Seleção italiana

Mentalidade vencedora

Éder foi um dos marcadores no amistoso contra o Uruguai (Getty)

Depois do teste para os jovens contra San Marino, foi a vez de os veteranos entrarem em ação. Afinal, o adversário do amistoso desta quarta-feira era muito mais gabaritado que os samarineses. O Uruguai traz lembranças ruins para os italianos e é uma das três únicas seleções que levam vantagem no confronto direto contra a Nazionale, ao lado do Brasil e da antiga União Soviética. A vitória por 3 a 0, no entanto, aproximou a Itália da celeste no testa a testa: agora são três vitórias para a seleção europeia, quatro para a sul-americana e quatro empates.

Pelo menos no papel, a partida em Nice teve caráter amistoso, mas o time de Gian Piero Ventura
levou o jogo a sério e aproveitou também para ganhar alguns pontos no ranking
da Fifa, no qual figura apenas na 12ª posição. Com tal atitude, elogiada pelo treinador na coletiva concedida após o duelo, ficou fácil dominar a seleção charrua, bastante desfalcada. Na França, o veterano Óscar Tabárez precisou fazer experiências, já que não contou com seus principais jogadores – Godín, Cavani e Suárez.

No Allianz Riviera, o treinador azzurro repetiu mais uma vez o 4-2-4 com Candreva e Insigne nas pontas e os amigos Belotti e Immobile no centro do ataque. As novidades da vez foram a a titularidade do precoce Donnarumma e a utilização de Spinazzola, ala na Atalanta de Gasperini, que jogou pela primeira vez como lateral em uma defesa com quatro jogadores. Entre os que entraram no decorrer do jogo, destaque para os retornos de Gabbiadini (em boa fase na Inglaterra) e Montolivo, que ficou longo tempo parado por lesão. O capitão do Milan entrou ainda no primeiro tempo, por causa de um desconforto muscular do juventino Marchisio, e fez boa partida.

A Nazionale dominou a partida contra o enfraquecido time uruguaio, e pela postura séria e ofensiva dos comandados de Ventura, raramente foi ameaçada – exceto por uma defesa de Donnarumma e um gol anulado por falta de Cáceres sobre Montolivo. O grande destaque ficou pela soberania sobre o setor direito adversário: Spinazzola e Insigne estiveram bastantes ativos no jogo, graças à distribuição de bola de Bonucci e De Rossi, jogadores com mais toques e passes no amistoso.

Em lançamento do baixinho napolitano, aliás, saiu o primeiro gol. O camisa 7 buscou Belotti, que dominou com o peito e foi antecipado tragicamente por Giménez. O zagueiro do Atlético de Madrid deu condições para o centroavante do Torino e, na ânsia de corrigir o erro de posicionamento, correu todo atrapalhado e chutou como um artilheiro contra seu gol. Era o início de sua atuação desastrosa em Nice.

Entre as variações no segundo tempo, El Shaarawy e Éder mais uma vez aproveitaram a oportunidade, enquanto os titulares Candreva e Immobile não deixaram muitas lembranças. O romanista foi protagonista com algumas jogadas pelas pontas e o interista levou perigo nas finalizações. Inclusive, o ítalo-brasileiro ampliou o marcador já no final, desviado um chute cruzado de Gabbiadini, que acabara de entrar.

Ainda houve tempo para De Rossi deixar seu gol. Giménez errou novamente e, após ser driblado por El Shaarawy, deu um carrinho mesmo que o adversário já não tivesse mais o controle da bola. Ao converter penalidade e marcar seu 22º gol azzurro, Daniele De Rossi superou simplesmente Paolo Rossi em números de tentos pela Nazionale. Um belo presente para o novo capitão da Roma, que hoje também superou Dino Zoff nas presenças (113) pela Itália. O volante, aliás, já falou que se aposentará da seleção em 2018.

Agora, a Itália direciona seu foco para Liechtenstein, adversário das Eliminatórias para a Copa do Mundo, e contra o qual visa aumentar seu saldo de gols. A Nazionale retorna a campo no domingo, em Údine, com expectativa de casa cheia no belo Friuli.

Itália 3-0 Uruguai

Itália (4-2-4): Donnarumma; Darmian, Barzagli (Chiellini), Bonucci, Spinazzola; De Rossi, Marchisio (Montolivo); Candreva (Bernardeschi), Belotti (Éder), Immobile (Gabbiadini), Insigne (El Shaarawy). Treinador: Gian Piero Ventura.

Uruguai (4-2-3-1): Muslera; Maxi Pereira (Corujo), Giménez, Coates, Cáceres; González, Vecino; Sánchez (Stuani), Nández, Urreta; Rolan (Alejandro Silva). Treinador: Óscar Tabárez.

Gols: Giménez (contra), Éder e De Rossi

Local: Allianz Riviera, em Nice, França

Árbitro: Clément Turpin (França)

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