Liga dos Campeões

Inter e Napoli afastam tropeços da última rodada e vencem na Champions League

Na segunda rodada da Liga dos Campeões, Inter e Napoli chegaram a sonhar com resultados melhores, mas somaram menos pontos do que almejavam. Os nerazzurri fizeram ótima partida contra o Barcelona, mas levaram a virada no Camp Nou, enquanto os partenopei amargaram o empate contra o Genk, na Bélgica. Na terceira rodada, ante Borussia Dortmund e Red Bull Salzburg, respectivamente, os italianos conquistaram triunfos importantes e recuperaram terreno.

Ao entrar em campo contra o Borussia Dortmund, a Inter só tinha uma opção, se ainda pensava em avançar na competição: vencer o jogo. E conseguiu, pelo placar de 2 a 0. Sem poder contar com Sensi, ainda se recuperando de lesão, Conte outra vez optou por deslocar Barella para o lado esquerdo e entrou com Gagliardini na equipe titular. O Dortmund também teve desfalques importantes, como Reus e Alcácer. Sendo assim, Favre escalou a equipe alemã sem um centroavante de ofício, com Brandt trabalhando como um falso 9.

Desde os primeiros minutos de partida, ficou claro que as duas equipes não iriam arriscar muita coisa. Os nerazzurri trabalhar a saída de bola com toques curtos, com Brozovic atuando sempre como opção primária de passe, e buscando atrair a pressão alta do Dortmund. Contudo, Favre espelhou a linha de cinco de Conte e colocou sua equipe para marcar no 5-4-1, com linhas recuadas e sem avançar os jogadores de maneira agressiva para pressionar.

Dentro deste cenário, tivemos uma partida bastante arrastada em todo o primeiro tempo. A Inter buscava elaborar sua construção da melhor maneira possível, mas tinha muita dificuldade em encontrar o ritmo ideal e conseguir circular a bola em campo ofensivo. Barella é um jogador que tem como principais características a pressão e o passe longo, e teve dificuldades de trabalhar na entre linha e dinamizar o jogo da equipe, como Sensi faz. Já o Dortmund tinha em Hazard sua figura mais importante: o belga era responsável por conectar as transições da equipe e ativar Sancho em situações de mano a mano.

O sistema defensivo da Inter é forte e – ainda que tenham acrescentado pouco com a bola nos pés – Barella e Gagliardini trabalharam bem para proteger a área nerazzurra. Assim, Sancho teve poucas oportunidades contra os zagueiros no mano a mano e, no geral, esteve sob controle. O lance determinante do primeiro tempo, aconteceu através dos pés de De Vrij. O beque holandês teve qualidade técnica e tranquilidade para conduzir a bola, abrir caminho e achar um belíssimo passe por elevação para Martínez. O atacante argentino se desmarcou, recebeu e finalizou na saída de Bürki para abrir o placar.

O segundo tempo teve um ritmo mais acelerado, já que o Dortmund se permitiu a correr riscos maiores e a Beneamata teve maiores espaços para contra-atacar. Logo nos primeiros minutos da segunda etapa, Lautaro venceu um duelo individual contra Akanji e finalizou com força, mas a bola desviou no zagueiro suíço e saiu com perigo.

Depois dos 60 minutos, os dois treinadores fizeram as primeiras trocas e buscaram ajustes no jogo de suas equipes. Conte trocou Lukaku pelo jovem Esposito, perdendo em capacidade de receber jogo direto, mas ganhando em velocidade e refinamento técnico. Por sua vez, Favre tirou Delaney e colocou Dahoud, trocando um meia que se destaca mais pelo trabalho sem bola por um com grande qualidade no passe.

Mesmo com as trocas, o jogo mudou pouco de figura. Até que, aos 74, Favre tirou Akanji e colocou Bruun Larsen em campo. O 5-4-1 foi desfeito e o Dortmund passou a atacar no 4-4-2, com Sancho tendo muita liberdade para se movimentar e aumentando as opções pelo centro do campo. Conforme os visitantes aumentaram a intensidade em sua pressão alta, a Inter teve maiores dificuldades para sair jogando por baixo e, num erro de passe de Godín, Sancho teve a chance de marcar. Candreva conseguiu afastar.

Se incomodava mais a saída de bola da Inter, o Dortmund também oferecia mais espaços, uma vez que a pressão inicial fosse superada. Foi desta maneira que o jovem Esposito venceu Hummels e Weigl, invadiu a grande área e foi derrubado: pênalti assinalado pelo árbitro Anthony Taylor. Martínez cobrou com força, mas telegrafou o canto e facilitando a defesa de Bürki. Tendo escapado do segundo gol, a equipe alemã ganhou confiança e se lançou ao ataque, mas esbarrou no excelente trabalho do trio de zaga da Inter e não criou chances de reais perigo. Ao contrário, sofreu com contragolpes.

Num desses contra-ataques, aos 89 minutos, a Inter matou o jogo. Brozovic encontrou Candreva pelo corredor direito e o ala da Inter conduziu a bola com qualidade, antes de bater para o gol com força, sem chances para Bürki. A Beneamata não teve atuação brilhante – a bem da verdade, o desempenho contra o Barcelona foi superior –, mas o importante nesse duelo eram os 3 pontos e a missão foi cumprida. Agora, o Barça lidera o Grupo F com 7, enquanto Inter e Dortmund têm 4 – com vantagem nos critérios de desempate para o time italiano – e o Slavia Praga é o lanterna, com 1.

