E lá vamos nós de novo! Neste sábado, teremos o pontapé inicial da edição 2023-24 do Campeonato Italiano. O início da temporada anterior nos mostrou que o imprevisível podia acontecer na Serie A e, em meados da competição, se transformar em algo absolutamente esperado – sim, estamos falando de como o Napoli surpreendeu ao pular na ponta, mas chegou ao fim do torneio sem dar brechas para qualquer adversário contestá-lo. Dessa vez, nenhum time apresenta grande favoritismo na largada e a expectativa é de briga mais aberta, honrando o fato de o certame ter consagrado campeões diferentes nos quatro anos mais recentes.
Time a ser batido, o campeão Napoli chega a 2023-24 com plantel quase inalterado. Porém, a saída do técnico Luciano Spalletti e a sua troca pelo contestado Rudi Garcia coloca muitas dúvidas sobre o potencial de bicampeonato consecutivo dos azzurri. Inter e Milan, por outro lado, viram seus grupos serem modificados a granel e tentarão competir pela taça com várias caras novas à disposição de seus treinadores. Convém, ainda, não subestimar a Juventus: apesar de o mercado não ter empolgado muito a torcida e de a agremiação ter vários problemas de bastidores, não participar de competições europeias na temporada pode resultar numa vantagem expressiva.
Vale destacar ainda que Atalanta, Fiorentina e Lazio – esta última, para seus comedidos padrões – se agitaram bastante na sessão de mercado e conseguiram montar elencos interessantes, o que pode animar a corrida por vaga na Champions League. A Roma se mexeu menos, mas também fortaleceu o seu grupo. As “oito irmãs” estão próximas o suficiente para que a disputa no topo da tabela seja renhida.
Em 2023-24, se confirma ainda a tendência recente de diminuição do número de jogadores brasileiros na Serie A. Até o fechamento do nosso guia, 23 estão aptos para disputar esta edição do Campeonato Italiano, considerando também aqueles que têm dupla nacionalidade – dois a menos do que em 2022-23 e 19 abaixo da representação de quatro temporadas atrás.
Na Serie A menos verde e amarela do século, são 13 os clubes que têm atletas brasileiros em seus elencos – Empoli, Frosinone, Milan, Roma, Salernitana, Torino e Verona são aqueles que não contam com nenhum em seus planteis. A Juventus com quatro jogadores do nosso país e é a dona da maior colônia “brasiliana” da Itália.
No Brasil, a Serie A será exibida pelos canais ESPN, na TV fechada. No streaming, o amante do futebol da Bota poderá acompanhar o campeonato através do Star+ e de sites de apostas, como o Bet365 – saiba todos os detalhes sobre transmissões aqui.
Abaixo, confira as 10 primeiras análises do nosso guia, em ordem alfabética. Aqui, você confere a segunda parte. Boa leitura!
Atalanta
Cidade: Bérgamo (Lombardia)
Estádio: Gewiss Stadium (21.300 lugares)
Fundação: 1907
Apelidos: Nerazzurri, La Dea, Orobici
Principais rivais: Brescia, Inter e Milan
Participações na Serie A: 63
Títulos: nenhum (melhor desempenho: 3ª colocação)
Na última temporada: 5ª posição
Objetivo: vaga na Liga Europa
Brasileiros no elenco: Rafael Toloi e Éderson
Técnico: Gian Piero Gasperini (8ª temporada)
Destaques: Teun Koopmeiners, Ademola Lookman e Rafael Toloi
Fique de olho: Tommaso De Nipoti
Principais chegadas: El Bilal Touré (a, Almería), Gianluca Scammaca (a, West Ham) e Marco Carnesecchi (g, Cremonese)
Principais saídas: Rasmus Hojlund (a, Manchester United), Joakim Maehle (ld, Wolfsburg) e Jérémie Boga (a, Nice)
Time-base (3-4-1-2): Carnesecchi (Musso); Rafael Toloi, Scalvini, Djimsiti (Kolasinac); Zappacosta (Hateboer), De Roon, Éderson, Bakker; Koopmeiners (Pasalic); Touré (Scamacca), Lookman.
A insatisfação manifestada por Gasperini nos últimos tempos quase levou a seu divórcio com a Atalanta. Contudo, neste verão europeu, as rusgas deram lugar a um clima muito mais positivo em Bérgamo: iniciando sua oitava temporada na Lombardia, o técnico está contente com as movimentações feitas pela diretoria no mercado de transferências e acredita que os jogadores que foram contratados dialogam bem com sua filosofia de jogo.
