Klose aponta o futuro: próximo objetivo da Lazio é desbancar a Roma (Ansa)
Depois de um domingo chocho, com três placares em 0 a 0, a segunda foi de espetáculo. Ou melhor, espetaculazio. Jogando o fino da bola, a equipe romana humilhou a Fiorentina no Olímpico, e alcançou a terceira posição, ao lado do Napoli – os azzurri, irregulares, ficaram no empate com a Inter. Com isso, a Roma passa a ter a vice-liderança ameaçada, e desta vez não só pelos napolitanos, mas também pelos seus maiores rivais, que estão crescendo de produção – justamente em momento descendente dos giallorossi.
Falar em briga pelo título neste momento de estagnação da Roma e contínua soberania da Juventus é balela. O título, salvo uma crise sem precedentes por Turim, será da Velha Senhora outra vez. A grande briga, agora, é por vaga na Liga dos Campeões. E, claro, por Liga Europa, em uma briga que desde o início do campeonato tem sido quente.
Lazio 4-0 Fiorentina
No grande jogo da rodada, a Lazio massacrou uma Fiorentina que vinha em ótima fase. Na melhor atuação dos romanos neste campeonato, todo o time jogou bem, especialmente o trio de frente, formado por Candreva, Klose e Felipe Anderson, e também a dupla de meio-campistas de muita segurança e qualidade que fizeram Biglia e Mauri. Mesmo muito bem treinada por Montella, a equipe visitante não viu a cor da bola, e nem mesmo a sensação Salah chegou perto de levar perigo a Marchetti. Méritos para Pioli e seu grupo de jogadores, que tiveram uma postura séria e agressiva como a situação pedia. Agora, os celestes dividem a terceira posição com o Napoli, com 46 pontos, quatro menos que a Roma. A Fiorentina vem logo atrás, com 42.
O atropelamento da Lazio começou logo nos primeiros minutos de jogo. Aos 6, Biglia aproveitou rebote e acertou um sem pulo para abrir o placar. Com 12 minutos de bola rolando, a equipe da capital já havia criado mais três chances, mas não havia ampliado por causa de Neto e por má pontaria. O goleiro – e a trave – salvaram, no primeiro tempo, um segundo golaço de Biglia, que em uma jogada fotocopiada do primeiro gol, quase marcou um ainda mais bonito. Surpreendeu que a Lazio fosse ao segundo tempo com um placar tão magro, e Montella tentou mudar o jogo ainda no intervalo, colocando Pizarro no lugar de um apagado Diamanti. Mas Candreva e Felipe Anderson cresceram no jogo, enquanto os meias da viola não tinham a dinâmica necessária para dar o tom do jogo. Assim, Candreva, em pênalti sofrido pelo brasileiro, e depois Klose, duas vezes, fecharam a goleada na Cidade Eterna. Para a Lazio, o estímulo, agora, é ultrapassar a Roma na tabela. Para a Fiorentina, fica o alívio de Neto ter voltado a ser titular. Não fosse ele, o único que jogou bem pelo time, a sacolada seria histórica. (Nelson Oliveira)
Juventus 1-0 Sassuolo
O Sassuolo não vinha na sua melhor fase, mas é um dos times pequenos mais perigosos da Itália. Especialmente contra os grandes. Dessa vez, porém, uma Juventus pouco criativa, até acomodada com o empate da Roma no domingo, conseguiu se impor e ampliou a vantagem sobre a vice-líder. Com um golaço do craque Pogba, nos minutos finais da peleja, a Velha Senhora superou os neroverdi e alcançaram a marca de 61 pontos. Nada mais nada menos que 11 à frente da Roma. Título na mão.