Mertens marcou duas vezes, aproximou o Napoli das oitavas e ainda superou Maradona (STRINGER/KRUGFOTO/AFP/Getty)

Mertens e Insigne aproximam o Napoli das oitavas

Num grupo tão parelho, como o E, cada pontinho é importante. O Napoli desperdiçou dois ao empatar com o Genk, mas pelo menos vinha de uma vitória fundamental contra o Liverpool. Nesse contexto, bater o Red Bull Salzburg na Áustria poderia significar meio caminho andado para a classificação azzurra às oitavas de final. O suado 3 a 2 contra Håland e companhia, portanto, foi muito comemorado pela torcida campana.

Os partenopei entraram em campo no já habitual 4-4-2 de Ancelotti. Don Carletto contava novamente com Ruiz como organizador pelo centro do campo e Zielinski como meia aberto pelo lado esquerdo. O Salzburg de Marsch também atuou no 4-4-2, mas – diferentemente do Napoli – toda sua ideia de jogo é voltada à pressão alta e capacidade de sufocar a saída de bola rival.

A partida começou de maneira muito intensa, com o Napoli tentando estabelecer sua construção apoiada. Nesse contexto, Malcuit atuava como um terceiro homem junto aos zagueiros e Callejón é que oferecia profundidade pela direita. Contudo, o encaixe defensivo rival esteve bem ajustado na reta inicial da peleja e, aos 10 minutos de jogo, Håland conseguiu aproveitar um chute desviado e mandar a bola para a rede. Sorte do Napoli que a arbitragem anulou o gol por impedimento do atacante norueguês.

Depois do gol invalidado, o Salzburg perdeu intensidade na primeira linha de pressão e começou a assistir a equipe italiana trocar passes e circular bem a bola no campo ofensivo. Aos 17 minutos, Ruiz clareou a jogada, e fez a bola chegar até Callejón, que encontrou Mertens na entrada da área, pelo lado direito. O centroavante do Napoli finalizou com muita qualidade e marcou um golaço.

Depois do 1 a 0, o jogo entrou num momento de muito equilíbrio e de uma troca mais franca entre as equipes, que tiveram qualidade na transição ofensiva. Pouco a pouco, com uma participação ativa da dupla Hwang e Minamino, os donos da casa foram tomando o controle das ações para si e somaram muitas jogadas de perigo, obrigando Meret a trabalhar com regularidade. Já no final da primeira etapa, Hwang deu uma linda caneta em Malcuit e o lateral do Napoli não viu outra alternativa a não ser cometer o pênalti. Håland cobrou com tranquilidade e empatou.

Se o primeiro tempo foi muito animado e teve uma alternância muito grande no controle do jogo e na melhor execução das diferentes ideias, a segunda etapa reservou ainda mais emoções para todos os presentes na Red Bull Arena. O Salzburg buscou intensificar sua marcação alta e trabalhou muito bem os bloqueios em zona central, limitando a participação dos externos rivais: tanto Callejón quanto Zielinski passaram a sofrer.

O Napoli por sua vez, viu Ruiz ter seus melhores minutos na temporada e atuar como o verdadeiro gestor de jogo em que Ancelotti está tentando transformá-lo. O volante espanhol soube sair da pressão, trocar passes com qualidade e tirar sua equipe do buraco em momentos difíceis. Aos 64, Malcuit conseguiu receber em posição de vantagem pelo lado direito e buscou Mertens no centro da área. A zaga austríaca tentou afastar, mas a bola sobrou na medida para o belga marcar sua doppietta e superar Maradona na lista de artilheiros do clube: agora são 116 gols para o europeu, que vai à caça dos 121 de Hamsík, o maior goleador azzurro.

Depois da virada, o Napoli passou a ter um controle mais efetivo da partida, mesmo que sem a bola. O time de Ancelotti evitava os confrontos de mano a mano entre sua dupla de zaga e os pontas do Salzburg – ademais, defendia bem sua área. Até que Junuzovic descolou um lindo cruzamento do lado direito do campo e Håland apareceu para testar a bola para as redes.

Sofrer o gol no momento em que melhor controlava a partida poderia ter desestabilizado os partenopei, mas não tivemos tempo suficiente para isso. No minuto seguinte, Mertens e Insigne tabelaram dentro da área e o italiano tocou com categoria, na saída do goleiro Carlos Miguel – que substituiu o lesionado Stankovic –, para marcar um lindo gol. O Salzburg ensaiou uma pressão final, tentou encurralar o Napoli e buscou cruzamentos laterais que não surtiram muito efeito. Afinal, Koulibaly esteve muito bem e a vitória ficou mesmo com a equipe italiana.

Com o triunfo como visitante, o Napoli chegou a 7 pontos conquistados em 9 disputados e tem agora sua classificação para as oitavas de final muito bem encaminhada. A equipe napolitana lidera o grupo, com um ponto a mais do que o Liverpool e quatro acima do Red Bull Salzburg. O Genk é o lanterninha, com apenas 1 ponto somado.

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