É provável que, mesmo reformulada em alguns setores, a Atalanta seja ainda mais competitiva do que na última temporada, a qual concluiu na quinta posição da Serie A. O objetivo mínimo dos nerazzurri é garantir novamente uma vaga na Liga Europa, mas não se surpreenda se eles brigarem seriamente pelo retorno à Champions League. O elenco da Dea é numeroso, gabaritado e ainda pode se fortalecer nos derradeiros dias da janela de mercado.
Neste verão europeu, a Atalanta realizou a venda mais lucrativa de sua história e também a sua aquisição mais cara – Hojlund e Touré, respectivamente. A equipe reinvestiu bem a verba obtida pelas transações da janela e entregou a Gasperini peças que permitem ao treinador iniciar uma nova era: em baixa, Zapata e Muriel, que estão na lista dos cinco maiores artilheiros nerazzurri, perderam espaço e devem deixar Bérgamo antes do encerramento da sessão de mercado. Na frente, o malinês e Scamacca, juntamente ao já conhecido Lookman e municiados por Koopmeiners, têm condições de estabelecer um novo front de comando orobico. Olho na Dea.
Bologna
Cidade: Bolonha (Emília-Romanha)
Estádio: Renato Dall’Ara (36.462 lugares)
Fundação: 1909
Apelidos: Rossoblù, Felsinei, Petroniani, Veltri
Principais rivais: Cesena e Fiorentina
Participações na Serie A: 77
Títulos: 7
Na última temporada: 9ª posição
Objetivo: meio da tabela
Brasileiros no elenco: Emanuel Vignato
Técnico: Thiago Motta (2ª temporada)
Destaques: Riccardo Orsolini, Lukasz Skorupski e Nicolás Domínguez
Fique de olho: Tommaso Corazza
Principais chegadas: Sam Beukema (z, AZ Alkmaar), Oussama El Azzouzi (v, Union Saint-Gilloise) e Dan Ndoye (mat, Basel)
Principais saídas: Marko Arnautovic (a, Inter), Jerdy Schouten (m, PSV Eindhoven) e Gary Medel (v, Vasco)
Time-base (4-2-3-1): Skorupski; Posch, Beukema, Lucumí, Lykogiannis; Moro, Domínguez; Orsolini, Ferguson, Barrow; Zirkzee.
Se Gasperini está nas nuvens na Atalanta, Motta não perde oportunidades para expressar o seu descontentamento no Bologna. O técnico chegou a ficar na mira do Paris Saint-Germain e de outros grandes clubes após o ótimo trabalho pelo time rossoblù na última temporada, mas permaneceu na Emília-Romanha e sente que não será possível brigar novamente por vaga em competições continentais.
O treinador ítalo-brasileiro tem passado o verão europeu inteiro distribuindo recados para a diretoria, que não reforçou o elenco de acordo com suas expectativas, e indiretas para jogadores que não estariam suficientemente motivados para permanecer no Bologna. O resultado? O plantel pode sofrer alterações substanciais até o fim da janela de transferências.
Ainda que as incertezas permeiem o início da temporada dos bolonheses, é improvável que a atual situação do time seja afetada de forma tão profunda. Brigar por uma vaga na Conference League parece um cenário mais distante do que o esperado ao fim de 2022-23 e a ansiedade para o grande salto terá de ser contida, mas os felsinei têm qualidade suficiente para fazerem um campeonato tranquilo, sem dar sustos nos seus torcedores.
Cagliari
Cidade: Cagliari (Sardenha)
Estádio: Unipol Domus (16.416 lugares)
Fundação: 1920
Apelidos: Rossoblù, Casteddu, Isolani
Principais rivais: Torres
Participações na Serie A: 43
Títulos: 1
Na última temporada: 5ª posição na Serie B; promovido após playoffs
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Paulo Azzi
Técnico: Claudio Ranieri (2ª temporada)
Destaques: Nahitan Nández, Gianluca Lapadula e Leonardo Pavoletti
Fique de olho: Gaetano Oristanio
Principais chegadas: Jakub Jankto (m, Sparta Praga), Tommaso Augello (le, Sampdoria) e Eldor Shomurodov (a, Spezia)
Principais saídas: Filippo Falco (mat, Estrela Vermelha), Vincenzo Millico (a, Ascoli) e Antonio Barreca (le, Sampdoria)
Time-base (4-4-2): Radunovic (Scuffet); Zappa, Dossena, Obert, Augello; Nández, Makoumbou, Sulemana, Jankto (Azzi); Pavoletti (Lapadula), Shomurodov.
