Liga Europa

Lazio e Atalanta caminham soberanas na Liga Europa; Milan aprofunda crise

Três rodadas da Liga Europa já se passaram e as equipes da Itália ainda não conheceram uma derrota sequer. Nesta quinta, Atalanta e Lazio conquistaram ótimas vitórias pelo placar de 3 a 1 e deixaram classificação para a próxima fase bastante encaminhada. O Milan também continua perto de obter a vaga, mas preocupou a torcida ao empatar em casa e chegar ao terceiro jogo sem vitória.

O primeiro time do trio italiano a entrar em campo nesta quinta foi a Lazio. A equipe de Simone Inzaghi viajou até a Riviera Francesa para enfrentar o Nice e conseguiu uma vitória importantíssima contra o principal rival no Grupo K. As duas equipes haviam vencido suas partidas anteriores e disputavam a liderança. Melhor para os visitantes, que aplicaram 3 a 1 e igualaram um recorde da Fiorentina – o de maior sequência de invencibilidade nos grupos da competição. O triunfo foi o primeiro laziale na França após 18 anos e ainda deixa o time romano com possibilidade de garantir a passagem à próxima etapa da Liga Europa na 4ª rodada com apenas um empate.

Com menos de 5 minutos, um jogador do Nice conseguiu derrubar um incômodo tabu contra a Lazio. Balotelli já havia feito cinco partidas contra os celestes, mas havia passado em branco em todas: pois bem, o camisa 9 do OGC completou para as redes um cruzamento de Sneijder, outro velho conhecido dos torcedores italianos. Menos mal para a Lazio que, no minuto seguinte, Milinkovic-Savic deu um passe de cabeça para Caicedo empatar, aproveitando desentendimento entre o goleiro Cardinale e o zagueiro Dante.

Como tem sido praxe na Liga Europa, Inzaghi poupou muitos titulares (como Immobile e Luis Alberto), mas o Nice sentia a ausência de jogadores importantes que foram descansados por Favre, como Seri, Koziello, Saint-Maximin, Srarfi e Pléa, artilheiro da competição. Os aiglons até testaram Strakosha, mas os celestes mantiveram a igualdade no placar e cresceram de produção com as mudanças no ataque.

Depois que Luis Alberto e Immobile entraram, a Lazio ganhou uma formação mais ofensiva e logo ficou à frente no placar. Caicedo devolveu o presente a Milinkovic-Savic, que virou no Allianz Riviera. Os romanos ainda tiveram várias chances para ampliar, mas só garantiram o terceiro nos acréscimos, novamente com o meia sérvio – foi de Sergej, aliás, o 200º gol laziale em competições Uefa.

Em ótima atuação coletiva, a Atalanta venceu mais uma em seu grupo (Ansa)

Assim que a partida da Lazio acabou, a Atalanta entrou em campo no Mapei Stadium, em Reggio Emilia. Pela primeira vez em sua história centenária, a equipe enfrentava uma equipe do Chipre, e justamente um time que engrossou o caldo e arrancou empates de Lyon e Everton: nos dois jogos, o Apollon buscou o resultado nos minutos finais. Apesar da boa fase da equipe de Limassol, a escrita se manteve e novamente os cipriotas não superaram os adversários italianos. Nos 13 confrontos já realizados na Velha Bota entre clubes dos dois países, os times da casa sempre venceram.

Gasperini tinha uma dúvida importante antes da partida, já que Papu Gómez sentia dores no pé e treinou separado do grupo durante a semana. Pela importância do jogo, o treinador mandou o argentino a campo e, no habitual 3-4-3, ele fez parceria frutífera com Ilicic. A vitória atalantina começou justamente com o esloveno, aos 11 minutos: Gómez puxou a marcação e serviu Spinazzola, autor de um cruzamento na medida para Ilicic, que escorou para as redes.

