Liga dos Campeões

A Inter dominou o Atlético de Madrid e garantiu vantagem nas oitavas da Champions League

Sem dúvidas, o confronto entre Inter e Atlético de Madrid era o mais aguardado das oitavas de final da Liga dos Campeões. Na ida, em San Siro, os times justificaram a expectativa num duelo intenso e que teve os mandantes como grandes vencedores, devido à imposição construída no segundo tempo e ao gol de um elemento contestado. Graças a Arnautovic, os nerazzurri ganharam por 1 a 0 e poderão levar a vantagem do empate para a Espanha.

Em Milão, a Inter teve apenas o desfalque de Acerbi, lesionado. Porém, De Vrij, seu substituto, não pode ser considerado exatamente um reserva nerazzurro. Do outro lado, o Atlético de Madrid não pode contar com Azpilicueta – além de Lemar, que está de molho há alguns meses. A propósito, antes de o jogo começar, tivemos uma cena curiosa envolvendo os responsáveis pelas escalações: após cumprimentar Simone Inzaghi, que foi seu companheiro na Lazio, Diego Simeone quase se dirigiu para o banco da equipe da casa. A memória estava afiada, visto que o argentino também foi ídolo da Beneamata.

Com a bola rolando, os minutos iniciais foram de muita imprecisão dos dois times e de imposição das defesas, que tiravam espaços dos atacantes e forçavam erros dos adversários. Nesse período do jogo, a única boa chance foi do Atleti, aos 12, quando Samuel Lino tentou um chute colocado, mas mandou a bola à esquerda do gol de Sommer.

Somente aos 36 minutos saiu o primeiro arremate na direção do gol – e ele foi da Inter. Barella levantou na área, Lautaro se antecipou a Giménez e cabeceou para a defesa de Oblak. Na sequência, na casa dos 38, De Paul deu um presentaço para Thuram, que avançou e ajeitou para o próprio Martínez finalizar. Entretanto, o capitão nerazzurro foi travado pelo beque uruguaio, que cedeu escanteio.

A lesão de Thuram mudou a história do duelo entre Inter e Atlético de Madrid, mas de forma inesperada (AFP/Getty)

A pressão da Inter no meio-campo, que contribuiu para a falha de De Paul, levou a outro erro de passe do Atleti aos 43 minutos. Após roubar a bola, Thuram dialogou com Lautaro e Barella, mas finalizou de forma central, facilitando a defesa de Oblak. No lance, o francês sentiu dores na musculatura adutora da coxa e foi substituído por Arnautovic, no intervalo. No lado espanhol, Giménez também deu lugar a Savic, ex-Fiorentina.

Para a Inter, a mudança poderia ser trágica, mas acabou dando uma nova dinâmica à equipe, ainda que Thuram estivesse fustigando a zaga colchonera. Tanto é que, no segundo tempo, o Atlético de Madrid só ameaçou entre os 56 e 57 minutos, com um chute à direita de Samuel Lino e uma saída de Llorente cara a cara com Sommer – bem mais tarde, aos 80, um arremate do brasileiro também gerou apreensão nos nerazzurri.

De resto, o segundo tempo foi um passeio da Inter, que melhorou com as substituições feitas por Inzaghi. Mais tarde, Dumfries, Carlos Augusto e Frattesi entraram nos lugares de Darmian, Dimarco e Mkhitaryan, e deram trabalho aos espanhóis, ampliando a sensação de imposição dos mandantes. O ala holandês, em especial, teve grande participação nesse período da partida.

Inicialmente, antes mesmo das demais alterações, foram de Arnautovic as primeiras chances dos nerazzurri. Na casa dos 49 minutos, a Inter saiu construindo de pé em pé e o austríaco chegou de carrinho para completar o cruzamento de Dimarco, mas mandou para fora. Já aos 63, o camisa 8 tabelou com Lautaro, mas chutou por cima do gol de Oblak, ainda que estivesse em ótima posição. Por fim, já aos 73, Dumfries recebeu em profundidade e efetuou ótimo cruzamento rasteiro, mas Marko não conseguiu concluir e permitiu que Savic efetuasse o corte.

Grito de alívio: Arnautovic se redimiu de chances perdidas e deu a vantagem à Inter no confronto (AFP/Getty)

Parecia que a zica não deixava o corpo de Arnautovic. Entretanto, a situação mudou aos 79 minutos. Lautaro – que pouco antes havia cabeceado para uma segura defesa de Oblak – recebeu de Frattesi e, aproveitando o erro de saída de bola do Atleti, avançou em velocidade. Pressionado, acabou chutando em cima do esloveno. Mas o seu contestado colega austríaco estava atento ao rebote e guardou o gol mais importante de suas duas passagens pela Inter. O tento que daria a vitória aos nerazzurri e que faz com que o time de Madrid tenha de buscar o triunfo no Metropolitano.

Para a Inter, o resultado é um alento do ponto de vista histórico. Afinal, o Atlético de Madrid foi eliminado da Champions League nas quatro últimas vezes em que perdeu o jogo de ida pelo mata-mata da competição. A última vez que avançou nessa condição foi em 2016, quando passou pelo Barcelona.

E vale destacar que, no fim das contas, Sommer não fez nenhuma defesa. Desde 2006, contra o Sporting, a Inter não passava um jogo de Champions League sem permitir que o adversário chutasse a gol. Com tal domínio, a Beneamata chegou a nove vitórias seguidas, o que não ocorria desde abril de 2021, no fim do trabalho de Antonio Conte. São bons motivos para acreditar que a vantagem será bem protegida pelo grupo nerazzurro na Espanha.

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