Coppa Italia

Em noite inspirada de Dusan Vlahovic, a Juventus bateu a Atalanta e faturou a Coppa Italia

Título da Juventus na Coppa Italia? Virou rotina. Ao longo dos últimos 10 anos, a Velha Senhora foi oito vezes finalista na competição e levantou a taça em seis delas – sequência que levou a equipe a se isolar na lista de campeãs e a disparar na ponta, com 15. Contra a Atalanta, nesta quarta, não houve discussão: os bianconeri foram melhores durante toda a decisão e, apesar da magra vitória por 1 a 0, garantiram o troféu de forma merecida.

Na primeira de suas duas finais em uma semana, a Atalanta teve de lidar com um desfalque importante. Para tentar fazer a equipe eliminar o jejum de mais de 60 anos sem um título do mais alto escalão e coroar o seu ótimo trabalho com uma inédita taça, o técnico Gian Piero Gasperini não contaria com o suspenso Scamacca, que vem muito bem na temporada. A ausência do atacante se revelaria decisiva, já que De Ketelaere não se deu bem como falso nove.

Do outro lado, Massimiliano Allegri surpreendeu ao optar por Nicolussi Caviglia como substituto do também suspenso Locatelli, já que Miretti estava à disposição. O técnico também preferiu começar com Cambiaso e Iling-Junior nas alas, deixando Weah e Kostic no banco.

Melhor em campo, o bianconero Vlahovic se livrou de Hien e marcou o primeiro gol da final logo no início (AFP/Getty)

Logo aos 4 minutos, um dos escolhidos por Allegri apareceu bem. Cambiaso lançou Vlahovic recebeu em profundidade e o sérvio não hesitou: deixado em condição regular por Djimsiti, colocou na frente, ganhou de Hien no mano a mano e bateu na saída de Carnesecchi, abrindo o placar. Era apenas o início do show do centroavante da Juventus.

Logo em seguida, aos 9 minutos, após cobrança de escanteio, Gatti – meio no susto – acabou cabeceando por cima da baliza da Atalanta. Seria a última grande chance de um primeiro tempo corrido e disputado, mas sem muitas situações claras de gol. A Juventus era melhor, se defendia bem e incomodava em contragolpes. Era competitiva, como se imaginou no início da temporada que poderia sê-lo de forma constante, e não apenas em raras ocasiões.

A Atalanta voltou para o segundo tempo sem De Ketelaere, atolado em dificuldades durante a etapa inicial. Para ter uma presença ofensiva comparável à do suspenso Scamacca, Gasperini lançou o centroavante Touré a campo. Com o malinês no comando do ataque e Lookman mais móvel, a Dea até melhorou e criou mais, embora não tenha conseguido penetrar na grande área da Juventus – por vezes, oito atletas de linha dos bianconeri ocupavam este espaço.

Jogando como falso nove, De Ketelaere não conseguiu repetir as boas atuações da temporada e foi substituído no intervalo (Getty)

Aos 51 minutos, a Atalanta teve uma boa chance quando Lookman aproveitou lançamento longo, algo raro na construção nerazzurra, e levou perigo com um chute desviado – que passou perto da trave e saiu em escanteio. Em seguida, na casa dos 54, Hien voltou a ficar em dificuldades ante a Vlahovic e empurrou o sérvio na área. O pênalti parecia evidente, mas o árbitro Fabio Maresca mandou seguir. Pouco depois, Gasperini sacou o zagueiro sueco e deu lugar a Scalvini.

A Atalanta voltou a ter uma boa chance aos 57 minutos, quando Djimsiti efetuou cruzamento na área e Koopmeiners completou com uma cabeçada perigosa. A Juventus reagiu aos 64, num contragolpe perigosíssimo: De Roon bloqueou Vlahovic duas vezes e evitou o gol, se machucando no lance e dando lugar a Rafael Toloi. Tão cedo, Gasperini já queimara todas as substituições – quando pôs Scalvini na final, também acionara Hateboer e Miranchuk.

Com Miranchuk, Lookman, Éderson e Koopmeiners tentando coordenar o jogo na entrada da área, a Atalanta tentava crescer, mas abusava dos cruzamentos – algo pouco recomendado se a sua equipe não conta com tantos jogadores altos para competir com Bremer e Gatti. Quando crescia na partida, a Dea tomou um susto: aos 72, Vlahovic contou com a falta de ritmo de Rafael Toloi, resvalou na bola alçada à área por Cambiaso e balançou as redes, mas em impedimento milimétrico. Devastador, o sérvio terminaria eleito, pouco depois, como craque da decisão.

Com sua quinta taça, Allegri se isolou como técnico recordista de títulos da Coppa Italia (Getty)

Após a anulação do lance, cada time carimbou o poste uma vez: na casa dos 80 minutos, Lookman conseguiu raro espaço, cortou para o meio e acertou a trave da Juventus; já aos 84, Miretti entrou na área e, assim como contra a Salernitana, pela 36ª rodada da Serie A, soltou um foguete que explodiu no travessão.

A última chance do jogo saiu na casa dos 94, e foi nerazzurra. Dentro da área, Éderson pegou a sobra de um cruzamento e arrematou para a primeira defesa do goleiro Perin na partida. Allegri reclamou acintosamente, a ponto de começar a arrancar seu paletó, e foi expulso – no fim das contas, o lance foi invalidado justamente por conta da falta pedida pelo treinador.

Pouco depois do chilique, Allegri pode festejar. Afinal, chegou a seu quinto título de Coppa Italia e se isolou como treinador recordista de troféus da competição, deixando Sven-Göran Eriksson e Roberto Mancini, donos de quatro, para trás. Em contrapartida, Gasperini perdeu a quarta final que fez como técnico – foram três decisões da taça nacional pela Atalanta e uma da Supercopa Italiana, pela Inter. A Juventus, por sua vez, comemorou o 15º caneco do torneio. Antes da sequência de conquistas que citamos no início do texto, estava empatada na liderança do ranking com a Roma, com nove.

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