Na noite de segunda em Turim, a Juventus não contou com Buffon, desfalque de última hora por causa de uma gripe. E o time entrou em campo depois de declarações de Conte endereçadas a Allegri: segundo o atual técnico da seleção italiana, se a Juve ainda estivesse sendo treinada por ele, por causa da dedicação em campo, a vantagem sobre a Roma seria ainda maior. A equipe parece ter sentido as palavras do ex-comandante, e produziu pouquíssimo. Lenta, dispersa e pouco criativa, esbarrou na boa marcação do Sassuolo. E, por sua vez, os emilianos também não encontravam muitos espaços, uma vez que Chiellini marcava muito bem Zaza, seu homem mais perigoso, e também porque Sansone e Berardi tinham poucos espaços para incidir com velocidade. Quando o jogo parecia que terminaria com a igualdade, Pogba interceptou um passe que nem era para ele, dominou e mandou um tiro de direita no canto de Consigli. Nos jogos complicados, são os craques quem decidem. (NO)
Chievo 0-0 Roma
O empate com a Juventus na rodada passada parece ter desanimado a Roma. No domingo, contra o Chievo, a equipe de Rudi Garcia fez, provavelmente, sua pior partida na temporada, e chegou ao quarto empate consecutivo. O time não mostrou o mesmo ímpeto que encantou os torcedores em outros jogos e pouquíssimo produziu para tentar assustar o goleiro Bizzarri. Com a fraca equipe do Chievo do outro lado – que tem o pior ataque da competição até aqui -, a partida foi seguramente a pior da rodada e não poderia ter outro resultado, se não o 0 a 0 que deu sono a cerca de 10 mil torcedores que foram ao Bentegodi. A nota triste do jogo foi a séria lesão do meia Mattiello, do Chievo, que chocou-se com Nainggolan e fraturou tíbia e perônio – o que deve afastá-lo dos gramados por sete meses.
O empate é o oitavo da Roma em 10 partidas da Serie A jogadas em 2015 e deixa o técnico Rudi Garcia “desiludido”, como ele mesmo afirmou após o jogo. O treinador, porém, pede atenção dos comandados para que a equipe não perca até a vaga na Liga dos Campeões, algo que parecia impossível até o fim do ano passado. Agora, quatro pontos afastam os giallorossi dos rivais Napoli e Lazio. Garcia parece perdido, e o futebol previsível que a Roma tem apresentado se deve muito à falta de alternativas de abordagem de jogo e variação táticas, que não tem sido promovidas – em parte, por causa de lesões e problemas físicos que assolam o elenco. A falta de um centroavante goleador também se faz sentir. Se a Roma lamenta o empate feio e sem gols, o Chievo tem muito a agradecer. O ponto conquistado é útil para a equipe se manter a uma distância razoável da zona de rebaixamento: o Cagliari, primeiro na degola, está seis pontos atrás no momento. (Rodrigo Antonelli)
Napoli 2-2 Inter
Mais uma vez o Napoli desperdiça a oportunidade de encostar mais na vacilante Roma. Enquanto isso, a Lazio volta a engatar sequência de vitórias. No final das contas, a mensagem do final de semana é que as coisas poderiam ter sido muito mais fáceis para os donos da casa, que foram melhores e mais na partida, ficando sempre próximos dos três pontos, que não vieram graças a novo vacilo e inconsistência defensiva. A Inter, que teve domínio da posse e do território, deve comemorar a atitude demonstrada no fim, para buscar o empate, mas o time de Mancini ainda é muito irregular e isso deve castigá-lo novamente.
Na postura de sempre, com seu futebol direto e organizado, um ataque posicional de invejar e muita agressividade, o Napoli foi mais perigoso no primeiro tempo, sempre em contra-ataques, sua arma letal. A Inter, que teve a maior parte da posse de bola durante todo o jogo, errava passes-chave, e concedia aos adversários o que eles mais queriam. A defesa interista, que nem com os ajustes de Mancini toma jeito – afinal, o problema não é de sistema, é de qualidade mesmo -, sofreu consideravelmente e resistiu graças às defesas de Handanovic e alguma falta de pontaria partenopea – Higuaín, iluminado por Hamsík, teve quatro chances; em duas parou no esloveno e em uma, sem goleiro, completou para fora. O time só abriu o placar aos 51, quando Hamsík apareceu entre Juan e Ranocchia para completar cruzamento de Henrique. Pouco mais de dez minutos depois, erro de saída de bola, Hamsík passou para Higuaín acertar chute à sua maneira de fora da área. Porém, novamente dez minutos depois, a bola sobrou na pequena área para Palacio descontar. E aos 86, novamente em lance da dobradinha Santon-Palacio, Henrique puxou o carequinha na própria área. Icardi, com toda sua frieza e cara de pau, empatou de cavadinha e chegou aos mesmos 15 gols de Tevez, no topo da artilharia. (Arthur Barcelos) Milan 2-2 Verona
Nico López conhece os caminhos de San Siro. Desde os tempos de Udinese. Na Coppa Italia, ano passado, anotou um gol para eliminar o Milan. Em novembro último, ele deixou o banco e precisou de 8 minutos para salvar o Verona de uma derrota contra a Inter. O empate em 2 a 2 aos 89 minutos culminou com a queda do técnico Walter Mazzarri depois da 11ª rodada do campeonato. Desta vez, o ex-Roma deixou tudo igual no confronto com o Milan no último lance do jogo. Nada mais adequado quando um carrasco encontra o outro, afinal o Verona é uma histórica pedra no sapato do Diavolo.