De volta à elite após um ano na segundona, o Cagliari confia no trabalho do interminável Ranieri para se salvar de um novo rebaixamento. A situação dos sardos não é tão confortável, como de costume. Entretanto, considerando a experiência e a qualidade de seu treinador e o nível do elenco em relação a seus concorrentes, o objetivo é bastante plausível.
O elenco dos isolani não perdeu peças que se destacaram na campanha do acesso e ganhou alguns bons reforços para lutar pela permanência – Augello e Jankto, por exemplo, devem oferecer muita intensidade pelo flanco esquerdo, onde o brasileiro Paulo Azzi também é opção. Ranieri apostará em jogo veloz pelos lados, e ainda terá em Zappa, Nández e Shomurodov alguns bons intérpretes para seus planos.
Todos os jogadores citados acima são hábeis em cruzamentos e há várias outras peças no elenco com pés talhados para levantar bolas na área, onde o veterano e capitão Pavoletti, herói do acesso, estará como referência ao menos até novembro, quando o ítalo-peruano Lapadula deverá estar recuperado de sua lesão no joelho. Depositar a maior parte das fichas na combinação entre intensidade e chuveirinhos será suficiente para o Cagliari?
Empoli
Cidade: Empoli (Toscana)
Estádio: Carlo Castellani (16.284 lugares)
Fundação: 1920
Apelido: Azzurri
Principais rivais: Fiorentina, Pisa, Siena, Pistoiese e Lucchese
Participações na Serie A: 16
Títulos: nenhum (melhor desempenho: 7ª colocação)
Na última temporada: 14ª posição
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: nenhum
Técnico: Paolo Zanetti (2ª temporada)
Destaques: Francesco Caputo, Tommaso Baldanzi e Razvan Marin
Fique de olho: Elia Caprile
Principais chegadas: Elia Caprile (g, Bari), Emmanuel Gyasi (a, Spezia) e Filippo Ranocchia (m, Monza)
Principais saídas: Guglielmo Vicario (g, Tottenham), Fabiano Parisi (le, Fiorentina) e Nicolò Cambiaghi (mat, Atalanta)
Time-base (4-2-3-1): Caprile; Ebuehi, Ismajli, Luperto, Pezzella; Marin, Ranocchia; Maldini (Fazzini), Baldanzi, Gyasi; Caputo.
Depois de conseguir mostrar bom futebol por dois anos seguidos, o Empoli terá mais dificuldades na luta pela permanência na Serie A. Ao contrário da última temporada, quando repôs muito bem as peças perdidas, dessa vez o time toscano fez apostas mais arriscadas e, na teoria, terá um elenco mais pobre para a disputa do campeonato em 2023-24.
Assim como em outras ocasiões, o time azzurro deposita confiança na juventude dos garotos formados em sua base ou na de peças que aportam na Toscana por empréstimo, para ganharem rodagem e valorização. Algumas dessas apostas são realmente válidas. Como no gol, onde a saída de de Vicario foi bem compensada pela chegada de Caprile, que brilhou com o Bari na Serie B e ganhou espaço na seleção sub-21 italiana. Na zaga, Guarino, que disputou o Mundial Sub-20 ao lado do destaque Baldanzi, também deve ganhar chances.
Por outro lado, há alguns movimentos pouco compreensíveis. Na lateral esquerda, Pezzella chega para defender o seu sétimo clube na Serie A – não se firmou em nenhum dos outros seis – e teria de dar um enorme salto para suprir a saída de Parisi, um dos principais nomes do Empoli desde o retorno à elite. A importância de peças como Caputo, Gyasi, Henderson, Luperto, Grassi e Marin, acostumadas às dificuldades de campanhas na parte inferior da tabela, será vital para equilibrar desníveis na qualidade do time e contrabalancear a inexperiência do plantel.
