Serie A

37ª rodada: Juventus vence clássico polêmico e acirra briga europeia com Milan e Napoli

A penúltima rodada da Serie A deixou muitas histórias para serem encerradas no capítulo final do campeonato. Indo da parte de baixo da tabela para cima, um tropeço dramático do Benevento contra o Crotone garantiu a permanência do Cagliari na elite e colocou o Torino em uma situação ligeiramente confortável. Com uma vitória contundente no Derby della Capitale, a Roma não só derrotou a Lazio, sua maior rival, como permaneceu em sétimo lugar, dois pontos à frente do Sassuolo, que também venceu na rodada e segue perseguindo os giallorossi em busca de um lugar na Conference League.

O clímax fica pela disputa das vagas remanescentes da Champions League. No jogo de abertura da 37ª jornada, a Atalanta superou o Genoa sem muitos problemas e carimbou seu passaporte rumo à competição europeia. Na espera de um milagre no próximo domingo, a Juventus superou a já campeã Inter no Derby d’Italia e, apesar dos dois gols de Cuadrado, teve como grande personagem da partida o árbitro Gianpaolo Calvarese, com suas decisões nada convincentes.

Na briga com a Vecchia Signora por terceiro e quarto lugares, o Napoli jogou de forma segura contra a Fiorentina e manteve a terceira colocação. Já o Milan… não cumpriu o dever de casa, perdeu a chance de garantir a classificação para a Champions League e vai precisar vencer a Dea se não quiser correr o risco de perder seu espaço no G4. Confira, abaixo, tudo de mais importante que aconteceu na 37ª rodada do Campeonato Italiano.

>>> Classificação e artilharia da Serie A

Juventus 3-2 Inter

Gols e assistências: Ronaldo (pênalti), Cuadrado e Cuadrado (pênalti); Lukaku (pênalti) e Chiellini (contra)
Tops: Cuadrado (Juventus) e Martínez (Inter)
Flops: Bentancur (Juventus) e Darmian (Inter)

O Derby d’Italia foi um jogo de tudo ou nada para a Juventus. Extremamente pressionada pelo cenário da tabela, a Velha Senhora sabia que uma derrota poderia significar ficar fora da Champions League ainda antes da última rodada. Com isso em mente, o time de Pirlo teve uma das melhores exibições da temporada, como coletivo, e conseguiu bater uma Inter que não perdia havia 17 jogos. Por sua vez, os campeões entraram com força máxima, apesar de estarem vivendo a ressaca do título recém-conquistado. Mas quem chamou mais atenção no confronto foi Gianpaolo Calvarese: o juiz teve uma péssima arbitragem, com pouca certeza em suas decisões e colecionou muitas polêmicas ao longo dos 90 minutos.

A Juve começou melhor, pressionando e jogando com muita intensidade, e colheu os frutos com uma ajudinha de Darmian. O lateral agarrou Chiellini dentro da área e, após intervenção do VAR, Calvarese marcou pênalti para os anfitriões. Cristiano Ronaldo foi para a cobrança e Handanovic conseguiu defender, mas deu rebote. Com o arqueiro caído, o camisa 7 só empurrou para as redes, marcando seu 29º gol na Serie A.

Depois de ficar atrás, a Inter entrou de verdade no jogo e o empate veio com uma falta nada inteligente de De Ligt. O zagueiro holandês, dentro de sua área, pisou meio sem querer no calcanhar de Martínez e foi marcado o segundo pênalti da partida – novamente após Massimiliano Irrati, no VAR, chamar o árbitro para checar o lance. Lukaku, diferente de Ronaldo, bateu com frieza e só deslocou Szczesny. Vice-artilheiro, o belga chegou à marca de 23 tentos anotados na competição.

