Liga Europa

A Roma resolveu no segundo tempo, venceu o Nice e estreou com o pé direito na Liga Europa

A Roma estreou na Europa League diante do Nice, carregando consigo a expectativa de iniciar a campanha com autoridade. Finalista continental em anos recentes e sempre apontada como candidata ao título, a equipe giallorossa buscava dar sinais de maturidade em um torneio que pode se tornar o grande objetivo da temporada. Do outro lado, o time francês encarava o jogo como oportunidade de provar competitividade diante de um adversário de peso, ainda que seu plano de jogo priorizasse a solidez defensiva em detrimento da iniciativa ofensiva. No fim das contas, os italianos levaram a melhor e fizeram 2 a 1.

O primeiro tempo refletiu esse equilíbrio de intenções. Embora tivesse maior posse e presença territorial, a Roma encontrou dificuldades para transformar domínio em chances claras. O chute do lateral-direito Mendy, aos 11 minutos, foi a primeira tentativa de perigo, mas sem grande precisão. Koné, motor do meio-campo romanista, era quem mais se apresentava para o jogo, enquanto Soulé, um dos principais talentos do elenco, tinha atuação discreta e insistia em jogadas previsíveis.

Aos 22, Koné arriscou finalização que parou na defesa adversária. Pouco depois, Soulé cortou para o meio, mas desperdiçou a batida, chutando muito mal. O zagueiro Mancini, por sua vez, se destacava pela leitura defensiva e chegou a balançar as redes, mas em lance invalidado por impedimento, aos 38 minutos. O Nice, que pouco criara até então, ensaiou uma melhora no fim da etapa inicial – porém, foi para o intervalo ainda devendo presença ofensiva. O 0 a 0 refletia uma partida morna, sem a intensidade que se esperava de uma estreia europeia.

Depois de um escanteio bem batido por Pellegrini, em processo de redenção, Ndicka abriu o placar na França (Arquivo/AS Roma)

Na volta para o segundo tempo, o ritmo mudou. Logo nos primeiros minutos, o meia Louchet encontrou o também meia Boudaoui em boa condição, mas Ndicka bloqueou o chute. Na resposta, Pellegrini – que substituiu El Shaarawy saiu do banco com moral, depois de ter definido o Derby della Capitale – apareceu e começou a crescer no jogo.

Aos 52, foi justamente de Pellegrini a cobrança de escanteio perfeita para Ndicka subir mais alto e abrir o placar para a Roma. Assim, o ex-capitão giallorosso deu sequência a sua fase decisiva, que pode mudar o seu futuro no clube. Gian Piero Gasperini parece disposto a recuperá-lo, pouco depois de sinalizar que não contaria com ele.

Embalada pelo gol, a Roma ampliou rapidamente. Em transição veloz, Tsimikas avançou pela esquerda, cruzou com precisão e Mancini apareceu como elemento surpresa para tocar de primeira e marcar o segundo, aos 55. O Nice sentiu o golpe e ficou completamente perdido por alguns minutos, enquanto Soulé tentou recolocar a Roma no campo ofensivo com jogada individual.

(Arquivo/AS Roma)

Apesar disso, foi o time francês que, numa escapada, conseguiu reagir – mas com a contribuição da Roma. O garoto Pisilli cometeu pênalti infantil aos 74 minutos, e Moffi converteu com frieza aos 76, recolocando os donos da casa na disputa.

A reta final foi marcada pela pressão do Nice, que ganhou ânimo com o gol e buscou o empate. Moffi chegou a exigir boa defesa de Svilar, e Ferguson ainda arriscou para os visitantes nos acréscimos, mas sem sucesso. A Roma, por sua vez, mostrou dificuldades para manter a posse de bola após abrir vantagem, mas conseguiu administrar o resultado até o apito final.

No balanço geral, a vitória por 2 a 1 dá à Roma os três pontos iniciais, mas deixa lições. O time de Gasperini mostrou que tem repertório ofensivo e capacidade de decidir em momentos-chave, mas ainda precisa aprender a controlar o jogo com mais maturidade após abrir vantagem. Já o Nice demonstrou competitividade e capacidade de reação, mas seu plano excessivamente defensivo cobrou um preço alto. A estreia confirmou a Loba como candidata ao troféu da Liga Europa, mas evidenciou que o caminho rumo ao título continental exigirá constância muito maior em nível de atuação.

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