Fiorentina
Cidade: Florença (Toscana)
Estádio: Artemio Franchi (43.147 lugares)
Fundação: 1926
Apelidos: Viola, Gigliati
Principais rivais: Juventus, Roma e Bologna
Participações na Serie A: 87
Títulos: 2
Na última temporada: 8ª posição
Objetivo: vaga na Liga Europa
Brasileiros no elenco: Dodô e Arthur Melo
Técnico: Vincenzo Italiano (3ª temporada)
Destaques: Nicolás González, Giacomo Bonaventura e Cristiano Biraghi
Fique de olho: Michael Kayode
Principais chegadas: Arthur Melo (m, Liverpool), Lucas Beltrán (a, River Plate) e M’Bala Nzola (a, Spezia)
Principais saídas: Arthur Cabral (a, Benfica), Igor (z, Brighton) e Riccardo Saponara (mat, Verona)
Time-base (4-2-3-1): Christensen; Dodô, Milenkovic, Martínez Quarta (Mina), Biraghi (Parisi); Arthur Melo, Mandragora (Amrabat); Ikoné, Bonaventura (Barák), González; Beltrán (Jovic, Nzola).
A Fiorentina se animou pela disputa por títulos que travou na última temporada e deu um passo importante na gestão do presidente Rocco Commisso. Em 2023-24, a diretoria violeta acatou diversos pedidos de Italiano e reforçou o elenco para adequá-lo melhor às ideias do treinador – o que, consequentemente, lhe permite ter uma equipe mais competitiva. Não há dúvidas de que os gigliati têm mais material para brigar por vaga na Liga Europa e, se os rivais vacilarem, até pelo quarto lugar na Serie A, que resulta em classificação à Champions League.
A rigor, cinco peças de utilização frequente deixaram a Fiorentina, sendo que três delas eram realmente importantes – ainda que Arthur Cabral, inexplicavelmente, jamais tenha sido alvo do apreço desmesurado de Italiano. Em contrapartida, chegaram à Toscana oito atletas para fortalecer o elenco. Na meta, por exemplo, o dinamarquês Christensen toma o posto do veterano a contestável Terracciano, ao passo que o veloz Parisi oferece uma alternativa ao capitão Biraghi na lateral esquerda. No centro da zaga, o brasileiro Igor foi vendido por um bom valor ao Brighton e substituído pelo experiente Mina, que firmou a custo zero.
No meio-campo, Arthur Melo é considerado como nome ideal para o sistema de Italiano e sua recuperação enquanto jogador, após período nas sombras de Juventus e Liverpool, será a chave para o sucesso da Fiorentina: caso o brasileiro não engrene em Florença, o comandante terá outras peças de bom nível para subtituí-lo, mas com características diferentes. Por fim, o ataque foi revolucionado. Jovic parece destinado a terceira opção no setor, sendo que Beltrán chegou para fazer uma valorosa dupla portenha com González e com potencial de chegar ao dígito duplo em gols logo na sua temporada de estreia. Nzola, por sua vez, foi pedido expresso do técnico, com quem trabalhou no Spezia, e, por conhecer os mecanismos de seu jogo, tende a largar em vantagem. A saudável disputa pela titularidade será salutar para a equipe violeta.
Frosinone
Cidade: Frosinone (Lácio)
Estádio: Benito Stirpe (16.227 lugares)
Fundação: 1912
Apelidos: Canarini, Ciociari, Leoni gialloblù
Principal rival: Latina
Participações na Serie A: 3
Títulos: nenhum (melhor desempenho: 19ª colocação)
Na última temporada: campeão da Serie B; promovido
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: nenhum
Técnico: Eusebio Di Francesco (1ª temporada)
Destaques: Giuseppe Caso, Stefano Turati e Luca Mazzitelli
Fique de olho: Giorgi Kvernadze
Principais chegadas: Giorgi Kvernadze (a, Kolkheti Poti), Marvin Çuni (a, Saarbrücken) e Riccardo Marchizza (z, Sassuolo)
Principais saídas: Samuele Mulattieri (a, Sassuolo), Daniel Boloca (m, Sassuolo) e Luca Moro (a, Spezia)
Time-base (4-3-3): Turati (Cerofolini); Oyono, Romagnoli, Szyminski, Marchizza; Brescianini, Mazzitelli (Barrenechea), Harroui; Báez, Çuni, Caso.
