Serie A

Joga bonito, joga fácil

“Uma surpresa na disputa da Liga dos Campeões? Pode ser a Roma. Eles foram muito desapontantes no último ano contra o Manchester United, mas foram bastante surpreendentes contra o Lyon. Em seu primeiro ano na competição, eles aprenderam bastante. Têm uma qualidade técnica para fazer o melhor.” Vindas de qualquer um, essas palavras provavelmente não seriam levadas em consideração. Mas saíram da boca de Arsène Wenger, um dos nomes que fundaram a geração “joga bonito” e o principal responsável por alterar a histórica forma de jogar do Arsenal.

Joga bonito, joga fácil. Essa é a Roma de Spalletti. E joga eficiente. Este último upgrade aparece na última versão do time, lançada nesta temporada. Não é qualquer time que marca dez gols e não sofre nenhum em cinco partidas consecutivas. E a tarefa fica mais complicada quando essas cinco partidas são as primeiras da temporada, logo na fase onde, habitualmente, os jogadores ainda estão fora de forma e o time ainda luta por um padrão tático. Bem, ainda vale lembrar que os times de Spalletti, em geral, melhoram sua produção no terço final da temporada…

Alegria giallorossa: mais que Totti, agora é o conjunto que desequilibra a cada dia

Roma 2-0 Dinamo Kyiv

Com Panucci recuperando-se de uma leve contratura muscular, Spalletti optou por Cassetti. E ainda surpreendeu ao sacar Giuly da equipe titular para fazer Mancini estrear na temporada. Já Demyanenko usou todas as entrevistas da semana para anunciar defesa total no Stadio Olimpico. Para armar seu Dinamo num módulo veloz e compacto, barrou Milevskiy, Kléber e Rebrov do time tilular. Em seu 4-4-1-1, Gusev e Michael foram escalados para atacar pelos flancos, enquanto Bangoura foi escolhido para servir de suporte ao uzbeque Shatskikh.

O problema de se escalar uma equipe altamente defensiva aparece quando o time que a escolhe sofre um gol no início da partida. Caso do Dinamo, que não suportou a pressão inicial da Roma e logo aos nove minutos já sucumbia a uma bela troca de passes da equipe giallorossa. Aquilani abriu bem na esquerda, para Tonetto, livre, cruzar na cabeça de Perrotta. Os donos da casa ainda tiveram a oportunidade de ampliar, mas Juan acertou na trave um cruzamento da direita. Durante todo o primeiro tempo, o Dinamo não teve nenhuma boa oportunidade de fazer Doni trabalhar.

Na ripresa, o Dinamo voltou melhor, mas quando a Roma se encontrou não sobrou espaço para os ucranianos. Ao substituir Giuly por Mancini, Spalletti aumentou a velocidade dos contra-ataques romanistas, mas o problema de finalizações do francesino permanece latente. Ele teve a oportunidade de ampliar, mas parou nas mãos de Shovkovskiy quando se encontraram frente a frente. E foi de Perrotta, melhor jogador em campo, o passe para Totti matar o jogo. Destaque também para o incansável Aquilani, cada vez mais titular ao lado de De Rossi.

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A Roma vence e convence, a cada partida. Meio-de-campo infernal, defesa imbatível. Acertando de vez as jogadas ofensivas, dá para provar um pouco de que caldo o time nos servirá. Já ao Dinamo, que em 2004 levou a Roma ao inferno, caberá a honra de fiel da balança. Dificilmente se classificará para a próxima fase quem não bater a equipe ucraniana as duas vezes.

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