De novo precisando buscar o placar, a Juventus voltou a controlar as ações e conseguiu, um pouco antes do intervalo, ficar em vantagem. Ronaldo tentou tabelar com Kulusevski, mas, na devolução, o passe foi interceptado. A bola voltou para a entrada da área e Cuadrado enfiou uma sapatada. O chute desviou em Eriksen e Handanovic não conseguiu defender. Vale destacar que o goleiro esloveno bateu um recorde com a aparição: ele igualou Zenga em número de presenças pela Inter na Serie A, com 328 jogos, e deve ultrapassá-lo.

Na volta para o segundo tempo, o time de Pirlo entrou com uma postura mais conservadora e teve que enfrentar 35 minutos com um a menos. Bentancur, ao parar um ataque promissor, foi expulso pelo segundo cartão amarelo, em lance duvidoso. Imediatamente, o treinador bianconero tirou Kulusevski para colocar McKennie e deu o recado: o objetivo era segurar a vitória.

A Inter ficou com a posse praticamente todo o tempo após ter a vantagem numérica e, num lindo voleio, Lautaro chegou a balançar as redes – Calvarese, porém, já havia apitado duvidosa falta de Lukaku sobre Chiellini. A Juve tentava se defender na medida do possível. Ainda entraram Demiral e Morata nos lugares de Ronaldo e Chiesa, com a clara intenção de recuar ainda mais. E, nos últimos momentos, começou a loucura.

Vecino, aos 81 minutos, recebeu excelente cruzamento de Perisic, cabeceou para baixo mas parou em uma defesaça de Szczesny. No lance seguinte, outro cruzamento na área bianconera e Chiellini e Lukaku se enroscaram na área. O zagueiro italiano fez contra, Calvarese chegou a dar falta de ataque, mas voltou atrás, validando gol em mais uma decisão confusa. O empate não bastava e, em pouquíssimo tempo, brilhou a estrela de Cuadrado, junto com outra polêmica.

Na tentativa de resolver tudo sozinho, o colombiano partiu para cima de Perisic dentro da área e conseguiu cavar um pênalti, buscando o contato com o croata. Ele mesmo foi para a cobrança, acertou o cantinho direito e sacramentou a vitória crucial para a Vecchia Signora. E ainda teve tempo para mais uma expulsão: Brozovic, parando contra-ataque, levou o segundo amarelo já nos acréscimos. Na última rodada, a Juventus precisa vencer o Bologna e secar Milan e Napoli para conseguir uma vaga no G4.

Milan 0-0 Cagliari

Tops: Donnarumma (Milan) e Godín (Cagliari)
Flops: Díaz e Rebic (Milan)

O tropeço do Benevento garantiu a permanência do Cagliari na Serie A. O time sardo entrou tão relaxado no San Siro que a comissão técnica promoveu até um brinde com cervejas no pré-jogo. Ao contrário do que isso poderia indicar, contudo, a equipe da Sardenha não facilitou e o Milan não conseguiu ir além de um empate sem gols. A formação de Pioli agora chega na última rodada precisando vencer a Atalanta para ir direto para Champions League e não depender de um tropeço de Juventus ou Napoli.

Em uma partida bastante equilibrada, a equipe rossonera ofereceu mais perigo nos minutos iniciais, com chutes de longa distância de Calabria e Saelemaekers. Já na metade final do primeiro tempo, o Cagliari começou a ficar mais confortável, mas só foi oferecer perigo depois do intervalo.

Aos 55 minutos, João Pedro acertou um belíssimo cruzamento para Pavoletti, que testou para baixo e parou em ótima defesa de Donnarumma. Aos 64, outra intervenção sensacional de Gigi: Godín, também pelo alto, cabeceou forte e forçou o arqueiro italiano pular para pegar a bola no cantinho da meta.

No finzinho, o Milan imprimiu uma pressão muito forte para cima do Cagliari, em busca da vitória. A melhor chance caiu nos pés de Castillejo: o ponta espanhol recebeu uma escorada de cabeça de Mandzukic e bateu forte de esquerda, mas Godín, no meio do caminho, evitou o que seria o gol da vitória. A excelente exibição do uruguaio garantiu a solidez de sua linha defensiva e frustrou os donos da casa.