O Frosinone tem, de longe, o pior elenco da Serie A. Os ciociari perderam quase todos os destaques da campanha do título da segundona e apenas três titulares permaneceram para a disputa da primeira categoria. A espinha dorsal do time que vai disputar o campeonato é formada por jogadores que foram reservas na trajetória na divisão inferior. Tem como ser pior?
Tem, sim. Os gialloblù foram ao mercado e entregaram a sua torcida os seguintes reforços: Kvernadze, promessa que militava na segunda divisão da Geórgia; Çuni, autor de nove gols na terceirona alemã, onde não era titular absoluto; Marchizza e Harroui, reservas do Sassuolo; Cerofolini, opção de banco da Fiorentina, que disputará posição com o reemprestado Turati; Barrenechea, garoto raramente usado pelo time principal da Juventus e mais rodado pela Next Gen; Klitten, garoto pouquíssimo utilizado pelo nono colocado da liga dinamarquesa; e Brescianini, titular do 17º colocado da Serie B. Tem como piorar?
De novo: tem, sim. Técnico do acesso, Fabio Grosso preferiu não seguir no comando do Frosinone – talvez já ciente de que seria triturado pelos prováveis resultados negativos, oriundos da ineficiência da diretoria na montagem do elenco. E a gestão gialloblù, o que fez? Foi buscar Di Francesco, que teve seu último bom trabalho, ainda que com altos e baixos, entre 2017 e 2019, na Roma. Depois da Loba, EDF comandou Sampdoria, Cagliari e Verona, somando apenas quatro vitórias, seis empates e 23 derrotas em 34 jogos: foi demitido de todos esses times quando eles estavam na zona de rebaixamento, sendo que dois deles eram lanternas. Resumindo, se não caírem para a Serie B com uma das piores campanhas da história da elite italiana, os canarini já terão operado um milagre.
Genoa
Cidade: Gênova (Ligúria)
Estádio: Luigi Ferraris (33.205 lugares)
Fundação: 1893
Apelidos: Grifone, Grifo, Rossoblù, Vecchio Balordo
Principal rival: Sampdoria
Participações na Serie A: 56
Títulos: 9
Na última temporada: vice-campeão da Serie B; promovido
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Junior Messias
Técnico: Alberto Gilardino (2ª temporada)
Destaques: Mateo Retegui, Albert Gudmundsson e Kevin Strootman
Fique de olho: Alan Matturro
Principais chegadas: Mateo Retegui (a, Tigre), Morten Thorsby (m, Union Berlin) e Junior Messias (mat, Milan)
Principais saídas: Domenico Criscito (le, encerrou carreira), Stefano Sturaro (m, sem clube) e Adrian Semper (g, Como)
Time-base (3-5-2): Martínez; Bani, Vogliacco (De Winter), Dragusin; Sabelli (Hefti), Thorsby, Badelj, Strootman, Martín; Gudmundsson (Junior Messias), Retegui.
Às voltas com problemas em outros clubes sob sua alçada, como Vasco e Hertha Berlim, a 777 Partners tentará manter o Genoa na elite após um bate e volta na segundona – e tem boas chances de alcançar o feito. O elenco dos grifoni é um mistura entre bons e experientes nomes que já estavam no time desde antes do rebaixamento e reforços interessantes adquiridos ao longo das últimas três sessões de mercado, incluindo a atual. A cereja do bolo, claro, foi a contratação de Retegui, da seleção italiana.
Em sua primeira partida oficial, válida pela Coppa Italia, Retegui teve impacto imediato, tal qual Piatek pelo própria Genoa há cinco anos: enquanto o polonês marcou quatro vezes no triunfo sobre o Lecce, o ítalo-argentino anotou duas e forneceu uma assistência na vitória sobre o Modena. É apenas o início, mas os presságios são bons e as expectativas, similares. São os gols de El Chapita que podem – e devem? – salvar os rossoblù do descenso.
Além de um fazedor de gols de respeito, Gilardino contará com outros bons nomes em vários setores: na defesa, os valorosos jovens Dragusin e De Winter; no meio-campo, os veteranos Badelj e Strootman, ladeados pelo incansável Thorsby; por fim, no ataque, Gudmundsson e Junior Messias serão fieis escudeiros de Retegui e certamente darão sua contribuição na campanha. No papel, o Genoa não tem elenco de rebaixado, mas também não tinha quando caiu e, em diversas outras temporadas, também rendeu menos do que podia – ainda que não tenha sido punido com o descenso. Qual versão dos grifoni veremos em 2023-24?
