O retorno da Lazio às oitavas de final da Liga dos Campeões teve um sabor bem amargo: o Bayern de Munique, campeão de tudo em 2020, atropelou os comandados de Simone Inzaghi, que já estão virtualmente eliminados do torneio. No papel, os bávaros já eram uma parada duríssima para a equipe romana, mas a vitória dos alemães por 4 a 1, no Olímpico, transformou o jogo de volta em uma pura formalidade – e ainda serviu de reabilitação para o time de Hansi Flick, que vinha de dois tropeços pela Bundesliga.
Os bávaros foram para o duelo com vários desfalques: Müller, Gnabry e Douglas Costa eram algumas das baixas da equipe de Flick, que só tinha seis jogadores à disposição no banco de reservas. A Lazio estava quase com força total, mas os desfalques de Luiz Felipe e Radu, na defesa, eram importantes. E acabaram mostrando porque o time da casa não foi páreo para os Roten, ainda que Lewandowski não tenha feito uma partida espetacular – gol à parte. Aliás, o aguardado duelo entre o polonês e Immobile chamou pouca atenção, de maneira geral.
Desde o início da peleja, o nervosismo tomou conta dos atletas celestes, que – à exceção de Correa, Lucas Leiva, Reina e Immobile – nunca tinham jogado um mata-mata da Liga dos Campeões. Além da inexperiência dos mandantes na competição, a postura do Bayern de Munique não deixou o jogo laziale fluir.
A equipe de Flick aplicou uma pressão alta muito bem organizada na saída de jogo adversária, impedindo a troca de passes biancoceleste e induzindo a equipe de Inzaghi aos erros. Não demorou muito para Lewandowski abrir o marcador, se aproveitando do recuo equivocado de Musacchio para o goleiro Reina. Com a vantagem desde o começo, o Bayern seguiu com fome de gols, como é de praxe, enquanto a Lazio se perdeu ainda mais dentro de campo. O cartão amarelo de Luis Alberto ilustrou bem esse descontrole – o espanhol foi advertido depois de protestar por uma falta não marcada no meio-campo, em uma zona sem nenhum perigo de gol.
Quem não parece ter sentido o peso da competição foi o promissor Musiala, que estava do outro lado do campo. O garoto de 17 anos herdou a vaga de Müller e teve uma estreia memorável, marcando o segundo gol da equipe alemã se tornando o segundo jogador mais jovem a marcar no mata-mata da Champions League. Aos 41 minutos, o Bayern ainda teve tempo de marcar o terceiro com Sané, novamente contando com uma falha do fraquíssimo Patric, cuja atuação sintetizou o rendimento do sistema defensivo laziale nesta terça.
O segundo tempo começou da pior maneira possível para os mandantes, que no primeiro minuto sofreram o quarto gol. Depois de Patric ser entortado por Coman, Acerbi tentou interceptar o passe do francês para Davies e empurrou para o próprio gol. Logo em seguida, a Lazio conseguiu descontar com uma jogada individual de Correa, fazendo o que sabe fazer de melhor.
Àquela altura do jogo, o Bayern já tinha tirado o pé do acelerador e finalmente o jogo da Lazio começou a aparecer. A principal rota encontrada até o gol de Neuer foi traçada pelo setor direito biancoceleste, onde Lazzari gerou amplitude, recebeu várias vezes livre para avançar e travou um duelo interessante contra Davies, conseguindo criar perigo. O ala foi certamente o melhor em campo, entre os mandantes, mas nenhuma de suas jogadas resultou em gol.
O placar construído pelo Bayern é praticamente irreversível – basta lembrar que a Lazio precisará vencer por quatro gols de diferença para se classificar. No fim das contas, a equipe de Inzaghi deverá se despedir da competição em Munique, no dia 17 de março, e voltar todas as suas atenções para a Serie A.