Liga das Nações Seleção italiana

Com novas caras, a Itália empatou com a Alemanha na estreia da Nations League

Depois da derrota para a Argentina na Finalíssima, neste sábado, 4 de junho, a Itália recebeu a Alemanha em Bolonha, em duelo válido pela primeira rodada da Nations League. Como a Nazionale foi sorteada em um grupo muito forte, ao lado ainda de Inglaterra e Hungria, somar uma vitória em casa na estreia seria primordial para construir uma trajetória sólida rumo ao Final Four da competição. Ainda assim, Roberto Mancini indicou que este não é o seu principal objetivo ao optar por realizar muitas mudanças no time, descansando jogadores-chave e dando oportunidade para muitos jovens, incluindo seis estreantes. Nesse sentido, o empate por 1 a 1 com os germânicos foi interessante.

O jogo começou com a Alemanha conseguindo sufocar a saída da Itália e obtendo a posse em zona avançada, de modo a realizar muitas ações no terço final do campo. Florenzi e Bastoni fizeram um ótimo serviço, bloqueando finalizações dos alemães. Sem conseguir estabelecer sua saída curta, o time de Mancini buscou muito a ligação direta com Scamacca, subindo a linha de meias com Tonali, Frattesi, Pellegrini e Politano para obter vantagem na briga pela segunda bola.

Entre a Alemanha de Hansi Flick perder fôlego em sua busca pelos encaixes de pressão em campo ofensivo e a Itália conseguir um maior percentual de acerto em suas ações com a bola no chão, a partida foi ficando bastante equilibrada na altura dos 15 minutos finais da primeira etapa. Kimmich era um problema para os meias da Nazionale, sendo o jogador que direcionava o jogo a todo momento.

Apesar de os alemães terem sucesso em sua estratégia e conseguirem superioridade tática na etapa inicial, a melhor chance do primeiro tempo foi da Itália. Aos 35 minutos, Scamacca recebeu lançamento, errou passe de calcanhar, mas acabou vencendo o duelo com Rüdiger antes de finalizar com força, no canto inferior direito do gol defendido por Neuer. A bola bateu na trave e saiu.

Mancini não realizou mudanças no intervalo e a Itália voltou com a mesma equipe para a segunda etapa. No entanto, os azzurri tiveram outra postura e conseguiram executar seu jogo de toques curtos, aproximações e a criação de situações de um contra um. Contudo, a Nazionale tinha dificuldade para aproveitar essas oportunidades. Isso mudou quando Mancini promoveu a estreia do jovem Gnonto, de apenas 18 anos. O garoto de origem marfinense se tornou o primeiro atleta nascido em 2003 a vestir a camisa da seleção.

Gnonto foi um dos estreantes da noite e contribuiu com uma assistência no empate entre Itália e Alemanha (Getty)

Cria da Inter, Gnonto havia chamado atenção no Mundial Sub-17 de 2019, disputado no Brasil, e decidiu não renovar o seu contrato com os nerazzurri no ano seguinte, se transferindo a custo zero para o Zürich, da Suíça. A escolha ocorreu porque o atacante acreditava que, no time helvético, teria mais chances de atuar no time principal. Ele estava certo: em 2021-22, fez uma boa temporada pelo FCZ e, com oito gols marcados, ajudou a equipe a faturar o título nacional.

O jovem talento também causou impacto no jogo italiano: entrou muito bem, buscando o drible e utilizando sua velocidade. Com apenas seis minutos em campo, aos 70 de partida, o baixinho Gnonto disparou pelo lado direito e cruzou na medida para Pellegrini, que – atento ao lance – acompanhou a jogada e apareceu na pequena área para mandar a bola para as redes.

No entanto, antes mesmo que a Itália pudesse mudar sua postura ou ficar confortável com a vantagem no marcador, Musiala partiu pelo lado direito, cruzou e, após Acerbi errar no corte e a bola tocar em Werner, Kimmich finalizou sem chances para Donnarumma. O empate ocorreu apenas três minutos depois do gol de Pellegrini.

O jogo seguiu sem maiores emoções, com os jovens Pobega, Ricci, Dimarco e Cancellieri também recebendo a chance de estrear pela seleção principal, juntando-se a Frattesi e Gnonto como os debutantes da noite no Renato Dall’Ara. Dentre esse segundo grupo, apesar dos poucos minutos recebidos, Ricci foi o que mais agradou.

O empate por 1 a 1 manteve a invencibilidade da Itália contra a Alemanha em jogos oficiais, mas diz muito pouco sobre o presente e o futuro da Squadra Azzurra. A postura da equipe e as escolhas de Mancini, contudo, deixam claro que existe um rumo para seguir. A caminhada passa por utilizar os jovens, renovando as possibilidades táticas e técnicas do grupo. Há luz no fim do túnel.

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