Liga dos Campeões

Derrotas idênticas não mudaram o destino dos classificados Napoli e Inter na UCL

Yuri Said

A última rodada da fase de grupos da Champions League foi encarada quase como cumprimento de calendário para Napoli e Inter. Surpresas pareciam distantes. Em jogo, para os azzurri, estava a primeira colocação de sua chave. Pelo Grupo A, o time de Luciano Spalletti tinha a vantagem de três pontos e de um saldo bastante positivo, que praticamente salvaguardava sua posição em caso de derrota – só perderia a liderança se o placar mostrasse uma diferença de quatro gols em favor do Liverpool. Os Reds encerraram a invencibilidade dos italianos na temporada, mas não assumiram a ponta.

A Inter, por sua vez, não tinha chances de roubar a liderança do Grupo C do Bayern de Munique. Portanto, viajou à Alemanha em busca apenas de um bom resultado para consolidar o momento positivo que atravessa na temporada e de rodagem para jogadores que não vinham sendo tão utilizados. Confira, abaixo, como foram as partidas.

Liverpool 2-0 Napoli

Precisando de quatro gols, o Liverpool foi para cima do Napoli desde o início da partida. Os visitantes, que mesclavam titulares e reservas, seguravam bem a pressão e buscavam atacar com velocidade pelos lados. Mas somente perto dos 30 minutos é que o time italiano conseguiu levar mais perigo. Em boa jogada pelo flanco esquerdo, Lobotka rolou para Ndombélé, que finalizou nas mãos de Alisson. Na sequência, o goleiro brasileiro achou a brecha na defesa azzurra e lançou Salah. O egípcio arrancou com espaço e rolou para Thiago, que exigiu boa intervenção de Meret.

Os minutos seguintes foram marcados pelas chegadas fortes, constantes no jogo. O primeiro cartão amarelo saiu para Konaté. O duelo ficou truncado no meio campo e as chances não apareciam para nenhum dos dois lados. Ótimo para o Napoli, que tinha o relógio como seu principal aliado na noite e via a missão do Liverpool ficar ainda mais difícil.

Aos 52 minutos, Kvaratskhelia cobrou falta da intermediária direita e mandou um cruzamento na medida para Ostigard, que apareceu sozinho na frente de Alisson e só cabeceou direto para o fundo das redes, abrindo o placar. Contudo, após bastante tempo de revisão, o recurso de impedimento semiautomático que a Uefa vem testando mostrou que o zagueiro norueguês tinha orelha e ombro em posição irregular, de modo que o gol foi anulado.

Mesmo com a ducha de água fria, o ímpeto do Napoli não caiu: o time italiano controlava o tempo e mantinha o Liverpool longe do gol. O jogo seguia truncado, com muitas faltas no meio-campo e um duelo à parte entre Osimhen e Van Dijk. Nessa toada, os Reds só foram capazes de balançar as redes aos 85 minutos, quando Núñez cabeceou firme para o chão, exigindo defesa de Meret após escanteio. No rebote, Salah chegou sozinho para empurrar para a baliza e conseguiu que a bola cruzasse a linha.

O gol tirava a invencibilidade do Napoli na temporada. Spalletti, buscando retomar a moral da sua equipe e ir atrás do empate, lançou Simeone no lugar de Osimhen e Raspadori no de Ndombélé. No entanto, o Liverpool achou outro tento no final – e praticamente uma cópia do primeiro. Em novo escanteio pelo lado esquerdo, Van Dijk subiu sozinho e cabeceou para a rebatida de Meret, mas Núñez aproveitou a sobra e empurrou para as redes.

Sacramentada a vitória por 2 a 0 do time inglês, empate com 15 pontos para cada uma das equipes no Grupo A. No entanto, o Napoli assegurou o primeiro lugar pelo saldo de gols, com dois a mais do que o Liverpool. Os partenopei perderam a invencibilidade na temporada, e focam na manutenção da liderança do Campeonato Italiano até a pausa para a Copa do Mundo.

Lautaro teve noite pouco brilhante na derrota da Inter para o Bayern (AFP/Getty)

Bayern de Munique 2-0 Inter

Com o grupo resolvido e todas as colocações confirmadas, Julian Nagelsmann e Simone Inzaghi aproveitaram para promover mudanças nas equipes de Bayern de Munique e Inter. Nos nerazzurri, por exemplo, Darmian jogou como zagueiro e Bellanova e Gosens tiveram suas primeiras chances como titulares na temporada.

O time alemão subiu a pressão desde os momentos iniciais, dificultando a organização ofensiva da Inter. O Bayern até teve as melhores chances no início da partida, mas os visitantes cresceram em meados do primeiro tempo, tendo Barella como sua principal figura. Aproveitando rebote de escanteio, o meia bateu com firmeza de fora da área, exigindo grande defesa de Ulreich. No segundo corner seguido, o camisa 23 soltou um bomba e a bola explodiu em Mané, indo novamente para fora. Rapidamente o VAR chamou o árbitro, acusando toque de mão do atacante senegalês. Mas, após a revisão, o entendimento foi de que o braço estava à frente do corpo e apenas protegia o rosto do jogador.

Aos 26 minutos, Gagliardini deu uma linda fatiada na bola, lançando Gosens pelo lado esquerdo. Após o domínio, o ala cruzou rasteiro para a área e Lautaro, que chegou de carrinho na segunda trave, acabou mandando para fora. Aí o Bayern, que marcava com muita pressão, foi para cima e abriu o placar aos 31. Pavard aproveitou escanteio cobrado por Kimmich, se desvencilhou do próprio Martínez e cabeceou sem chances para Onana.

Melhor na partida, o Bayern continuou pressionando, mas não conseguia exigir mais de Onana. A entrada de Davies, na etapa complementar, até melhorou a capacidade dos bávaros, mas o segundo gol foi sair apenas num lance fortuito. Em ótima fase, Choupo-Moting aproveitou a brecha na intermediária e emendou um balaço, de fora da área, acertando o ângulo.

Com a vitória, os bávaros fecharam a primeira fase com 18 pontos e 100% de aproveitamento – contando com a derrota do Napoli, garantiram a melhor campanha. Apesar de não ter conseguido competir com o Bayern, a Inter venceu sua batalha com o Barcelona, garantindo-se na segunda colocação, com 10 pontinhos. Agora, a equipe nerazzurra volta sua cabeça para a Serie A, na expectativa de viver dias melhores na época em que forem disputadas as oitavas de final da Champions League.

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