Inter
Cidade: Milão (Lombardia)
Estádio: Giuseppe Meazza (75.923 lugares)
Fundação: 1908
Apelidos: Nerazzurri, Beneamata, Biscione, Bauscia
Principais rivais: Milan e Juventus
Participações na Serie A: 92
Títulos: 19
Na última temporada: 3ª posição
Objetivo: título
Brasileiros no elenco: Carlos Augusto
Técnico: Simone Inzaghi (3ª temporada)
Destaques: Lautaro Martínez, Nicolò Barella e Alessandro Bastoni
Fique de olho: Ebenezer Akinsanmiro
Principais chegadas: Marcus Thuram (a, Mönchengladbach), Davide Frattesi (m, Sassuolo) e Yann Sommer (g, Bayern de Munique)
Principais saídas: Romelu Lukaku (a, Chelsea), Marcelo Brozovic (m, Al-Nassr) e Milan Skriniar (z, Paris Saint-Germain)
Time-base (3-5-2): Sommer; Darmian, Acerbi (De Vrij), Bastoni; Dumfries (Cuadrado), Barella, Çalhanoglu, Frattesi, Dimarco; Martínez, Thuram.
No ano passado, escrevemos que as pré-temporadas têm sido verdadeiros filmes de terror para os torcedores da Inter. A tendência se repetiu em 2023-24, quando os nerazzurri enfrentaram as novelas Lukaku e Samardzic, além de terem precisado reformular parte considerável de seu elenco – o que chegou a resultar em metade da preparação feita com goleiros que sequer continuam em Milão. Com tantos problemas, não é de surpreender que a Beneamata comece a Serie A com lacunas que ainda devem ser preenchidas nos últimos dias da janela de transferências.
Apesar das muitas mudanças, a espinha dorsal vice-campeã europeia, que vai para o terceiro ano sob as ordens de Inzaghi, foi pouco alterada: oito dos integrantes do provável onze inicial da Inter já conhecem bem o trabalho do técnico. Não é absurdo imaginar que as importantes saídas de Onana, Skriniar, Brozovic, Lukaku e Dzeko gerem impacto, mas ele pode ser reduzido por múltiplos fatores, todos ligados ao fato de que, durante a última temporada, não foram poucos os momentos em que a equipe foi a campo sem essas peças e precisou se reinventar. O grande xis da questão é que nenhum desses nomes estará lá para contribuir se a situação se complicar.
Portanto, apesar de contar com forte elenco, trabalho duradouro e espinha dorsal bem definida, a Inter precisará que seus – bons e ótimos – reforços se adaptem rapidamente para que brigar pelo scudetto seja um objetivo realmente factível. O fato é que Inzaghi entra em 2023-24 com o objetivo de provar que não é um técnico talhado apenas para competições de mata-mata e com álibis à disposição no caso de o seu plano ir por água abaixo. Se fracassar, poderá colocar pelo menos parte da responsabilidade da ruína na bagunça feita na montagem do plantel no verão europeu. Não deixará de ter razão em alguma medida.
Juventus
Cidade: Turim (Piemonte)
Estádio: Allianz Stadium (41.507 lugares)
Fundação: 1897
Apelidos: Bianconeri, Zebras e Velha Senhora
Principais rivais: Torino e Inter
Participações na Serie A: 91
Títulos: 36
Na última temporada: 7ª posição
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Brasileiros no elenco: Alex Sandro, Danilo, Bremer e Kaio Jorge
Técnico: Massimiliano Allegri (3ª temporada)
Destaques: Dusan Vlahovic, Federico Chiesa e Wojciech Szczesny
Fique de olho: Kenan Yildiz
Principais chegadas: Timothy Weah (mat, Lille), Facundo González (z, Valencia) e Andrea Cambiaso (le, Bologna)
Principais saídas: Ángel Di María (a, Benfica), Juan Guillermo Cuadrado (m, Inter) e Leandro Paredes (m, Roma)
Time-base (3-5-2): Szczesny; Gatti, Bremer, Danilo; Weah, Fagioli (Pogba), Locatelli, Rabiot, Kostic; Chiesa (Milik), Vlahovic.
