Liga dos Campeões

Atropelado pelo Paris Saint-Germain, o Milan atingiu marca negativa na Liga dos Campeões

As noites de Liga dos Campeões, que acostumaram a torcida milanista a belas aparições no passado, adquiriu tons de drama nesta quarta-feira, 23 de outubro. O Milan foi atropelado pelo Paris Saint-Germain no Parc des Princes, na capital francesa, pela terceira rodada da fase de grupos da competição. O categórico 3 a 0, com gols de Mbappé, Kolo Muani e Lee Kang-in, foi pesado por diversos motivos.

A pancada aplicada pelo PSG, aliada à vitória do Borussia Dortmund sobre o Newcastle, atirou o Milan para a lanterna do Grupo F, com apenas 2 pontos conquistados. Pior, escancarou mais problemas no time rossonero. De cara, porque o Diavolo ainda não balançou as redes pela Champions League. Nunca a equipe lombarda havia passado os três primeiros jogos de uma fase de grupos da competição sem marcar um golzinho sequer. Além disso, se tornou também a primeira formação italiana a atingir este feito negativo na Liga dos Campeões.

Se a maior dificuldade perceptível era – e ainda é – a criação de jogadas, a defesa resolveu se equiparar ao setor ofensivo rossonero. Em Paris, se mostrou frágil às investidas rápidas da equipe francesa. O Milan encontrou grandes desafios para segurar os adversários. Principalmente Mbappé, que, durante a infância, torcia para o Diavolo.

Stefano Pioli fez algumas mudanças em relação à equipe que perdeu para a Juventus no final de semana. O Milan começou com Maignan, que cumpriu suspensão na Serie A, no gol. Para conter o lado esquerdo do PSG, Kalulu foi escolhido para a lateral direita, enquanto a defesa foi completada com Thiaw, Tomori e Théo Hernandez. Musah, que vem em crescimento no time rossonero, foi alçado à titularidade no meio-campo, ao lado de Reijnders e Krunic. No ataque, nenhuma surpresa: Pulisic, Rafael Leão e Giroud fechavam a escalação.

Já o Paris Saint-Germais, que venceu o Strasbourg no sábado, foi a campo com Donnarumma, antigo e indigesto conhecido do Milan, protegido por Hakimi, Skriniar, velho rival de Inter, Marquinhos e Lucas Hernandez, irmão do lateral-esquerdo rossonero. O meio foi composto por Zaïre-Emery, jovem de 17 anos, Ugarte e Vitinha. No ataque, Dembélé, o temido Mbappé e Kolo Muani formavam um tridente composto 100% por atletas da seleção francesa.

A partida começou com muita intensidade pelo lado do Paris e um cartão amarelo para Thiaw, que queria justamente frear ímpeto ofensivo dos donos da casa. Krunic também ficou pendurado pouco tempo depois, aos 7, o que já evidenciava as dificuldades que o Milan enfrentaria nos minutos seguintes.

A primeira finalização da partida aconteceu aos 11. Pulisic, que ganhou o escanteio, cobrou na área e Rafael Leão emendou um arremate forte, mas pelo lado direito do gol e sem muito perigo. O time demonstrava nervosismo e não conseguia trocar passes com eficiência. Isso resultou em mais espaço para o Paris que, apesar de ser veloz, também errava.

Apagado e isolado, Rafael Leão foi retrato de Milan improdutivo (AFP/Getty)

Em outra oportunidade, Rafael Leão recebeu o toque de calcanhar de Giroud e partiu pelo lado esquerdo. Ele limpou para o meio e, na batida, levou perigo ao gol de Donnarumma. Já a primeira boa chance do PSG veio justamente por um descuido rossonero com Mbappé. No contra-ataque, o camisa 7 recebeu, tirou a marcação de Kalulu e conseguiu finalizar bem, tirando tinta da trave de Maignan, seu conhecido da seleção da França.

A partir desse momento, os donos da casa conquistaram mais espaço no campo ofensivo e chegaram ao gol na casa dos 31 minutos, quando Reijnders não conseguiu conter Zaïre-Emery. O prodígio serviu Mbappé, que saiu driblando em velocidade e deixou Tomori na saudade quando pedalou para cima dele. Na sequência, o craque ajeitou para o meio e finalizou rasteiro, sem chances para o goleiro francês.

O Milan chegou a ficar desconcertado com a mudança no placar, com erros pontuais na defesa e exalando nervosismo. No entanto, a equipe ainda tentava chegar ao empate e colocava as esperanças em Rafael Leão para isso. Em uma das oportunidades, o português cruzou na área, mas a bola foi afastada por Skriniar.

Pioli fez uma mexida antes mesmo de o segundo tempo começar. No intervalo, ele optou por Calabria no lugar de Thiaw, que encontrava dificuldades na marcação e já estava amarelado. Mas a mudança não parecia ter o efeito desejado, já que o Milan chegou a tomar mais um gol, com um show de Dembélé pela ponta. O VAR entrou em ação e anulou por conta de uma falta de Ugarte sobre Musah, na origem do lance.

O Milan tentou despertar e, após a anulação do gol, chegou com perigo A jogada partiu de Maignan, que encontrou Pulisic. O estadunidense disparou e serviu Giroud, mas o francês não conseguiu o domínio claro e mandou o seu chute na bochecha da rede.

A defesa do Milan, que vinha mostrando solidez, cometeu diversos erros contra o PSG (Getty)

Mas, de fato, a sorte não parecia estar ao lado dos italianos na quarta-feira de Champions League – nem a competência. Em cobrança rasteira de escanteio pela esquerda, Dembélé, deixado livre por Reijnders, recebeu dentro da área, arrematou sem tanta força e Maignan espalmou. A sobra ficou com Kolo Muani, que apenas empurrou para dentro do gol e ampliou o placar.

Era um show do ataque do PSG, com arrancadas explosivas e dribles para cima da defesa milanista. O Diavolo se encontrava abalado e sem organização para lidar com o momento positivo dos adversários. Para piorar, Tomori e Kalulu foram amarelados, o que deixou a retaguarda rossonera ainda mais vulnerável.

Ainda tentando respirar no jogo, o time italiano teve uma chance com Rafael Leão, que recebeu a bola infiltrada de Pulisic, entrou na pequena área e finalizou para o gol. Donnarumma, esperto no lance, conseguiu fechar o ângulo e tirou com a ponta dos dedos o que poderia ser a esperança do Milan. Na resposta do PSG, o Diavolo contou com a ajuda de Maignan e da trave para evitar o terceiro dos donos da casa, ainda pelos pés de Mbappé.

O Paris Saint-Germain fechou a conta aos 88 minutos, com uma jogada construída pelo lado direito, com Zaïre-Emery, e belo corta-luz de Gonçalo Ramos para condicionar Lee Kang-in, que surgiu por trás da defesa – inerte durante grande parte do lance. Assim, o Milan deixaria o Parc des Princes à beira da humilhação e segurando a lanterna de sua chave na Liga dos Campeões. E justo no dia em que Pioli completava 200 partidas no comando dos rossoneri. Sem dúvidas, uma noite que entrou para a história.

O resultado negativo, somado à vitória magra do Borussia Dortmund sobre o Newcastle, mandou o Milan para a última posição do Grupo F, tido como “da morte”. Após três rodadas, o Diavolo soma apenas 2 pontinhos e precisará confiar no fato de ainda mandar dois jogos em San Siro para tentar reverter o quadro. O líder da chave é o Paris Saint-Germain, próximo adversário rossonero, com 6 pontos. Os alemães têm 4 e são seguidos pelos ingleses, também com 4.

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