Suprindo, com atraso de um dia, a ausência do Braitner.
Roma 4-0 Juventus
Roma e Juve é, com certeza, um dos jogos mais quentes do Calcio depois dos derbys. Os giallorossi, historicamente rancorosos, sempre guardaram certo desgosto pela equipe que muitas vezes fora supostamente favorecida pelos árbitros na Itália. Os romanistas vinham embalados, pois agradavam os torcedores com um futebol inesquecível comandado por Totti e Cassano. Montella, lesionado, praticamente não participaria da temporada que culminou em um vice-campeonato para a squadra da capital. A situação não era diferente na 20ª rodada da Serie A, quando os times se encontrariam: a Roma, após quase terminar um turno invicta, havia perdido para Milan e Brescia somente, e desde então permanecera isolada na segunda colocação.
Do lado bianconero, uma notícia ruim: Del Piero, lesionado, não jogaria. Aliás, as contusões atrapalharam-no durante a temporada inteira. Os comandados de Marcello Lippi, assim como os romanos, só haviam perdido duas vezes na competição. Curiosamente, este foi o último clássico com Emerson, Zebina e Capello pela Roma. Inclusive, na partida seguinte pela temporada 2004/05, um 2-0 a favor da mandante Juventus, os dois calciatori começaram em campo: Zebina foi substituído no segundo tempo, enquanto Emerson foi expulso com 89 minutos de jogo. Outra curiosidade: na batalha anterior à abordada aqui, ainda no primeiro turno, a Roma havia empatado com a Juve somente aos 86 minutos, com gol de …. Zebina! O placar final foi 2-2, tendo Di Vaio (doppietta) e Chivu marcado os outros tentos da partida.
Ainda no início de jogo, escanteio para o time da capital, a bola sobra e … quer algo mais surpreendente que o lamentável Dacourt, com um chute na entrada da área, fazer um belo gol em Gianluigi Buffon? Pois é, quase inacreditável. Um pouco por relatar e um pouco por desmerecer, admito, mas havia um Panucci impedido no meio da área que pode ter atrapalhado a visão do arqueiro juventino (este, por sua vez, nem reclamou). Um primeiro tempo amarrado e tenso, cujo outro grande lance foi uma pancada de Totti no travessão.
No segundo tempo, a Roma deslanchou: com 12 minutos, Cassano sofreu pênalti e Totti converteu, batendo no limite entre o ‘impecável’ e ‘para fora’, visto que a bola bateu na trave e entrou. Três minutos depois, Montero recebeu seu segundo cartão amarelo e foi expulso, acabando com o que sobrava de uma Juve esperançosa. Os mandantes cresciam cada vez mais, e, com 29 minutos do segundo tempo, Cassano recebeu cruzamento desviado na direita e completou para o gol, matando Buffon. Não fosse o bastante, o barês, nome da partida, ainda fez sua doppietta após lindo cabeceio em cruzamento de Mancini. Nas comemorações, voaram camisas e até bandeiras de escanteio.
Temporada (rodada): 2003/04 (20ª)
Data: 08/02/2004.
Gols: Dacourt (13′); Totti (57′ – pênalti), Cassano (74′) e Cassano (89′).
Local (público): Stadio Olimpico di Roma (73.325).
ROMA (4-4-2): Pelizzoli; Zebina, Samuel, Chivu, Panucci; Mancini, Emerson, Dacourt (De Rossi, 95′), Lima; Totti (D’Agostino, 93′) e Cassano (Carew, 91′).
Suplentes: Zotti, Candela, Tommasi, De Rossi, Carew, D’Agostino, Delvecchio.
Treinador: Fabio Capello.
JUVENTUS (4-4-2): Buffon; Thuram, Legrottaglie, Montero, Zambrotta; Camoranesi (Appiah, 71′), Conte (Tudor, 62′), Tacchinardi, Nedved; Di Vaio (Miccoli, 45′) e Trezeguet.
Suplentes: Chimenti, Ferrara, Tudor, Pessotto, Maresca, Appiah, Miccoli.
Treinador: Marcello Lippi.
