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A Fiorentina foi superior ao Club Brugge e, com empate, voltou à final da Conference League

Duas finais em duas participações: este é o histórico da Fiorentina na Conference League. Se a equipe gigliata passou por enorme sufoco para eliminar o Basel nas semifinais da edição 2022-23 da competição, dessa vez, teve menos dificuldades no mesmo estágio do torneio. Foi melhor no duelo com o Club Brugge em Florença, venceundo por 3 a 2, e repetiu a dose contra o adversário no empate por 1 a 1 na Bélgica. Devido ao placar agregado de 4 a 3, avançou à decisão de forma merecida.

Club Brugge e Fiorentina entraram em campo nesta quarta, 8 de maio, devido a um feriado católico que inviabilizaria a realização do jogo na quinta, dia 9. A Procissão do Santo Sangue, em Bruges, paralisa a cidade de 117 mil habitantes, cujo centro histórico é Patrimônio Mundial da Unesco.

Assim, os mandantes, comandados pelo técnico Nicky Hayen, foram ao gramado do estádio Jan Breydel com algumas modificações em relação ao time que atuou em Florença. O treinador manteve a estrutura da equipe, mas optou por um 4-2-3-1 ao invés do mais cauteloso 4-4-1-1. Em termos de peças, foram duas mudanças por opções: o goleiro Mignolet tomou o lugar de Jackers e Ordóñez ocupou a vaga de Spileers no centro da zaga. Já o lateral-esquerdo De Cuyper substituiu Meijer, que lesionou o joelho, enquanto o meia Vetlesen rendeu o suspenso Onyedika.

A defesa da Fiorentina cometeu vacilos contra o Club Brugge, mas a equipe italiana foi melhor e passou à final (Belga/AFP/Getty)

Na Fiorentina, o técnico Vincenzo Italiano também fez mudanças em relação à partida de Florença – como de praxe. O comandante optou por Milenkovic e Mandragora nos lugares de Ranieri e Bonaventura, na zaga e no meio-campo, respectivamente. No ataque, Kouamé assumiu o posto de Sottil, que lesionou a clavícula no jogo de ida e não atua mais em 2023-24.

Nesse contexto de mudanças, o jogo teve muito estudo nos minutos iniciais. Aos 20, porém, o Club Brugge abriu o placar. Vanaken mandou a bola para a área com muita curva e De Cuyper apareceu entre os zagueiros Milenkovic e Martínez-Quarta para resvalar na pelota e balançar as redes. Vale destacar que a defesa violeta estava mal posicionada, como tem sido habitual na atual temporada e, na verdade, em todo o trabalho de Italiano.

As falhas individuais também têm sido uma chaga constante na defesa gigliata – principalmente as de Milenkovic, que vive má fase há um bom tempo. Aos 30 minutos, o sérvio caiu sozinho e deixou Igor Thiago com campo aberto. O atacante brasileiro roubou a bola e, cara a cara com Terracciano, rolou para Skoras, que teria o gol aberto para ampliar para o Club Brugge. Porém, Dodô apareceu na cobertura na hora exata e, ao ceder o escanteio, tirou a Fiorentina de uma enrascada.

Depois do sufoco, a equipe italiana finalmente acordou. Aos 35 minutos, Kouamé aproveitou a sobra de uma disputa aérea entre Belotti e Ordóñez: de primeira, o marfinense emendou um canhotaço, que explodiu no travessão. A bola ainda bateu na risca do gol antes de o perigo ser afastado pelos belgas. A Fiorentina foi para o intervalo perdendo, mas mais confiante.

O “viking” Beltrán converteu a penalidade que manteve a vantagem da Fiorentina no confronto (Getty)

Durante grande parte da etapa complementar, a confiança não se traduziu em chances de gol. A Fiorentina tinha domínio territorial e havia transformado Terracciano num espectador privilegiado da partida. Entretanto, só foi ameaçar fortemente o Club Brugge com cerca de 30 minutos de bola rolando – e com duas finalizações na trave em seguida. Aos 74, Biraghi carimbou o travessão com uma cobrança de falta da meia-lua e, na sequência, Kouamé recebeu cruzamento de González e, de cabeça, mandou a pelota no poste mais uma vez.

Em crescimento, a Fiorentina teria um pênalti a seu favor na casa dos 83. Após bola cruzada na área, Nzola tentou cabecear e levou uma joelhada de Mechele. O árbitro Halil Umut Meler apontou para a marca da cal e, dois minutos depois, Beltrán converteu a penalidade com uma cobrança no cantinho, ainda que Mignolet tenha saltado para o lado exato. Assim, Bruges, que tinha resistido a incursões nórdicas no século IX, finalmente capitulava à artilharia de um viking – este, de naturalidade argentina.

A Fiorentina chegou a ter a chance de matar o duelo aos 93 minutos, quando González foi esperto ao roubar a posse na linha lateral, ainda no campo de defesa, e engatar belo contra-ataque. Na sequência do lance, Nzola arrematou para fora. Quase fez falta, pois, na sequência, Terracciano teve que fazer uma defesaça para evitar que o chute desviado de Vanaken morresse no cantinho. Durante o agitado período de acréscimos, houve tempo ainda para Odoi, que já havia sido substituído, se envolver num entrevero com Dodô e ser expulso devido ao segundo cartão amarelo.

Ao derradeiro trilar do apito proferido pelo árbitro turco, explosão violeta: um ano depois, a Fiorentina terá uma nova chance de levantar a taça da Conference League, após a derrota para o West Ham, em Praga. Em que pese as demasiadas irregularidades do trabalho de Italiano, o fato é que o técnico conseguiu chegar em sua terceira final pela equipe violeta – e vale destacar que o treinador já tinha feito os gigliati encerrarem um jejum de mais de de três décadas sem decisões em torneios continentais e dois decênios sem finalíssimas em quaisquer competições. Falta um título. Virá em Atenas, contra o Olympiacos?

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