A Atalanta poderia ter matado a partida ainda na primeira etapa, mas Freuler e Petagna desperdiçaram as oportunidades. Nos minutos que se seguiram ao intervalo, o centroavante nerazzurro teve outras duas chances, mas também não anotou.

O castigo veio com o atacante Schembri: o jogador nascido em Malta cabeceou para as redes o primeiro ataque dos cipriotas. O golpe praticamente impulsionou a Atalanta, que criou cinco chances consecutivas e aproveitou duas. Depois que Gómez acertou a trave, Petagna completou um cruzamento e fez 2 a 1. Minutos depois, Ilicic ajeitou de peito e Freuler recebeu para fazer o terceiro e decidir a partida.

A vitória bergamasca deixa a Atalanta com a faca e o queijo na mão para garantir a classificação já na próxima rodada: uma vitória contra o Apollon em Limassol garante a Dea no mata-mata. Seria um feito bastante expressivo, considerando que o Grupo E foi definido na época do sorteio como “chave da morte”. Os italianos têm 7 pontos e lideram, seguidos por Lyon (5), Apollon (2) e Everton (1).

Anestis pegou tudo e segurou o empate em San Siro (AC Milan)

Assim como a Atalanta, sua rival local, o Milan também lidera seu grupo com 7 pontos. Porém, as expectativas para os rossoneri eram muito maiores, pelos adversários acessíveis da chave, por toda a tradição do clube e pelo enorme investimento feito no mercado, e o clima não é dos melhores em Milanello. Com o empate contra o AEK, o time chegou ao terceiro jogo sem triunfos e à marca de apenas uma vitória nas cinco últimas partidas. A torcida esmoreceu bastante após os resultados ruins: somente 17 mil pessoas viram mais um tropeço do Diavolo em San Siro. Na fase preliminar da Liga Europa, quando o entusiasmo era grande, 60 mil compareceram ao massacre contra o Shkëndija.

O banho de água gelada da noite de quinta no Giuseppe Meazza começou com um primeiro tempo de parcas emoções. Manolo Jiménez armou um 3-4-1-2 que se transformava em 4-5-1 sem a bola e conseguiu neutralizar um Milan cheio de improvisações: Rodríguez foi zagueiro, Bonaventura jogou aberto pela esquerda e Suso atuou como interno pela direita, como no segundo tempo contra a Inter. O espanhol foi bem no clássico e voltou a ser positivo, mas a equipe não acompanhou seu ritmo. A bem da verdade, as principais chances da primeira etapa foram dos gregos, com André Simões e Tzanetopoulos.

Após o intervalo, o Milan cresceu um pouco e o goleiro Anestis apareceu como protagonista. Cutrone até lia bem as jogadas de Suso, mas quando encontrava espaço, lá estava Anestis para defender. O grego ainda foi providencial numa saída do gol perfeita para fechar o ângulo em finalização do espanhol e teve reflexos para evitar um chute insidioso de Çalhanoglu. Na reta final da partida, Montella sacou Suso, melhor em campo, e deu espaço a Borini, em uma alteração muito criticada. Depois disso, Donnarumma ainda precisou espalmar um chute fortíssimo de Bakasetas para segurar o empate. O resultado deixou o Milan na liderança do Grupo E, com 7 pontos, e o AEK logo atrás, com 5 – Rijeka (3) e Austria Vienna (1) completam a chave.

No final da partida, o público de San Siro vaiou a equipe. Mesmo no decorrer do jogo, alguns jogadores foram alvo dos torcedores, como o capitão Bonucci, que não vem justificando o investimento. Chamou a atenção ainda o fato de que o diretor esportivo do clube, Massimiliano Mirabelli, deixou as tribunas do San Siro no intervalo e desceu para sentar-se ao lado de Montella no banco de reservas. Uma atitude no mínimo inusitada e que deixa dúvidas sobre o futuro do treinador em Milanello. O gesto deixa claro, no entanto, que a pressão sobre o comandante não é nada pequena.

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