinado por um fã da Roma antes da final da última Coppa Italia – para evitar novos episódios de violência, o chamado Dérbi do Sol aconteceu durante o dia. O jogo dos visitantes foi atípico, bastante diferente do que os giallorossi tinham apresentado até então na Serie A. O Napoli pressionou o primeiro tempo inteiro. Insigne foi negado por De Sanctis duas vezes e a bola chutada por Callejón explodiu no travessão. Hamsík também foi freado pela trave do estádio napolitano. Antes de tudo isso, os azzurri tiveram um gol bem anulado logo aos dois minutos. Era um inédito massacre sobre a equipe de Garcia desde que o francês chegou em Roma.

Na segunda etapa, a Roma saiu para o jogo, mas não conseguiu sujar o uniforme de Rafael. O Napoli perdeu boas chances com Insigne e Callejón antes de o espanhol, com linda assistência de Higuaín, definir o resultado da partida e confirmar a soberania de Benítez sobre Garcia, ao menos neste sábado. Com isso, o Napoli subiu de vez para o pelotão de times que brigam por uma vaga na Liga dos Campeões, enquanto a Roma viu a Juventus abrir novamente vantagem na liderança. A equipe visitante joga durante a semana contra o Bayern de Munique, pela Liga dos Campeões, enquanto o Napoli enfrenta o Young Boys na quinta-feira, pela Liga Europa. (Murillo Moret)

Sampdoria 3-1 Fiorentina
Brava, Sampdoria. Dez rodadas, cinco vitórias, seis gols sofridos, cinco jogos sem sofrer gols e 19 pontos. Melhor que esse retrospecto, só na temporada em que os dorianos foram campeões italianos, em 1990-91. Mas o trabalho de Mihajlovic é tão ou mais surpreendente que o de seu compatriota Boskov. Para uma Fiorentina irregular e em frangalhos fisicamente, outra dura derrota após uma vitória convincente. Estranho tudo o que acontece com o time de Montella. Mas não é de se estranhar que, pelo futebol mostrado pelas duas equipes, a Samp ocupe a 3ª posição, ao lado da Lazio, e a Fiorentina esteja apenas no meio da tabela.

Em jogo disputado, venceu quem teve mais equilíbrio e menos erros defensivos, o caso do time de Mihajlovic, mesmo com desfalques importantes. Os jovens Rizzo, Obiang e Soriano dominaram o meio-campo, o goleiro Romero foi decisivo debaixo das traves e o centroavante Okaka mais uma vez mostrou sua redenção. Do primeiro tempo saíram as principais oportunidades, assim como três gols, além de um pênalti defendido e outros dois não marcados – um pra cada lado. Dos sete metros, Palombo bateu Neto, enquanto Romero defendeu a cobrança de Rodríguez. No fim, golaço do estrante Rizzo e desconto de Savic em escanteio cobrado por Valero. Na segunda etapa, após várias chances desperdiçadas, os viola levaram mais um gol, dessa vez em jogada de Éder, vencendo Pizarro, Rodríguez, Savic e Neto de forma brilhante em contra-ataque. (Arthur Barcelos)

Udinese 2-4 Genoa
Com 23 segundos, Di Natale já colocava a Udinese na frente. Aproveitando bobeira da zaga rossoblù, Kone serviu Totò, que marcou seu sexto gol na Serie A, o gol mais rápido do campeonato. Parecia mais uma vitória bianconera, que levaria a equipe para a terceira colocação. Parecia. Num espaço de três minutos, Marchese, num belo chute de fora da área, e Iago, na sobra de Karnezis, viraram para a equipe lígure.

