Liga das Nações Seleção italiana

Com atuação sólida, a Itália venceu a Bélgica e conquistou o terceiro lugar da Nations League

Após uma semana amarga, na qual viu o seu recorde de invencibilidade ruir e a classificação para a decisão da Nations League escapar por entre os dedos, a Itália voltou a ter motivos para sorrir. Neste domingo, 10 de outubro, a seleção treinada por Roberto Mancini venceu a Bélgica por 2 a 1 e ficou com o terceiro lugar da competição da Uefa. De quebra, ganhou valiosos pontos no ranking da Fifa – que podem levá-la a ser cabeça de chave na Copa do Mundo de 2022, caso exerça seu favoritismo sobre a Suíça e garanta a classificação.

Com ajuda da falta de tensão ocasionada por uma disputa de terceiro lugar, Itália e Bélgica entregaram uma partida muito divertida em Turim. Considerando o calendário congestionado, tanto Mancini quanto Roberto Martínez mandaram equipes modificadas ao campo do Allianz Stadium, visando reduzir desgastes de suas peças. Pelo lado italiano, Acerbi ficou com a vaga do expulso Bonucci, Locatelli e Pellegrini ganharam espaço no meio-campo e, por fim, Berardi e Raspadori, do Sassuolo, entraram no ataque.

Com um meio-campo mais voltado à recuperação de bola, capacidade de chegada à frente e o acerto de decisão no setor ofensivo, a Itália começou a partida cedendo o controle de posse para a Bélgica e posicionando o seu bloco em altura média, voltando suas atenções para realizar uma boa pressão. Funcionou. Logo nos primeiros minutos, Barella recuperou a bola e a jogada terminou com Berardi finalizando para boa defesa de Courtois, após desvio na defesa.

Sem Hazard e De Bruyne para oferecer dribles e inventividade na criação de jogadas, e sem Lukaku no comando do ataque, proporcionando o trabalho de pivô e os giros para conduzir em direção ao gol, a Bélgica não encontrou muitas oportunidades para punir a Itália – ainda que tenha ficado com a bola. Carrasco foi a arma mais utilizada, sempre partindo como um ala pelo setor esquerdo. No melhor lance dos Diabos Vermelhos na primeira etapa, Saelemaekers acertou o travessão.

O jogo foi bastante aberto, com uma troca bastante franca e sem muito peso para o jogo de meio-campo. Chiesa fez o de sempre: recebeu, conduziu e finalizou. Sendo a peça mais ativa da Itália no primeiro tempo, se consolidou como um tormento constante para a defesa adversária. No último lance de perigo do primeiro tempo, Berardi deixou o jogador da Juventus na boa para marcar, mas Courtois impediu que o gol saísse: já desequilibrado, o camisa 14 finalizou no canto, mas o arqueiro desviou com o pé e mandou a bola para fora.

Com bela finalização, Barella abriu o placar para a Itália em Turim (Getty)

O gol italiano teimou em não sair na primeira etapa, mas apareceu logo no primeiro minuto do segundo tempo. Berardi cobrou escanteio pelo lado direito e a bola sobrou na medida para Barella, que pegou de primeira, sem deixá-la cair, e marcou um belo gol – o centésimo na gestão de Mancini. Depois do tento da Nazionale, Martínez colocou De Bruyne em campo e viu a alteração gerar efeito praticamente imediato: logo após sua entrada, o meia do Manchester City encontrou belo passe pelo lado direito, e Batshuayi, sem ângulo, finalizou no travessão da meta defendida por Donnarumma.

A Squadra Azzurra seguiu firme em sua proposta de jogo e, aos 65 minutos, Chiesa acabou derrubado na área por Castagne. Berardi cobrou a penalidade com certo nível de risco, mas a bola bateu no pulso de Courtois e entrou. Com o 2 a 0 no marcador, Mancini realizou trocas, lançando a campo Kean, Cristante e Jorginho, no intuito de controlar a partida com peças mais descansadas.

A Itália continuou jogando bem e parecia ter o confronto sob controle, mesmo com os belgas aumentando o ritmo e buscando um gol para esquentá-lo. Nessa fase da peleja, Donnarumma apareceu com duas boas defesas em chutes de Alderweireld e Carrasco acertou a trave com uma finalização da entrada da área.

Diante da Bélgica, Mancini atingiu mais um feito importante em sua carreira (Getty)

Aos 86 minutos, então, o tento dos Diabos Vermelhos saiu, novamente a partir de uma jogada articulada por De Bruyne. O craque descolou um passe maravilhoso para De Ketelaere, que ficou frente a frente com Donnarumma e teve frieza para tocar com categoria, por entre as pernas do arqueiro, descontando o placar. A seleção da Bélgica tentou pressionar depois do gol, mas a Itália soube controlar o ritmo da partida nos minutos finais, garantindo a vitória e a terceira colocação na Nations League.

Com o 2 a 1, Mancini se tornou o técnico que precisou do menor número de partidas para chegar a 30 vitórias pela seleção – bastaram 44 jogos. Apesar da derrota marcante para a Espanha, o trabalho do treinador mostra frutos até em momentos ruins, como o caráter demonstrado pela equipe naquele tropeço. A postura diante da Fúria e o foco exibido na decisão do terceiro lugar dizem muito sobre o momento vivido pela Nazionale. No entanto, ainda há o que corrigir: o desempenho de Immobile como centroavante tem sido ruim, mas Raspadori e Kean não conseguiram fazer muito melhor, o que pode indicar alguma falha do sistema em si. É nesse ponto que Mancio deve trabalhar nos próximos meses.

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