Liga das Nações Seleção italiana

A Itália sofreu após abrir 2 a 0 e teve arrancada na Nations League freada pela Bélgica

Não é fácil se empolgar com a Itália. Depois de duas vitórias fora de casa nas duas primeiras rodadas da Liga das Nações, a Squadra Azzurra estreou em seus domínios contra uma cambaleante Bélgica, que teve a renúncia de duas de suas principais estrelas, De Bruyne e Lukaku, na atual convocação – oficialmente, por questões físicas. A rápida construção de um 2 a 0 no placar até fez parecer que os comandados de Luciano Spalletti sairiam de campo com os três pontos, mas uma tola expulsão, ainda no primeiro tempo, mudou todo o contexto do jogo. Ao final, o empate por 2 a 2 foi, ao mesmo tempo, frustrante, mas também lucro para os italianos, que seguem na liderança de sua chave no torneio.

Embalada pelo surpreendente triunfo contra a França e pela vitória sobre Israel, a Itália novamente entrou em campo no 3-5-1-1, esquema adotado em partidas anteriores. Repetindo a mesma escalação da estreia contra os franceses, a formação, que privilegia o avanço dos alas, se provou exitosa logo no primeiro minuto de jogo, fazendo a torcida explodir no estádio Olímpico de Roma. Em uma jogada de ala para ala, Dimarco fez um cruzamento rasteiro que deixou Cambiaso cara a cara com o goleiro Casteels. Após um corte inicial e quase gol contra de seu marcador, o jogador da Juventus pegou a sobra e anotou o seu primeiro tento com a camisa italiana.

Mesmo jogando no 4-2-3-1, a Bélgica não conseguia impor um ritmo ofensivo. Sentindo falta de De Bruyne, os Diabos Vermelhos não tinham nenhuma inspiração no meio-campo. Mesmo equilibrando a posse de bola, a equipe treinada pelo italiano Domenico Tedesco não conseguia furar o bloqueio defensivo armado por Spalletti.

Aos 24 minutos, em meio à inércia belga, a Itália marcou o segundo gol. De novo a dobradinha entre os alas deu certo, com Dimarco acertando uma virada de jogo para Cambiaso que poucos jogadores da posição fariam com qualidade semelhante. O autor do primeiro tento cortou para dentro e finalizou para defesa de Casteels, que espalmou a pelota nos pés de Retegui. Sem o menor trabalho, o artilheiro da Serie A, que iniciara a jogada e participara também do lance que resultou na outra bola na rede, só teve o trabalho de empurrar para a baliza desguarnecida.

Com brilhantismo, Cambiaso, Dimarco e Retegui comandaram forte início da Itália contra a Bélgica (Getty)

O panorama do jogo não mudou muito. Com a Itália mais tranquila na partida e os belgas ainda mais atordoados, os minutos seguintes foram de passes pouco inspirados, faltas e chutões para frente. Até que, aos 38 minutos, um lance capital mudou toda a história do confronto.

Após uma saída de jogo errada do time italiano, Pellegrini levou cartão amarelo ao acertar o zagueiro Theate com um carrinho por trás, atingindo a sola da chuteira no calcanhar do adversário. O árbitro norueguês Espen Eskas foi chamado ao VAR e, após a revisão, mudou a cor do cartão do meia da Roma, que não vem bem na temporada e tem sido contestado até pela torcida de sua própria equipe.

Nem deu tempo de os azzurri se encontrarem no jogo com dez jogadores. No lance seguinte à expulsão, De Cuyper aproveitou jogada ensaiada de falta e acertou uma finalização de fora da área no canto direito inferior do goleiro Donnarumma, que nada pode fazer. Toda a tranquilidade da Itália na partida chegava ao fim. Sem mais emoções no primeiro tempo, as equipes foram para o intervalo com a Bélgica em vantagem na posse de bola, com 55% a 45%, mas com menos finalizações. A Nazionale concluiu seis vezes, ante quatro chutes da adversária.

Na volta do intervalo, a equipe de Spalletti teve a primeira oportunidade, com Frattesi, da entrada da área, finalizando por cima do gol aos 49. Mas, no conjunto da obra, a bola não saía dos pés da Bélgica. Os Diabos Vermelhos levavam pouco perigo à baliza italiana, mas, quando chegavam, eram fulminantes. Depois de 15 minutos sem nenhuma finalização de perigo, Theate ajeitou, de cabeça, uma cobrança de escanteio para Trossard, que, sozinho, só teve o trabalho de esticar a perna para igualar o marcador.

A tola expulsão de Pellegrini mudou drasticamente o enredo do jogo (Getty)

Nas cordas, a Itália poderia ter ido a nocaute três minutos depois, quando o árbitro foi novamente chamado ao VAR, desta vez para analisar um possível pênalti cometido por Bastoni – acabou confirmado o escanteio, contudo. Com o panorama do jogo todo favorável ao time de Tedesco, a pressão continuou. De fôlego novo em campo após três substituições aos 68 minutos, a Bélgica quase virou o jogo aos 72. De Cuyper finalizou rasteiro, a bola desviou em Openda e só o que Donnarumma teve a fazer foi torcer para vê-la passar perto de sua meta.

A Nazionale, que mandava no jogo nos primeiros 40 minutos, não conseguia mais chegar. Aos 79, Spalletti já tinha feito quatro alterações, mas as entradas de Udogie, Fagioli, Pisilli e Raspadori em nada mudaram o contexto da partida. Por outro lado, apesar de ser a dona da posse de bola, a equipe belga também não assustava tanto. Eram raros os momentos de maior pressão. Tanto que, na casa d0s 89, após erro de Lukebakio, Frattesi finalizou com perigo da entrada da área. O desvio em Faes amorteceu a bola para o goleiro Casteels.

Nos últimos minutos, Spalletti fez a sua última alteração e colocou Bellanova no lugar de Frattesi no intuito segurar o resultado. Tarefa que não foi tão difícil, uma vez que a Bélgica parecia sentir o cansaço e também a frustração – Donnarumma não efetuou defesas na segunda etapa.

Com o empate em 2 a 2, a Itália permanece na liderança do Grupo A2 da Liga das Nações, com 7 pontos. A diferença para a França, porém, diminuiu, já que a atual vice-campeã do mundo bateu Israel por 4 a 1 e chegou aos 6. A Bélgica ocupa a terceira posição, com 3 pontos. Como duas seleções se classificam em cada chave e a Nazionale encara Israel em Údine, na segunda (14), enquanto belgas e franceses fazem confronto direto, a situação de Spalletti e companhia, pensando nas quartas de final, é bem confortável.

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