Nesta quinta, Atalanta e Milan precisavam apenas fazer a sua parte para estourarem a champanhe. As equipes da Lombardia dependiam somente de si para se juntarem à Lazio na fase de 16 avos de final da Liga Europa e superaram seus adversários com sobras. Com isso, a Itália conseguiu classificar todos os seus representantes no torneio.
No San Siro, o Milan enfrentava a equipe contra a qual fez o melhor resultado na fase de grupos da competição. No primeiro turno do grupo, os rossoneri aplicaram 5 a 1 no Austria Viena, e conseguiram repetir o placar na quinta rodada, sob os olhares atentos de Kaká – o brasileiro estava no estádio e tem sido cotado para assumir um cargo na diretoria. Combinada com o empate por 2 a 2 entre AEK e Rijeka, a goleada deu ao Diavolo a classificação e a garantia da primeira posição no Grupo D.
Embora tenha goleado, o Milan ofereceu fortes emoções a seu torcedor. Isso porque os austríacos abriram o placar aos 21 minutos, quando Monschein recebeu em profundidade, deu um drible seco em Donnarumma e bateu para o gol: a bola saiu fraca e parecia fácil para que Bonucci a cortasse de carrinho, mas o capitão passou em branco e falhou feio. Menos mal para o zagueiro que, seis minutos depois, uma falha de marcação do Austria Viena permitiu que Rodríguez recebesse lançamento de Borini e empatasse.
Com o empate e o restabelecimento da ordem no Giuseppe Meazza, ficou fácil para o Milan construir sua vitória. Ainda no primeiro tempo, André Silva e Cutrone se mostraram bem colocados para aproveitar erros da defesa adversária e fizeram 3 a 1 para os anfitriões. O Austria Viena sentiu o golpe e nada fez no segundo tempo, no qual foi dominado pelo Milan. Ainda houve tempo para os centroavantes dos rossoneri marcarem mais um cada, mostrando habilidade e poder de definição.
Montella pode tirar da partida algumas impressões positivas para a continuidade da temporada. Quando não tiver Suso (como hoje), seu Milan pode experimentar André Silva e Cutrone juntos também na Serie A, já que os dois são leves o suficiente para trabalharem também fora da área. O treinador também pode ficar satisfeito pela produção dos alas, que participaram de todos os gols: Rodríguez marcou um e participou dos outros dois na etapa inicial; Borini (grata surpresa na ala), participou de três; e Antonelli, substituto do suíço, apareceu no quarto e no quinto.
Enquanto o Milan goleava em casa, a Atalanta fazia a festa longe de Bérgamo. A outra equipe da Lombardia em ação na noite de hoje podia se classificar até mesmo se perdesse para o Everton (bastava que o Apollon não somasse pontos na França, contra o Lyon), mas não quis nem pensar no que acontecia no Parc OL e enfiou uma sacolada nos ingleses. Em sua primeira partida oficial realizada em solo inglês em toda a história, o time nerazzurro aplicou um sonoro 5 a 1 e chegou aos 11 pontos no Grupo D. Na última rodada, a Atalanta recebe os lioneses e decide qual dos classificados terá a honra de ficar com a primeira colocação na chave da morte.
Eliminado e em maus lençóis na Premier League, o Everton surpreendeu ao escalar vários titulares, como Rooney, Klaassen e Mirallas. Porém, nem isso tornou a partida mais equilibrada ou intimidou a Atalanta, que dominou durante os 90 minutos. A equipe de Gasperini abriu o placar aos 12 minutos, depois que Cristante acionou Castagne e apareceu na área para concluir. Os donos da casa assustaram com Mirallas, Sandro Ramírez e Davies, mas segundo gol dos visitantes estava mais perto e poderia ter saído logo depois do intervalo. Cristante foi derrubado na área Gómez teve um pênalti para bater, mas parou em Roblés na cobrança e no rebote.
Papu se recuperaria minutos depois, dando a assistência para Cristante marcar seu segundo no jogo, aos 64 – o meia ainda teve uma cabeçada salva sobre a linha, pouco antes. Sandro Ramírez respondeu na sequência, mas a Atalanta soube segurar a vantagem até o final e não foi incomodada. Tão soberanos, os bergamascos ainda ampliaram na reta final do jogo, com três gols em oito minutos: primeiro com Gosens, após jogada de escanteio, e depois com uma doppietta de Cornelius. Uma goleada para animar os torcedores que foram até Liverpool e virarão a noite festejando.
Se Milan e Atalanta precisavam atingir objetivos ainda nesta rodada, a Lazio já tinha cumprido com seu dever: classificada com a liderança do Grupo K. Nesta quinta, a equipe biancoceleste cumpriu tabela contra o Vitesse e continuou invicta no torneio. Embora os romanos não tenham conseguido o recorde de cinco vitórias consecutivas em torneios europeus nem se juntar ao grupo de oito clubes que já obtiveram 100% de aproveitamento na fase de grupos, ampliaram sua invencibilidade nesta etapa do torneio para 27 jogos.
Inzaghi promoveu um grande rodízio na equipe, dando espaço ao experiente goleiro Vargic (que fez apenas seu segundo jogo em dois anos no clube) e aos jovens Murgia, Crecco e Palombi. Entre os titulares, somente Bastos e Luis Alberto começaram jogando, mas em posições diferentes: o zagueiro atuou pela esquerda da defesa a três, e o meia foi recuado. Os alas Basta e Lukaku, que também são utilizados com frequência pelo treinador, também começaram jogando.
As muitas modificações resultaram em um time pouco agressivo e disperso. O Vitesse, que ainda tinha esperanças de se classificar, aproveitou para abrir o placar com Linssen, e tentou ampliar ao longo da primeira etapa. Apesar disso, Luis Alberto marcou um golaço, quando a partida se encaminhava para o intervalo, e freou o ímpeto dos holandeses. Na segunda etapa, o time da casa conseguiu tomar as rédeas da partida e cozinharam o jogo, que não teve mais grandes emoções.