Pouco incisivo, o Milan não conseguiu furar a defesa do Cagliari e complicou sua caminhada rumo à Champions League (Sportimage)

Fiorentina 0-2 Napoli

Gols: Insigne e Venuti (contra)
Tops: Insigne e Osimhen (Napoli)
Flops: Castrovilli e Milenkovic (Fiorentina)

O Napoli foi até o Artemio Franchi pressionado pelo triunfo da Juventus no dia anterior e não decepcionou: sem muitas dificuldades, dominou a partida inteira, em especial o segundo tempo, e vai para a última rodada dependendo apenas de si mesmo na briga pela Champions League. A Fiorentina, sem mais nada disputar na Serie A, colocou quase todos os titulares em campo, com a exceção de Drągowski – que, inclusive, foi expulso no banco por reclamação.

No primeiro tempo, como já era previsto, a equipe de Gattuso teve maior posse de bola, com 66%, enquanto a Viola ameaçava nos contra-ataques. Terracciano foi o goleiro mais exigido, precisando defender bons chutes de longa distância. Do outro lado, Vlahovic chegou a balançar as redes, mas estava em impedimento e nem comemorou. Antes do intervalo, a melhor chance foi do Napoli, com Insigne. Em cobrança de falta, o camisa 24 acertou o travessão e quase marcou uma pintura. O capitão, aliás, esteve presente em todos os melhores momentos dos partenopei na peleja.

O primeiro gol veio só aos 52 minutos, com erro crasso de Milenkovic. O zagueiro sérvio puxou a camisa de Rrahmani dentro da área, Abisso enrolou para ir até o monitor e, no final das contas, apontou a marca da cal. Insigne não bateu bem, mas no rebote colocou para o fundo das redes. Com a vantagem, o Napoli passou a ter um domínio ainda maior, chegando com perigo e contando com mais uma bola na trave de seu capitão.

O ponta não fez mais um gol mas deixou uma assistência – ou quase. Após receber excelente inversão de Osimhen, ele tocou na entrada da área e Zielinski bateu de primeira. A bola desviou de forma decisiva em Venuti e morreu no fundo das redes, sacramentando a vitória napolitana. Vale destacar, no lado da Fiorentina, o esforço individual de Ribéry, que levou a melhor em muitas jogadas individuais, porém não conseguiu traduzir essa vantagem em oportunidades concretas.

Genoa 3-4 Atalanta

Gols e assistências: Shomurodov, Pandev (pênalti) e Shomurodov (Pandev); Zapata (Malinovskyi), Malinovskyi (Zapata), Gosens (Hateboer) e Pasalic (Miranchuk)
Tops: Zapata e Malinovskyi (Atalanta)
Flops: Radovanovic e Onguéné (Genoa)

O Genoa dificilmente conseguiria sair com um resultado positivo contra a Atalanta independentemente da situação. Já salvo do rebaixamento, e com vários reservas em campo, o time rossoblù se colocou diante de uma missão praticamente impossível e o domínio dos visitantes se traduziu na primeira metade. Para a equipe de Bérgamo, o triunfo trouxe alívio: a vaga na Champions League está garantida pela terceira vez consecutiva. Mais uma temporada excelente dos comandados de Gasperini com um futebol de alto nível.

Sem muitas dificuldades, a Atalanta não demorou para sair na frente com a dupla Malinovskyi e Zapata destroçando outro adversário: o camisa 91 tabelou com o parceiro, saiu frente a frente com o veterano Marchetti e tirou do arqueiro ex-Lazio, abrindo o placar. Aos 25 minutos, os dois colocaram mais uma na conta. Hateboer lançou o colombiano, Radovanovic tentou proteger a bola que sairia na linha de fundo, mas perdeu no corpo. Malinovskyi, que vinha de trás, recebeu de Zapata e tocou para o fundo das redes com o goleiro já vendido no lance. Sem dó, os visitantes ainda marcaram pela terceira vez antes do intervalo, em mais uma jogadaça de Malinovskyi. O ucraniano cruzou na segunda trave, Hateboer cabeceou para o meio da área e Gosens completou, aproveitando a passividade de Radovanovic.

