Seleção italiana

Modesta Itália

Pellè, que atua no futebol inglês, foi o autor do gol italiano no empate com o English Team (Eurosport)

Data Fifa um tanto sem graça para a Itália, apesar das polêmicas e confusões extracampo – Federação Italiana de Futebol e Juventus, proprietária do estádio em que a seleção jogou nesta terça, não estão em lua de mel. Pelo menos em campo, o time de Antonio Conte não fez muita questão de gastar o gás reservado para o fim da temporada europeia contra Bulgária, mesmo pelas Eliminatórias para a Euro, e Inglaterra.

Contra os ingleses, nessa terça-feira, menos ainda, embora o amistoso estivesse sendo disputado numa vibrante Turim, carente de um jogo da Nazionale desde setembro de 2013. A partida, terminada em 1 a 1, manteve a invencibilidade das equipes após a Copa do Mundo – são oito jogos para os italianos e nove para os ingleses. O jogo marcou, também, o reencontro das seleções que estiveram no mesmo grupo do Mundial, e caíram na primeira fase. No confronto de Manaus, vitória italiana por 2 a 1, com gols de jogadores que não atuaram hoje: Marchisio e Balotelli pelo lado azul e Sterling pelo branco.

As duas seleções fizeram uma partida equilibrada e até de bom ritmo considerando o contexto, mas de pouquíssima inspiração ou qualidade técnica. Os momentos em que a bola foi mais bem tratada ficaram a cargo do estreante Valdifiori, muito bem em campo, e do jovem Barkley do outro lado. Os mais perigosos, porém, foram os intensos e dinâmicos Florenzi, Darmian e Éder pela Itália, Walcott e Townsend pela Inglaterra – também foram regulares as atuações de Ranocchia, Pellè e Carrick. A partida, aliás, será lembrada pela modestíssima escalação italiana. Apesar de Conte estar em fase de testes e de o time ter executado bem a proposta de 3-5-2 pedida pelo treinador, o elenco italiano mostra a entressafra do futebol local, com poucos jogadores decisivos.

Superior no primeiro tempo, o time de Conte foi bastante perigoso quando atacou com seus alas, colocando o sistema defensivo inglês em desconforto e desequilíbrio – o que também ocorreu muito por causa da movimentação de Éder e a presença do “armário” Pellè. Foi do jogador do Southampton o primeiro gol do jogo. Chiellini, relembrando os tempos de lateral, apareceu pelo lado esquerdo e levantou a bola na área, para ótimo cabeceio do jogador, que ainda não havia marcado um gol sequer neste ano.

A Squadra Azzurra, no entanto, não teve o domínio das ações da partida, controlando a posse de bola, por exemplo, e optou por uma proposta de jogo com menor desgaste físico. O resultado foi a defesa em bloco, bastante recuada, e linhas compactas, impedindo a progressão de uma Inglaterra pouco técnica.

Quadro que se alterou no segundo tempo, quando a Itália trabalhou mais a bola com as entradas de Verratti e Vázquez. Só que os outros jogadores que entraram em campo, Abate, Immobile e Antonelli, não foram capazes de dar continuidade à proposta, e a Inglaterra cresceu. O English Team fez melhor uso da posse de bola e aproveitou bem as mudanças no decorrer da peleja. Rooney, que já havia acertado o travessão no primeiro tempo, teve outras duas boas oportunidades, mas não balançou as redes. Coube a Townsend, em belo chute de fora da área, dar números finais à partida.

No final das contas, em um jogo sem grandes emoções e destaques, Conte teve pouco a extrair dos seus testes. As muitas experiências dos treinadores, após a decepcionante participação na Copa do Mundo, continuarão. No caso da Itália, a expectativa é de que Éder e Valdifiori sejam novamente lembrados pelo treinador, e que Darmian se consolide como titular da seleção. Ele e Bonucci foram os que mais jogaram com o novo treinador: sete partidas, todas no onze inicial.

Itália 1-1 Inglaterra

Pellè 29′, Townsend 79′

Itália (3-5-2)

Buffon; Ranocchia, Bonucci, Chiellini (Moretti 72′); Florenzi (Abate 60′), Parolo, Valdifiori (Verratti 67′), Soriano, Darmian (Antonelli 73′); Pellè (Immobile 61′), Éder (Vázquez 61′). T: Antonio Conte

Inglaterra (4-3-1-2)

Hart; Clyne (Walker 45′), Smalling (Carrick 44′), Jagielka, Gibbs (Bertrand 88′); Henderson (Mason 74′), Jones, Delph (Townsend 70′); Rooney; Walcott (Barkley 55′), Kane. T: Roy Hodgson

Local: Juventus Stadium, Turim, Itália

Árbitro: Felix Brych (Alemanha)

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