A Juventus começa a temporada como uma das maiores incógnitas do futebol italiano. De um lado, certamente reverberam as punições por fraude fiscal que levaram a Velha Senhora a ser excluída das competições europeias em 2023-24. As sanções impediram que a nova diretoria de futebol, encabeçada pelo ex-napolitano Cristiano Giuntoli, incorporasse reforços de peso à equipe do contestado Allegri, que até agora foi incapaz de agradar a torcida em sua segunda passagem por Turim. Por isso, o time-base bianconero é quase igual ao da última Serie A.
Por outro lado, a Juventus quase não terá compromissos extras no meio da semana – vetada de competições europeias, só jogará o campeonato e a copa nacionais. Da última vez em que isso aconteceu, em 2011-12, a Velha Senhora superou um momento de profunda crise, maior do que a atual, e, rearrumada, conseguiu faturar o primeiro de nove scudetti seguidos. Vale destacar que nem tinha o melhor elenco da Serie A naquela época, mas surpreendeu.
Mais de uma década depois, a torcida bianconera torce para a história se repetir, ainda que em condições bastante diferentes. Enquanto Antonio Conte chegava para revigorar a equipe e seu modo de atuar, Allegri significa a continuidade de um projeto pouco apreciado. O técnico não faz o time jogar bem? É fato, mas, por grande parte da temporada anterior, a Juventus foi vice-líder da última Serie A mesmo sem brilhar. Se defendeu bem, mas faltou contar com mais sucesso no ataque, o que pode ocorrer se Chiesa e Vlahovic finalmente entrarem em forma. Subestimar a Juve seria um erro. Os rivais não irão fazer isso. Você vai?
Lazio
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico (70.634 lugares)
Fundação: 1900
Apelidos: Capitolinos, Biancocelesti, Biancazzurri, Aquile, Aquilotti
Principal rival: Roma
Participações na Serie A: 81
Títulos: 2
Na última temporada: vice-campeã
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Brasileiros no elenco: Marcos Antônio, Felipe Anderson e André Anderson
Técnico: Maurizio Sarri (3ª temporada)
Destaques: Ciro Immobile, Luis Alberto e Alessio Romagnoli
Fique de olho: Diego González
Principais chegadas: Daichi Kamada (mat, Eintracht Frankfurt), Taty Castellanos (a, Girona) e Gustav Isaksen (a, Midtjylland)
Principais saídas: Sergej Milinkovic-Savic (m, Al-Hilal), Luka Romero (mat, Milan) e Stefan Radu (le, encerrou carreira)
Time-base (4-3-3): Provedel; Lazzari, Casale, Romagnoli, Hysaj (Marusic); Kamada, Cataldi, Luis Alberto; Felipe Anderson, Immobile, Zaccagni (Pedro).
Vice-campeã italiana, a Lazio planejou a sua temporada a partir de uma importante mudança de paradigma: após 18 anos de trabalho, o diretor esportivo Igli Tare deixou o lado biancoceleste da capital e Sarri passou a ter maior ingerência sobre as contratações de reforços, o que não é usual no futebol do Belpaese. Esse foi um dos motivos para os aquilotti terem se movimentado mais do que é de de seu costume no mercado de transferências.
Sarri mirou os reforços no ataque, setor em que entendia haver duas carências: um centroavante para ser reserva de Immobile e uma opção a Felipe Anderson, que praticamente não recebeu descanso em 2022-23. Assim, a Lazio buscou o argentino Castellanos, conhecido por seus quatro gols num mesmo jogo contra o Real Madrid, e o promissor dinamarquês Isaksen. Os dois adicionam profundidade ao elenco e fortalecem um departamento que já era suficientemente insinuante.
Considerando que a forte defesa da Lazio já estava a postos, essas seriam provavelmente as únicas movimentações da equipe na janela de transferências. Contudo, Milinkovic-Savic decidiu aceitar uma oferta do Al-Hilal, da Arábia Saudita, e deu fim ao vitorioso tridente formado com Luis Alberto e Immobile, o que obrigou os capitolinos a buscarem um outro meia – o escolhido foi o ótimo Kamada, a custo zero. O japonês tem um estilo de jogo diferente do sérvio, que mandava e desmandava no meio-campo celeste, e ainda precisará demonstrar que pode coexistir com os seus colegas de setor. O ritmo de sua adaptação será fundamental para que os aquilotti entendam se repetir os grandes resultados da temporada anterior é possível ou mera quimera.