A Udinese conseguiu empatar ainda na primeira etapa com Widmer, mas no segundo tempo, mesmo com as mudanças de Stramaccioni, a Udinese não engrenou. Já o Genoa aproveitou as chances que teve com Matri e Kucka – um golaço – já no final da partida, e selou a terceira vitória seguida, fato que não vinha desde janeiro de 2009. A vitória colocou a equipe de Gênova na 6ª colocação, enquanto a Udinese, que perdeu o segundo jogo seguido, caiu para 8ª. (Caio Dellagiustina)

Empoli 0-2 Juventus

Depois do tropeço contra o
Genoa, na última rodada, a Juve parece ter aprendido a lição e calibrou a
pontaria contra o Empoli, para não perder tantas chances e mais pontos
“fáceis” no campeonato. Apesar de ter criado pouco, a Velha Senhora
converteu as chances que teve e somou três pontos importantes para se
manter na ponta da tabela, uma vez que a Roma perdeu sua partida. De
olho no jogo decisivo contra o Olympiacos, nesta terça, pela Liga dos
Campeões, Allegri escalou um time misto na Serie A, com Morata e
Giovinco fazendo a dupla de ataque.

Com essa
formação, a equipe pouco incomodou o Empoli durante toda a primeira
etapa. Dois chutes de longa distância e sem perigo de Vidal foram os
únicos dos bianconeri no primeiro tempo. O jogo só melhorou de ritmo um
pouco na etapa final. Giovinco cavou falta e Pirlo cobrou bem para
deixar os visitantes na frente. Depois, Tévez substituiu o Formiga
Atômica e mudou a cara do jogo. O argentino chamou a responsabilidade,
correu para abrir espaços e todo o time melhorou. Morata, antes apagado
na partida, ficou mais participativo e fez o 2 a 0, em belo chute de
esquerda. O resultado dá tranquilidade à Juve no campeonato e coloca o
Empoli em situação complicada, beirando a zona de rebaixamento. (Rodrigo
Antonelli)

Milan 0-2 Palermo
Surpresa em Milão. Definitivamente não foi um bom fim
de semana para os times lombardos, e para o Milan, depois de dois
empates seguidos, uma derrota dura de engolir em San Siro. Uma derrota que ainda
resultou na saída do time da zona europeia – ainda que estejamos apenas
na 10ª rodada. Para o irregular Palermo, um resultado que, sem dúvidas,
dá confiança para Iachini seguir seu trabalho na Sicília. Afinal, após início preocupante, o Palermo acumula três vitórias nos últimos quatro jogos – só perdeu em Turim para a líder Juventus, em partida equilibrada.

Com
início sufocante, o Palermo logo mostrou para o que viria, e sem reação
do Milan, persistiu em agredir e incomodar os donos da casa. Foi assim
por todo o primeiro tempo, mesmo com os 2 a 0 construídos em três
minutos, sempre com o jovem Dybala. Primeiro em cobrança de escanteio
desviada contra o próprio gol por Zapata; depois em jogada pessoal novamente sobre o zagueiro
colombiano, facilmente batido, e com chute muito feliz na saída de
Diego López. Por falar no goleiro espanhol, não fossem suas defesas e
intervenções, os milanistas poderiam ter sido goleados. Muitos se arrependeram pela entrada de Zapata, que foi a campo sem o devido aquecimento, depois que Alex se machucou, com apenas 2 minutos de jogo. Mesmo com melhora
na segunda etapa, o time de Inzaghi foi incapaz de mexer no placar.
(AB)

Parma 2-0 Inter
A Inter tem se especializado em dar presentes aos necessitados. Não foi diferente contra o Parma, que tinha apenas uma vitória em nove rodadas e pode deixar a lanterna, com o sucesso no Tardini. Quem também agradece é o técnico Donadoni, que estava balançando e conseguiu uma sobrevida no cargo. Por outro lado, Mazzarri está cada vez mais questionado, embora a diretoria nerazzurra tente blindar o treinador. Com uma sequência difícil nas próximas três rodadas (Verona, Milan e Roma), o técnico terá de tirar coelhos da cartola para não assar mais a própria batata.

