Se, no jogo de ida das quartas-de-final da Liga dos Campeões, a Inter encontrou algumas dificuldades até abrir o placar contra o CSKA Moscou, o confronto de volta não demorou muito tempo para ser decidido no gramado sintético do estádio Luzhniki, que lesionou Toldo e Thiago Motta ainda nos treinamentos para o jogo. Mourinho sabia que um gol nos minutos iniciais mataria o confronto e foi a campo mais uma vez com o 4-2-3-1, cada vez mais tido como esquema ideal de sua equipe. Logo aos seis minutos de jogo, Wesley Sneijder fez o gol que deixava a Inter com a faca e o queijo nas mãos para administrar o jogo e voltar a pensar no difícil confronto que fará com a Fiorentina no sábado, que pode valer a definição do título da Serie A.
Com um grande especialista em bolas paradas no time, uma falta na entrada da área logo no início já poderia ser considerado sinal de bom presságio para os nerazzurri. Sneijder, então, ao contrário do que costuma fazer, não tentou encobrir a barreira e enganou os jogadores do Exército Vermelho, que saltaram e deixaram o goleiro Igor Akinfeev desprotegido. A bola foi no meio do gol, mas o arqueiro, que fez tantas defesas importantes no jogo de ida, não foi rápido o bastante para evitar a tão prematura e significativa vantagem da Inter. Tendo que fazer três gols e não sofrer mais nenhum para seguir na competição, o técnico Leonid Slutsky tirou Vasili Berezutski e lançou o meia Chidi Odiah, lançando-se desesperadamente ao ataque. Não deu muito certo.
Keisuke Honda e Alan Dzagoev, jogadores habilidosos e promissores, que deveriam orientar o ritmo do CSKA na busca quase impossível por três gols, não conseguiram suprir a ausência do sérvio Milos Krasic, que vinha sendo o melhor jogador dos russos na temporada, mas que estava suspenso. Dessa maneira, Necid ficou vulnerável a Lúcio e Samuel, que deixaram passar apenas um gol na fase eliminatória da LC. Tentando de fora da área, Odiah até obrigou Júlio César a fazer grande defesa e colocar a bola para escanteio, mas foi só. Milito teve grande chance para matar o jogo quando recebeu ótimo lançamento de Sneijder, mas perdeu o tempo da bola e, mal posicionado, chutou fraquinho para defesa de Akinfeev.
No segundo tempo, Odiah facilitou ainda mais a vida da tetracampeã italiana, ao cometer falta dura sobre Eto’o, ganhar o segundo cartão amarelo e ir para o chuveiro mais cedo. Os 40 minutos restantes foram apenas uma formalidade para a equipe nerazzurra retornar às semifinais da maior competição europeia, após sete anos de ausência. Pela temporada 2002-03, a Inter de Héctor Cúper foi eliminada pelo arquirrival Milan de Carlo Ancelotti por ter feito menos gols “fora de casa”, numa LC que via três equipes italianas alcançarem as semifinais. Cenário completamente diferente do de hoje, no qual a Itália arrisca perder a quarta vaga na competição para a Alemanha. Agora, a Inter terá pela frente o Barcelona, do cada vez mais sobrenatural Lionel Messi, autor dos quatro gols dos blaugrana hoje, contra o Arsenal.
Até agora, as principais contratações feitas pela Inter nesta temporada tem sido fundamentais na fase final da Liga dos Campeões. Lúcio fez duas grandes partidas contra o Chelsea e anulou Didier Drogba; Sneijder fez o gol da vitória contra o Dynamo Kiev, em jogo que a Inter virou e se livrou da eliminação, além de ser o grande garçom da equipe. Milito e Eto’o, por sua vez, formam uma dupla de matadores experientes e com faro de gol, grandes responsáveis pela classificação da equipe de Milão frente ao Chelsea. Porém, contra o Barcelona, mais que a grande fase destes jogadores, contará entrar com uma postura diferente da que foi vista nos jogos da fase de grupos. Uma postura de Champions, que a Inter de Mourinho parece enfim ter conseguido alcançar.
Tudo bem? A Inter contra o Milan na UCL de 2002/2003 foi eliminada por ter feito menos gols fora de casa, não?
Se eu estiver errado, ignorem o post.
Abraços.
Verdade, passou batido aqui. Corrigi lá, valeu!
Abraço