Na volta para o segundo tempo, o Genoa finalmente entrou na partida e, por pouco, não teve uma reação mais contundente. Aos 48 minutos, Shomurodov, que veio do banco, roubou a bola de Djimsiti já no ataque, partiu em direção ao gol e acertou um belíssimo chute, que ainda bateu na trave antes de entrar. Em seguida, veio o troco da Dea: Miranchuk encontrou Pasalic, que fez ótima jogada individual e marcou o quarto da Atalanta.

Aos 66 minutos, Pandev, que também saiu do banco, deixou sua marca. Em cruzamento na área, Gosens abriu demais o braço e Marinelli marcou pênalti para os rossoblù. O atacante macedônio cobrou bem, sem chances para Gollini. Faltando cinco minutos para o fim da partida, a dupla artilheira de Gênova apareceu de novo, desta vez em sintonia. Pandev recebeu um passe de letra e acertou uma excelente enfiada para o companheiro de ataque. Shomurodov, na cara do gol, só tirou do arqueiro, diminuindo a desvantagem. A Atalanta, então, conseguiu interromper a reação e assegurou o triunfo.

Numa chuva de gols no Marassi, a Atalanta venceu o Genoa e se garantiu na Champions League pelo terceiro ano seguido (imago)

Roma 2-0 Lazio

Gols e assistências: Mkhitaryan (Dzeko) e Pedro
Tops: Dzeko e Darboe (Roma)
Flops: Acerbi e Muriqi (Lazio)

Segundo clássico do sábado, o Derby della Capitale foi menos movimentado, embora valesse vagas europeias para ambas as equipes. Quem se deu melhor foi a Roma, que tinha um número considerável de desfalques, mas soube contornar a situação e deixou bem encaminhada sua vaga na Conference League. A Lazio, por sua vez, sentiu demais a ausência de Correa no ataque e já sabe que não disputará a Champions League na próxima temporada. Dentro das quatro linhas, por pouco os giallorossi não devolveram o 3 a 0 do primeiro turno, mas ter impedido os arquirrivais de disputarem a Liga dos Campeões foi saboroso o suficiente para a torcida.

O jogo começou bem travado, com nenhuma das equipes conseguindo chegar e faltas sendo marcadas com constância. Em bons momentos, a Lazio viu Luis Alberto ter gols negados por Karsdorp e Daniel Fuzato. Só no finalzinho da primeira etapa que Dzeko fez a diferença como garçom e ajudou a Roma a abrir o placar. Aos 42 minutos, Acerbi se atrapalhou para proteger uma bola que sairia pela linha de fundo e o camisa 9 se antecipou ao defensor. Conduzindo em uma zona perigosa, o bósnio tocou para trás e Mkhitaryan chegou completando, garantindo a vantagem no intervalo.

No segundo tempo, os mandantes seguiram ditando o ritmo do jogo, apesar de não finalizarem. No meio-campo, o gambiano Darboe, de apenas 19 anos, controlava quase tudo. Simone Inzaghi, na tentativa de oferecer mais mobilidade ao time biancoceleste, colocou Andreas Pereira no lugar de Muriqi e, mesmo assim, pouco ameaçou seu oponente. Do outro lado, quem acertou na mudança foi Fonseca.

Depois de entrar no lugar de El Shaarawy, Pedro fez uma excelente jogada individual aos 78 minutos. Carregando por um meio-campo escancarado, o espanhol chapou de fora da área, com liberdade, e acertou o cantinho direito de Reina, numa finalização precisa. Para coroar sua partida desastrosa, Acerbi apareceu de forma negativa novamente e levou o segundo amarelo após puxar Dzeko faltando três minutos para o fim da partida.