Diante do Parma, asa negra dos tempos recentes, a Inter teve a façanha de permitir que o lateral De Ceglie, que tem se convertido em uma eterna promessa, marcasse sua primeira doppietta na carreira. Primeiro, completando cruzamento na área e contando com erro de tempo de bola de Vidic. No segundo tempo, com apagão da defesa milanesa e frango de Handanovic. Além disso, o Parma foi dominante em quase toda a partida, com boas atuações de Cassano e Lodi, dois jogadores extremamente técnicos. A Inter melhorou quando Mazzarri colocou o time no 4-3-1-2, improvisando Ranocchia na lateral direita. Mas não pelo improviso, mas pela entrada de Hernanes, mais espaço para Kovacic e o povoamento do meio-campo e chegadas dos meias à área adversária – sobretudo em dia ruim de Icardi e péssimo de Palacio. A saída para a Inter é abdicar do engessado 3-5-2 mazzarriano. Algo improvável de acontecer. (NO)

Cesena 1-1 Verona

Após um bom início de
campeonato, o Verona de Mandorlini baixou o ritmo e vive momento
descendente na competição: já são quatro partidas sem vencer (duas
derrotas e dois empates). Dessa vez, porém, o ponto somado foi
comemorado pela equipe, que teve que conquistá-lo com um jogador a menos
em campo, por causa de lesão de Sorensen quando o treinador já havia
feito três substituições. O empate acabou sendo justo, depois de jogo
com poucas chances reais de gol e emoções em falta. No primeiro tempo, o
único lance a ser lembrado foi o gol de Defrel, que colocou os donos da
casa na frente. 

Na etapa final, o jogo
melhorou um pouco porque o Verona precisava do resultado e se lançou ao
ataque. Nenê e Toni tiveram oportunidades, mas quem marcou o gol de
empate foi Juanito, em bonito voleio após lançamento de Tachtsidis. Defrel
ainda teve a chance de fazer 2 a 1 para o Cesena, no fim, mas
desperdiçou gol incrível, a apenas três metros da meta. Com o empate, o
Cesena chega a cinco partidas sem vencer e cotinua na zona de
rebaixamento, com sete pontos na 18ª posição. O Verona, por sua vez,
permanece na 11ª colocação, com 13 pontos somados. (RA)


Torino 0-0 Atalanta

Nem Torino nem Atalanta conseguiram balançar a rede no Olímpico. O primeiro tempo foi travado e cada equipe criou apenas uma chance de gol. Moretti, de peixinho, desviou o cruzamento de Bruno Peres, porém, não atingiu o alvo. Stendardo, aos 40 minutos, foi negado por uma defesa à queima-roupa impressionante de Gillet.

No segundo tempo, o Torino pediu pênalti quando Moretti caiu na área da Atalanta, após cobrança de falta. Jansson, com assistência de bicicleta de Amauri, parou em Sportiello. Nos acréscimos, o goleiro dos orobici fez grande defesa em falta cobrada por Farnerud. E a partida continuou no 0 a 0, mantendo as equipes no meio da tabela. (MM)

Chievo 0-0 Sassuolo
Com a vitória do Parma, o Chievo entrou em campo segurando a lanterna da Serie A. Porém, nem isso pareceu motivo para que Maran colocasse seus comandados em busca da vitória. Com pouca – ou nenhuma – qualidade, o Chievo praticamente não atacou. As poucas oportunidades nem deram trabalho para Consigli. Se a seca de gols aumentou para cinco jogos, o jejum de quatro derrotas seguidos, ao menos foi interrompido.

O Sassuolo, por sua vez, desperdiçou a possibilidade de alcançar a terceira vitória consecutiva e dar um grande salto na tabela. Melhor no jogo, os neroverdi criaram inúmeras chances, mas esbarraram nas boas defesas de Bizarri e acumularam o terceiro empate em zero no campeonato. (CD)

Relembre a 9ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada
Romero (Sampdoria); Marchese (Genoa), Koulibaly (Napoli), De Vrij (Lazio), De Ceglie (Parma); Obiang (Sampdoria), Barreto (Palermo); Higuaín (Napoli), Dybala (Palermo), Insigne (Napoli); Klose (Lazio). Técnico: Rafa Benítez (Napoli).

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