Antes disso, Muntari cometeu um pênalti bobo em Ionita que Toni converteu com cavadinha. Ménez empatou também de pênalti, quando o árbitro caiu na simulação de Mexès. O zagueiro do Milan ainda participou da virada, pois finalizou a bola que bateu em Pisano e Tachtsidis antes de passar a linha da meta. O gol foi validado como contra do grego. Só que o rossonero chamou o adversário para cima quando Pippo Inzaghi substituiu Pazzini por Bocchetti a 20 minutos antes do término do jogo. A vez de Nico López aconteceu somente aos 95, ao receber assistência de Juanito e, contando com falha de todo o sistema defensivo milanês (principalmente de Bocchetti), tocar na saída de Diego López. A alteração foi bem criticada e vista com maus olhos pela torcida, que foi em pequeno número ao Giuseppe Meazza. Pazzini, que estreava como titular na temporada – especula-se que por pressão de Cerci, que preferiria o ex-doriano a Destro, por características de jogo –, também não saiu feliz. O elenco parece rachado, apesar de alguns jogadores demonstrarem apoio a Inzaghi. Com a temporada praticamente perdida, demitir o treinador parece pouco efetivo. Por enquanto, o ex-atacante continua em Milanello. (Murillo Moret) Sampdoria 2-0 Cagliari
O Cagliari tentou inovar para se afastar da zona do rebaixamento, mas acabou piorando a situação. O time perdeu por 2 a 0 para a Sampdoria, fora de casa, e teve o técnico demitido. Gianfranco Zola deixou Ekdal e Balzano no banco, recuou Cossu e arrumou o time no 4-3-3, uma vez que não podia contar com Conti e João Pedro. O trio de ataque – Farias, Longo e M’Poku – deu trabalho aos zagueiros da Samp nos minutos iniciais e até exigiu uma excelente defesa de Viviano para salvar a finalização de Longo. O Cagliari até reclamou de pênalti de De Silvestri em Avelar, mas o árbitro marcou falta de ataque.
De Silvestri, aliás, marcou o primeiro gol do jogo, de cabeça. Foi o primeiro gol dele em 46 jogos – fazia tempo, mesmo. Após a liderança no placar, a Sampdoria dominou a partida e exigiu demais de Brkic. O goleiro nada pode fazer no chute violento de Eto’o, já na segunda etapa. Chute que definiu a partida e deu ao camaronês o seu primeiro gol no retorno à Itália. Zola foi demitido após o fim da partida e o Cagliari voltou a chamar Zdenek Zeman para o comando técnico da equipe, que segue na degola. (MM)
Udinese 3-2 Torino
O calor da torcida finalmente apareceu e a Udinese conseguiu voltar a vencer dentro de casa após mais de quatro meses de resultados ruins – o último bom resultado havia sido em 26 de outubro, contra a Atalanta. Coincidentemente, os três pontos vieram no dia que o ídolo máximo Antonio Di Natale voltou a marcar. Foi dele o gol de empate do time da casa, ainda no primeiro tempo, que recolocou a equipe na partida, após sair perdendo. A partir dali, os comandados de Stramaccioni juntaram forças para reagir e virar sobre o Torino, time que vem se mostrando mais forte e regular nessa temporada.
