A terça-feira foi de resultados bastante positivos para as equipes italianas na Champions League. Nos jogos válidos pela terceira rodada da fase de grupos, Juventus e Roma foram muito bem e deixaram bem encaminhadas as suas classificações para as oitavas de final. A Velha Senhora, em especial, está numa situação ainda mais confortável.
A Juventus foi até a Inglaterra para enfrentar o Manchester United, no Old Trafford, e se deu bem: venceu por apenas 1 a 0, mas dominou a partida inteira, sem dar a menor chance para a equipe de José Mourinho. Com 9 pontos em três jogos, apenas pela quarta vez em toda a história a Juve atingiu 100% de aproveitamento a esta altura da competição. A equipe de Max Allegri já pode assegurar seu lugar nas oitavas na próxima rodada, se vencer os Red Devils em Turim.
O reencontro de Cristiano Ronaldo com a sua antiga equipe foi saboroso para o português, que jogou com liberdade para cair pelos dois lados do ataque juventino. Numa das chegadas pela direita, logo aos 17 minutos, CR7 cruzou para Cuadrado, que dividiu com Smalling; na sobra, Dybala foi deixado livre por Matic e abriu o placar.
Na etapa inicial, De Gea ainda precisou trabalhar três vezes, em chutes fortes. Primeiro, espalmou uma bomba de Cancelo, que finalizou após uma tabela com CR7. Depois disso, o espanhol ainda rebateu arremates de Cristiano e de Matuidi num mesmo lance. Enquanto a Juventus se desdobrava com muita movimentação, com destaque para Cuadrado e Chiellini na marcação e na ocupação de espaços, o United não se encontrava. Apático e pobre em qualquer quesito, o time da casa só ameaçou mesmo num chute de fora da área de Pogba. Nesta chance, na metade do segundo tempo, a bola explodiu na trave e na cabeça de Szczesny antes de sair em escanteio.
A vitória em Manchester fez a Juventus disparar na liderança do Grupo H, com 9 pontos. O United vem na sequência, com 4, e Valencia e Young Boys já estão bem distantes, com 2 e 1 ponto, respectivamente. O triunfo valeu à Juve o quinto jogo seguido de invencibilidade na Inglaterra – nada mal para quem vinha de sete derrotas seguidas na ilha.
Ademais, enfrentar o Manchester United é quase sempre um bom presságio para a Velha Senhora. Em cinco das seis vezes anteriores que encontrou os mancunianos em torneios continentais, a equipe italiana chegou à decisão – foi finalista da Copa Uefa em 1977, da Recopa em 1984 e da Champions em 1997, 1998 e 2003. Se continuar jogando o melhor futebol da Europa, o caminho natural para a Juve é mesmo brigar pelo título.
Com objetivos mais modestos, a Roma vai fazendo novamente um bom papel na Liga dos Campeões. Enquanto acumula derrapadas na Serie A, a equipe de Eusebio Di Francesco repete o bom desempenho que teve na fase de grupos da última edição do torneio continental e lidera o Grupo G. Os romanos têm 6 pontos, assim como o Real Madrid – CSKA Moscou tem 3 e Viktoria Plzen, 1.
O CSKA costuma ser um visitante incômodo para times italianos (em oito partidas disputadas na Bota, havia vencido três), mas dessa vez foi inofensivo contra a Roma. Os russos começaram assustando com um chute de Chalov, defendido por Olsen, mas não foram muito além – tiveram um gol bem anulado no segundo tempo. O time da casa, por sua vez, mandou no Olímpico e construiu a vitória por 3 a 0 com autoridade.
No final da primeira etapa, a Roma já vencia por 2 a 0 graças a dois gols de Dzeko, que se juntou a Messi como artilheiro da competição – cada um tem cinco gols. Desde o início da temporada 2017-18, o bósnio marcou 13 gols na Champions League. Só Ronaldo, com 15, fez mais no mesmo período. O camisa 9 romanista abriu o placar depois que Pellegrini tabelou com El Shaarawy e só tocou rasteiro para que ele completasse. O segundo nasceu de uma assistência do ítalo-egípcio: Dzeko recebeu do lado direito e bateu cruzado para vencer o goleiro Pomazun.
Aos 5 do segundo tempo, foi a vez de Dzeko trabalhar como garçom. O bósnio recebeu um lançamento perfeito de Florenzi e ajeitou de cabeça, para Ünder chegar batendo com força e ampliar. Os romanistas ainda poderiam ter goleado, mas levaram azar: Dzeko ficou perto da tripletta, mas sua cabeçada passou perto; por sua vez Pomazun se esticou para pegar a tentativa de Manolas. O resultado, porém, foi muito comemorado pelos italianos.
Nem tudo foi motivo de comemoração nesta terça. Antes do jogo, tivemos uma série de incidentes que afetaram principalmente torcedores moscovitas. Um problema técnico na escada rolante da estação Repubblica no metrô de Roma causou pânico e levou pelo menos 20 apoiadores do CSKA a se ferirem com alguma seriedade – um deles teve de amputar o pé. Nas redondezas do Olímpico houve confronto entre italianos e russos, e um dos visitantes acabou esfaqueado. Lamentável.