Spezia 4-1 Torino

Gols e assistências: Saponara (Agudelo), Nzola (pênalti), Nzola (Marchizza) e Erlic (Diego Farias); Belotti (pênalti)
Tops: Saponara e Nzola (Spezia)
Flops: Vojvoda e Sanabria (Torino)

Num jogo que valia a permanência, Spezia e Torino entraram em campo precisando muito do resultado, no intuito de não contarem com a sorte na última rodada. Amplamente superior na primeira etapa, o time da Ligúria contou com exibições inspiradas de Saponara, que pouco atuou na competição devido a problemas físicos, e de Nzola, letal após quatro meses sem balançar as redes. Com isso, venceu e se salvou definitivamente do rebaixamento. Já o rival de Turim terá que enfrentar a Lazio, e se não pontuar, encara o Benevento no jogo de encerramento do campeonato em confronto direto para evitar uma passagem para a Serie B.

Ao todo, Saponara jogou apenas cinco vezes como titular nesse Italiano, mas fez valer a sua presença. Com 18 minutos de bola rolando, o meia recebeu na ponta esquerda da grande área, puxou para a perna direita e bateu cruzado, no cantinho – Sirigu até alcançou a bola, mas não impediu que ela entrasse. Melhor no jogo, o Spezia ampliou com um vacilo de Vojvoda, que fez falta dentro da área grená aos 42 minutos. Na penalidade, Nzola só deslocou o arqueiro adversário e ampliou.

Depois do intervalo, Nzola teve a chance de matar a partida quando recebeu na área, mas chutou fraco e Sirigu defendeu. O Torino, então, voltou para o jogo com a bola parada. Após escanteio, Bremer antecipou Ferrer, que ia dar um bicão para afastar a bola, mas acabou acertando o zagueiro brasileiro. Na marca da cal, Belotti anotou seu gol de número 13 na Serie A.

Faltando 15 minutos para o fim, Nzola apareceu de novo e garantiu a tranquilidade. Em cobrança de falta, Marchizza colocou na área e, de forma inacreditável, o camisa 18 do Spezia estava completamente livre na segunda trave. Chapando com calma, só tirou do goleiro, levando as redondezas do Alberto Picco à loucura – a torcida, que já fazia barulho nos portões do estádio, explodiu. E ainda teve tempo para mais um. Bremer quase foi expulso por soltar o braço no rosto do adversário, mas após intervenção do VAR, o vermelho virou amarelo. Porém, no mesmo lance, a defesa grená cometeu mais um vacilo: Diego Farias aproveitou a sobra da falta alçada, cruzou na segunda trave e Erlic subiu sozinho na segunda trave. O zagueirão testou firme para marcar o quarto e último gol da partida, sacramentando a fuga do Spezia da Serie B.

Com vitória no clássico, a Roma tirou as chances de a Lazio se classificar para a Liga dos Campeões (Insidefoto)

Benevento 1-1 Crotone

Gols e assistências: Lapadula (Hetemaj); Simy (Pereira)
Tops: Lapadula (Benevento) e Festa (Crotone)
Flops: Caprari (Benevento) e Golemic (Crotone)

Sem Junior Messias e rebaixado, o Crotone praticamente não ofereceu resistência para o Benevento e, mesmo assim, conseguiu um empate graças à incompetência na concretização de jogadas por parte do adversário. Em uma partida dominada pelo mandante, Festa, goleiro reserva dos squali, teve boa atuação e foi bastante exigido. Lapadula, líder da linha ofensiva do time de Pippo Inzaghi, teve interessante prestação ofensiva mas não fez o suficiente para garantir a vitória. Com o empate, o time da Campânia tornou a fuga do rebaixamento uma missão muito complicada: o Torino não pode pontuar contra a Lazio e, no confronto direto da última rodada, um empate na última rodada garante a permanência do clube grená. Ou seja, é secar e vencer.