Árbitro: Pierluigi Collina.
Cartões: Samuel e Cassano (Roma); Montero (vermelho – dois amarelos), Camoranesi e Conte (Juventus).
Roma 1-4 Juventus – Quem ri por último…
Ri também, oras. E a Vecchia Signora não teve a mínima piedade para se vingar dos romanistas quase dois anos mais tarde. Com show de um então sumido Ibrahimovic, a Juve sapecou quatro gols em uma desmontada Roma, em pleno Stadio Olimpico. Neste caso, as situações eram bem distintas daquelas mostradas na goleada romanista: a Juventus, como sempre, vinha brigando pelo título e buscava manter a liderança. A Roma, por sua vez, ainda estava abalada, desestruturada e em fase de reconstrução, guiada por Luciano Spalletti.
Surpreendentemente, no primeiro tempo a Roma pressionava muito mais: com um 4-4-2 que alternava para um 4-2-3-1 conforme ocorriam subidas de Perrotta pela direita e recuo de Totti pelo meio, os romanistas iniciaram com tudo, e, por pouquíssimo, não abriram o placar com chute de Taddei, grande jogada de Montella e cabeçada de De Rossi. Tudo parecia que o primeiro tempo acabaria de placar fechado, mas em rebosteio geral da defesa, Nedved entrou na área para ganhar de Panucci na cabeça após cruzamento de Zambrotta e fazer 1 a 0, com 46 minutos. Nitidamente, os donos-de-casa se abateram demais; e iam para o vestiário com uma ducha de água fria.
Aí sim, no retorno, só deu Juve: muito mais equilibrada tanto em campo quanto fora dele, os bianconeri ampliaram com outro apagão da zaga mandante: Ibrahimovic, recebendo lançamento de Emerson em contra-ataque, saiu no mano-a-mano com o ganês Kuffour e deixou-o no chão, chegando na cara de Doni e estufando as redes. Apenas dois minutos depois, Zambrotta teve espaço suficiente para colocar na cabeça de um Trezeguet totalmente sozinho dentro da área, que fez o seu sem precisar de esforço, transformando um dia infeliz em goleada. E, passados mais três minutos, mais um blackout, e mais uma vez fatal: Perrotta perdeu a bola no meio-campo, o que bastou para Nedved servir Ibrahimovic; o sueco avançou e viu Trezeguet no centro da grande área, que só teve trabalho de empurrá-la para o gol.
Um minuto depois, Montella chegaria cara-a-cara com Abbiati, mas Thuram o derrubaria, cometendo pênalti e levando cartão vermelho, fato que fez com que a Roma diminuísse e fechasse o pesado placar.
Temporada (rodada): 2005/06 (12ª).
Data: 19/11/2005.
Gols: Nedved (45+1′); Ibrahimovic (58′), Trezeguet (60′), Trezeguet (63′) e Totti (67′ – pênalti),
Local (público): Stadio Olimpico di Roma (42.175).
ROMA (4-4-2): Doni; Panucci, Kuffour, Mexès, Cufré (Álvarez, 80′); Perrotta, De Rossi (Nonda, 62′), Dacourt (Tommasi, 77′), Taddei; Totti e Montella.
Suplentes: Curci, Bovo, Álvarez, Kharja, Aquilani, Tommasi, Nonda.
Treinador: Luciano Spalletti.
JUVENTUS (4-4-2): Abbiati; Zambrotta, Thuram, Cannavaro, Chiellini; Camoranesi, Emerson, Vieira, Nedved (Mutu, 93′); Ibrahimovic (Del Piero, 82′), Trezeguet (Kovac, 66′).
Suplentes: Chimenti, Kovac, Pessotto, Blasi, Giannichedda, Del Piero, Mutu.
Treinador: Fabio Capello.
Árbitro: Gianluca Paparesta.
Cartões: Mexès, Perrotta, Dacourt (Roma); Cannavaro, Vieira, Thuram (vermelho direto), Nedved (Juventus).
supostamente favorecida é phoda heim Braitner, ela deve ter caído pra B então porque era antipática 🙂