O momento negativo das equipes italianas nas competições continentais não dá trégua. Nesta quinta, a quarta rodada da Europa League reservou derrotas clamorosas para Lazio e Roma. Os dois times capitolinos perderam com gols nos acréscimos e tiveram sua trajetória dificultada na competição. Os celestes em maior grau, sem dúvidas.
A combinação de resultados nos jogos do Grupo E foi péssima para a Lazio, que pode ser eliminada mesmo se vencer seus dois jogos restantes. Com o triunfo por 2 a 1 no Olímpico, o Celtic chegou aos 10 pontos e, além de manter a liderança, se classificou. O Cluj vem logo atrás, com 9, já que eliminou o Rennes com vitória na Romênia. Para conseguir o dificílimo objetivo de avançar às oitavas, o time italiano precisará ultrapassar os romenos, já que não podem mais alcançar os escoceses.
O problema é que o Cluj venceu a Lazio na partida de ida, por 2 a 1, e garante a vaga até mesmo se perder para os celestes por um gol de diferença – desde que marquem pelo menos dois gols na visita à Cidade Eterna. Para piorar a situação laziale, um mero acordo de compadres entre Cluj eo Celtic, na última rodada, leva o time grená ao mata-mata.
Apesar do cenário desastroso, a Lazio começou a todo o vapor no dia de sua debacle. O time da casa – que não tinha parte de sua torcida no estádio, já que a Curva Nord foi suspensa por conta de manifestações fascistas no jogo contra o Rennes – abriu o placar aos 7 minutos. Lazzari cruzou, Jullien desviou e a bola sobrou para Immobile marcar seu 16º gol na temporada. A primeira etapa foi quase integralmente positiva para os celestes, que conseguiram ter o domínio territorial e mantiveram a vantagem.
No entanto, aos 38 minutos, uma sequência de erros pôs tudo a perder. O Celtic já vinha igualando as ações, mas só incomodou quando Milinkovic-Savic perdeu a posse de bola na entrada da área e Acerbi errou o bote para evitar que um passe de Elyounoussi chegasse a Forrest. O atacante recebeu e acertou um chute cruzado no ângulo, empatando a peleja. A Lazio tentou chegar ao segundo gol ainda antes do intervalo, mas na melhor chance criada, Jullien salvou uma cabeçada de Caicedo em cima da linha.
O segundo tempo correu de forma morna, do jeito que o Celtic de Neil Lennon queria – a não ser em algumas poucas estocadas de lado a lado. O cenário se manteve até o momento em que Simone Inzaghi promoveu a entrada de Luis Alberto, que buscou deixar o time escocês desconfortável ao acelerar o ritmo da Lazio. Aos 67, Milinkovic-Savic – que tentava se redimir e participava muito do jogo –, teve cabeçada defendida por Forster. Aos 73, o sérvio teve um chute desviado que quase enganou o goleiro, mas a bola saiu.
Essas oportunidades acenderam de vez o jogo. Na busca pelo gol que lhe manteria viva na competição, a Lazio atacava, mas deixava espaços. Luis Alberto acertou a trave com tentativa de gol olímpico e, no contra-ataque, Edouard quase virou: o francês aproveitou novo erro da defesa da Lazio, mas sua finalização passou perto da trave esquerda de Strakosha.
Aos 84 minutos, a blitz da Lazio se intensificou. Em um espaço de apenas um minuto, Forster fez grandes defesas em chutes de Berisha e Luis Alberto, e Milinkovic-Savic tirou tinta da trave com uma finalização da entrada da área. Lançada ao ataque, mas dessa vez sem conseguir levar o mesmo perigo que outrora, a equipe italiana sofreu um duro golpe aos 95. Berisha errou na saída de bola e deu um presentaço para o Celtic. Edouard não se fez de rogado e serviu Ntcham, ex-Genoa, que definiu o placar com uma cavadinha.
Na Alemanha, a Roma já sabia que teria uma partida complicada contra o Borussia Mönchengladbach, atual líder da Bundesliga. A equipe italiana só não contava que viria a ser novamente prejudicada pela ausência do VAR na fase de grupos da Liga Europa. Assim como na partida de ida, o time alemão teve um gol irregular validado. E, noutra oportunidade, também marcou nos acréscimos: dessa vez, venceu por 2 a 1 e embolou o Grupo J.
Apesar disso tudo disso ocorrer, contudo, a Roma teve uma postura interessante no Borussia-Park. Chegava de vez em quando, como quando Zaniolo, de cabeça, levou perigo aos 11 minutos, ou numa tentativa posterior de Pastore. O Gladbach se limitava aos chutes de fora da área: aos 16, num deles, Zakaria tirou tinta do travessão.
Aos 35 minutos, porém, o Mönchengladbach conseguiu arrancar em velocidade num contragolpe e Thuram – que foi um incômodo constante para os romanistas – cruzou rasteiro para a área. Na ânsia de cortar a bola, Fazio estufou as próprias redes. O gol contra bizarro, porém, deveria ter sido invalidado: na construção da jogada, o time alemão errou um passe, que saíra pela linha lateral.
Com a desvantagem no placar, Paulo Fonseca avançou as linhas de sua equipe e obrigou os comandados de Marco Rose a se protegerem mais. Dominante, a Roma quase empatou aos 56 minutos, com um lindo chute no ângulo de Pastore, que Sommer mandou para escanteio. O gol veio aos 64, com ares de redenção: Fazio usou a mesma ponta do pé com a qual anotou contra para completar cruzamento de Kolarov, em falta lateral, e vencer o goleiro suíço.
A Roma se manteve bem no jogo após o gol, apostando em contra-ataques puxados por Zaniolo, Pastore e Kluivert. O holandês, inclusive, teve duas ótimas oportunidades em sequência, mas não conseguiu marcar – na melhor delas, chutou para fora. Depois disso, os times se estudavam e tentavam atacar com mais cautela, a não ser quando Thuram tocava na bola. O francês, aliás, sacramentaria a vitória dos Fohlen aos 95 minutos. Pléa recebeu cruzamento e ajeitou de cabeça para o compatriota, que aproveitou o posicionamento ruim de Fazio e Smalling para deslocar Pau López, também de cabeça.
A derrota injusta atrapalha os planos da Roma, que está na terceira posição da chave, com 5 pontos. O Istanbul Basaksehir lidera, com 7, e o Mönchengladbach vem na sequência, com os mesmos 5 da Roma – leva vantagem no confronto direto, primeiro critério de desempate. O Wolfsberger é o lanterna, com 4. Portanto, o Grupo J continua absolutamente indefinido.