Logo aos 10 minutos, o primeiro susto foi do Crotone, com boa jogada individual de Ounas. Na sequência, o Benevento devolveu e não perdoou: Letizia cruzou na área, Hetemaj ajeitou para trás e Lapadula bateu cruzado, na bochecha da rede, para abrir o placar para os mandantes.

Em bicão do Benevento, aos 24 minutos, Lapadula sairia livre na cara do gol mas Golemic fez falta na entrada da área. Giacomelli não teve dúvidas, considerou que o defensor impediu uma chance clara e mostrou o vermelho para o sérvio. Logo na sequência, Insigne acertou um chutaço com o pé esquerdo, mas parou no travessão. Lapadula voltou a ter outra grande oportunidade, mas Festa colocou o forte chute para escanteio.

Além de a bruxa estar solta dentro de campo, jogando bem, infelizmente estava fora dele também: Ionita sentiu um desconforto e, chorando, precisou sair. Depaoli foi o segundo a se lesionar. O defensor caiu de mal jeito e machucou o ombro. Mas o pior ainda estava por vir.

Na volta do intervalo, em menos de cinco minutos, Lapadula quase marcou seu segundo gol no jogo, mas recebeu a assistência em posição de impedimento – o tento fez muita falta. O Crotone soube suportar a pressão com um a menos e, na única chance que ofereceu ao seu centroavante, ele converteu. Simy, já nos acréscimos, recebeu passe de Pereira dentro da área e marcou o seu vigésimo tento na Serie A, se tornando apenas o segundo africano a atingir este patamar no Italiano, após Eto’o. Os jogadores do Benevento desabarem de frustração no gramado do Ciro Vigorito e voltaram a fazê-lo no último suspiro da partida, quando Festa fez uma grande defesa no voleio de Glik e segurou o empate.

Parma 1-3 Sassuolo

Gols e assistências: Bruno Alves (Hernani); Locatelli (pênalti), Defrel (Berardi) e Boga (Ferrari)
Tops: Berardi e Consigli (Sassuolo)
Flops: Busi e Cornelius (Parma)

Já rebaixado, o Parma entrou com um uniforme diferente: em homenagem ao movimento Black Lives Matter, o novo kit (quase inteiramente preto, com a exceção da identificação dos atletas) destinará todo o lucro arrecadado com sua venda para projetos de combate ao racismo. Do outro lado, o Sassuolo segue perseguindo a Roma em busca de uma vaga da Conference League, e mesmo precisando das excelentes intervenções de Consigli, conseguiu uma vitória com certa facilidade. A equipe neroverde também deve procurar um novo treinador em breve já que De Zerbi é um nome fortemente cotado para assumir o Shakhtar Donetsk ao final da temporada.

Com a bola rolando, quem saiu na frente foram os visitantes. Aos 25 minutos, Berardi recebeu na cara do gol e perdeu, parando em excelente defesa de Sepe, que teve boa prestação na partida. Na sobra, Raspadori tentou aproveitar o rebote mas foi derrubado por Busi na área. Na cobrança do pênalti, Locatelli bateu deslocando o goleiro e fez 1 a 0. O Parma respondeu na bola parada, com um susto no adversário que teria valido o ingresso, se houvesse torcida no Ennio Tardini. Em ótimo cruzamento de Hernani na segunda trave, Bruno Alves acertou um chutaço acrobático e mandou no ângulo, marcando a grande pintura da rodada.

