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Mercado: Goran Pandev na Inter

Pandev suplica: “me tira daqui!” (Daylife)

Na Lazio, Pandev ganhava pouco. Não pouco para mim e você, leitor, e sim para a Lazio e, principalmente, para a Serie A. Juntando 450 mil euros por ano, seu salário era bem menor do que o de qualquer Makinwa ou Favalli por aí. Ele, insatisfeito e tentado por várias equipes maiores na Europa, deixou claro que queria sair. A dupla Lotito-Tare afastou o atleta, fazendo-o treinar em separado. Tal atitude, contudo, viola claramente o acordo entre a AIC, associação italiana de jogadores, e a FIGC, federação de futebol.

Este acordo, em seu artigo sétimo, afirma que o jogador não só pode como deve participar dos treinamentos e da preparação do clube. Outro artigo dá direito ao insatisfeito de pedir ao Colégio Arbitral sua rescisão de contrato. Foi assim que Pandev, depois de quase seis meses parado, conseguiu se liberar da Lazio, equipe na qual ganhou projeção, cresceu e fez crescer. Lazio esta que, no mercado de verão, recusou uma proposta de 13 milhões de euros do Zenit pelo atacante. Hoje os biancazzurri têm que pagar 170 mil a ele, por estresse emocional.

A Internazionale – equipe que Pandev fez parte, sem atuar, por anos – surgiu e rapidamente propôs um contrato. Uma oferta tentadora: salário, projeção e qualidade de elenco muito maiores do que aquilo a que estava acostumado o atacante. Em cinco anos e meio de Lazio, ele participou de duas Ligas dos Campeões – muito bem na última, por sinal. Na Inter isso certamente ocorrerá toda temporada, a começar por esta. Neste mesmo período, seu único título na capital foi a Coppa Italia do ano passado, enquanto que agora, pela primeira vez na carreira, pode dormir pensando no scudetto. E ganhando três milhões por ano.

Mourinho já o fez estrear ontem, contra o Chievo, num desejado 4-3-3: Pandev e Balotelli foram abertos pelas pontas, enquanto Milito ocupou o centro da linha de frente. Esse mesmo esquema, que já foi uma tentativa falha do português com Mancini e Quaresma, tem boas chances de se concretizar agora. Nesse mês sem Samuel Eto’o, pelo menos, é o que deve buscar o Special One. Se, posteriormente, a dupla Milito-Eto’o voltar – o que é o mais provável -, o macedônio então briga diretamente com Balotelli pela função de reserva imediato.

Seis anos depois de sair de Milão como anônimo, Goran Pandev é recebido pela Inter num momento excelente. Além de não haver mais o mesmo número de atacantes das temporadas passadas, Milito terminará a stagione com 31 anos, e Eto’o com 29. Se não são idades próximas de uma aposentadoria, pelo menos farão, nos anos seguintes, com que as presenças de ambos naturalmente se reduzam. Abre-se, portanto, uma brecha maior para Balotelli e o macedônio, que terão tempo e experiência suficientes para se tornarem essenciais à equipe num futuro nada distante.

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