O Toro, aliás, vinha de uma sequência ótima de 12 jogos sem perder, mas não conseguiu resistir ao time de Údine. Ex-ídolo no Friuli, Quagliarella foi muito aplaudido e abriu o placar para o Toro, aos 15 minutos. Di Natale, ainda mais amado pela torcida da casa, empatou em seguida (aos 17). Aos 25, Molinaro fez contra e deixou a Udinese na frente. No segundo tempo, o jovem Wagué marcou 3 a 1 e deu maior tranquilidade para o time da casa, que ainda levou o 3 a 2 aos 24 minutos da etapa final, quando Benassi superou o goleiro Karnezis. No fim, o resultado persistiu e os friulanos puderam comemorar a subida à 12 colocação, com 31 pontos, 11 à frente da zona da degola. O Torino segue no meio da tabela. (RA) Empoli 1-1 Genoa
O Genoa desperdiçou a chance de seguir na cola dos postulantes à Liga Europa. Depois de sair na frente, cedeu o empate ao Empoli e manteve a maldição de Gasperini, que nunca venceu a equipe toscana. No Carlo Castellani, o Genoa foi amplamente superior no primeiro tempo, abrindo o placar aos 27, com Niang. Após o gol, o time genovês desperdiçou a chance de ampliar, com Iago, mas o chute do espanhol parou na defesa azzurra.
No segundo tempo, o panorama se inverteu e quem tomou conta das ações ofensivas foi o Empoli. Após Verdi e Valdifiori tentarem, o gol saiu através de Barba. O jovem zagueiro aproveitou cobrança de escanteio na primeira trave e a falha do goleiro Perin para empatar a partida. O goleiro genovês, porém, se redimiu no fim do jogo, evitado a virada do Empoli, fazendo uma incrível defesa no chute de Maccarone. (Caio Dellagiustina)
Parma 0-0 Atalanta
Digna. Assim pode ser definida a ação de jogadores e torcedores do Parma que, apesar da situação desesperadora do time, demonstraram amo à camisa. Mesmo com o time praticamente rebaixado e sem receber salários, o elenco voltou aos campos, após duas rodadas de greve, para encarar a também ameaçada Atalanta, agora sob os comandos de Edy Reja. Muitos torcedores compareceram ao estádio para apoiar os jogadores crociati e criticarem as diretorias anteriores e a atual.
Em campo, nada de gols e um Parma melhor, quase que acreditando ainda ser possível fugir dessa situação. A melhor chance veio aos 20, com Cristian Rodríguez, que parou em Sportiello. A Atalanta foi pouco incisiva, parecendo estar mais longe do perigo do rebaixamento do que de fato está. Na segunda etapa, Donadoni colocou o time ainda mais a frente, com a entrada de Coda, mas o goleiro bergamasco e a falta de pontaria deixaram o placar sem gols. A partida ainda teve a expulsão de Cebolla Rodríguez, que ainda puxou o braço do árbitro – não haverá punição, pois ele já foi negociado com o Grêmio – e do estreante técnico Reja. (CD)
Cesena 0-0 Palermo
Num domingo cheio de 0 a 0, nada melhor, ou pior, que um 0 a 0 logo pela manhã. Foi o que Cesena e Palermo proporcionaram – ou deixaram de – no primeiro jogo do dia, numa partida de nível técnico fraquíssimo e de poucas oportunidades de gol. Nem mesmo Dybala e Vázquez foram o bastante para dar um pouco de emoção no sul da Emília-Romanha.
O empate não muda muito a situação dos times: o Cesena segue em situação complicada, empatado com o Cagliari em 20 pontos na zona de rebaixamento, a quatro da Atalanta; já o Palermo continua no meio da tabela, próximo dos 40 pontos e ainda perto da zona europeia, ainda que isso seja apenas uma utopia. (AB)
Relembre a 25ª rodada aqui.
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Seleção da rodada
Viviano (Sampdoria); Sala (Verona), Wagué (Udinese), Chiellini (Juventus), Santon (Inter); Candreva (Lazio), Pogba (Juventus), Biglia (Lazio), Hamsík (Napoli), Felipe Anderson (Lazio); Klose (Lazio). Técnico: Stefano Pioli (Lazio).