O Sassuolo conseguiu voltar à liderança no primeiro terço da segunda etapa: Berardi fez boa jogada pela direita, cruzou com o pé ruim e encontrou Defrel. O atacante francês se atirou na bola e completou todo desengonçado, mas fazendo o gol. E, fechando o placar, Boga emendou um foguetaço de dentro da área, depois de excelente lançamento de Ferrari, aos 69 minutos. No finzinho, quem garantiu efetivamente o triunfo foi Consigli, que até o apito final fez excelentes defesas. Aos 82 minutos, vieram as duas melhores delas: em uma sequência espetacular, o goleiro parou primeiro um chute no canto de Pellè e reagiu a tempo de defender o rebote à queima-roupa de Gervinho.

O Spezia teve bela atuação coletiva, goleou o Torino e garantiu a permanência na elite (IPA/Live Media)

Verona 2-2 Bologna

Gols e assistências: Faraoni (Günter) e Kalinic (Lazovic); De Silvestri e Palacio
Tops: Kalinic (Verona) e Skov Olsen (Bologna)
Flops: Ceccherini (Verona) e Dijks (Bologna)

Fechando a rodada, Verona e Bologna fizeram uma partida divertida. Ambos situados no meio da tabela, ocupando 10ª e 11ª colocações, respectivamente, os times pouparam alguns de seus titulares, incluindo os goleiros. Com bastante equilíbrio, a equipe de Juric até teve uma exibição melhor, mas a reação rossoblù na reta final foi o suficiente para distribuir um ponto para cada lado.

Os mandantes entraram ligados e, logo de cara, abriram o placar. Dimarco bateu escanteio na área, Günter chutou errado, mas Faraoni completou para o gol com menos de dois minutos de jogo. Mesmo pior em campo, o Bologna conseguiu buscar o empate na bola parada, meia hora depois. Skov Olsen alçou na área, Soriano pegou no segundo pau e bateu rasteiro. A bola passou por toda a pequena área e De Silvestri completou quase debaixo do gol. No final do primeiro tempo, Kalinic ainda carimbou o travessão de cabeça, mas foi recompensado mais tarde.

Na volta para a segunda etapa, o centroavante deixou sua marca: em boa troca de passes do Verona, Lazovic recebeu na linha de fundo e Kalinic marcou seu segundo gol na Serie A ao antecipar Tomiyasu. O croata não balançava as redes desde de janeiro. Sem nada a perder, Mihajlovic colocou Barrow e Orsolini, deixou o time mais ofensivo e buscou o empate mais uma vez. Aos 81 minutos, o veterano Palacio recebeu excelente cruzamento de Skov Olsen e completou de carrinho na segunda trave, dando números finais à partida.

Udinese 0-1 Sampdoria

Gol: Quagliarella (pênalti)
Tops: Gabbiadini e Quagliarella (Sampdoria)
Flops: Molina e Bonifazi (Udinese)

Udinese e Sampdoria, bem resolvidas e sem pretensões, jogaram para cumprir tabela. Os anfitriões começaram melhor, com mais posse, mas sem conseguir criar grandes chances. Defendendo com excelência, o time de Ranieri conseguiu converter a única chance clara que teve.

A agitação do jogo só veio na segunda etapa. A Samp começou a sair um pouco mais para o ataque e, com Gabbiadini e Candreva, ameaçava de longa distância. Um apagado De Paul, sem apoio, pouco conseguiu produzir e foi anulado pelo bloqueio blucerchiato. O único gol da partida acabou vindo do banco. Na entrada da área, Verre chutou e Bonifazi acabou bloqueando com o braço aberto. O veterano Quagliarella chamou a responsabilidade, bateu a penalidade com firmeza e garantiu a vitória marcando seu 12º gol na Serie A. Com o triunfo, a Samp garantiu a nona posição.

Seleção da rodada

Donnarumma (Milan); Cuadrado (Juventus), Godín (Cagliari), Terzi (Spezia), Marchizza (Spezia); Malinovskyi (Atalanta), Darboe (Roma), Saponara (Spezia); Shomurodov (Genoa), Nzola (Spezia), Zapata (Atalanta). Técnico: Vincenzo Italiano (Spezia).

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